CGI compra britânica BJSS e reforça hub em Portugal com mais 100 pessoas
A consultora de tecnologias de informação CGI concluiu a compra da britânica BJSS e reforça a sua presença em Portugal, com a integração de cerca de 100 profissionais na operação do Global Delivery Center Iberia. “Portugal posiciona-se como o grande motor de crescimento, com certa de 700 consultores, presentes em Lisboa e no Porto.” “Do […]


A consultora de tecnologias de informação CGI concluiu a compra da britânica BJSS e reforça a sua presença em Portugal, com a integração de cerca de 100 profissionais na operação do Global Delivery Center Iberia. “Portugal posiciona-se como o grande motor de crescimento, com certa de 700 consultores, presentes em Lisboa e no Porto.”
“Do ponto de vista de estratégia e abordagem, encontramos vários pontos de contacto entre o Global Delivery Center da CGI e a BJSS em Portugal e um forte alinhamento cultural. Esta fusão vai permitir alavancar e acelerar o crescimento e evolução das equipas em Portugal, reforçando a nossa presença em clientes nacionais e internacionais em especial do Reino Unido, ampliando as competências existentes nas áreas de data e cloud“, justifica Gonçalo Lança, senior vice president do Global Delivery Center Iberia & Romania, sobre a operação agora concluída.
“Com a integração da BJSS adicionamos cerca de 100 profissionais à nossa equipa da CGI em Portugal, particularmente na componente internacional”, sintetiza.
Desde o início do ano, a Global Delivery Center Iberia passou a integrar as equipas romenas, cerca de 80 colaboradores, sedeados em Bucareste, e com esta fusão com a BJSS passa a contar com cerca de 900 pessoas.
“Neste enquadramento, Portugal posiciona-se como o grande motor de crescimento, com certa de 700 consultores, presentes em Lisboa e no Porto, contando ainda com uma equipa de 120 consultores em Málaga, Espanha”, destaca Gonçalo Lança.
As instalações que temos em Lisboa, Porto, Málaga e Bucareste ainda nos permitem alimentar as nossas ambições de crescimento. Nesta altura, não existem planos para criação de novos hubs, mas não é algo que descartemos para o futuro.
“Com a BJSS reforçamos as nossas equipas de forma transversal, tendo acesso a uma pool de talento sólida e com provas dadas em grandes clientes e projetos internacionais, nomeadamente nas áreas de cloud e data e, particularmente, na componente de design thinking”, refere o responsável sobre os ganhos com esta operação, cujo valor não foi divulgado.
“Aumentamos a nossa presença em Portugal, e obviamente num mercado estratégico, como o Reino Unido, tendo acesso a setores onde a presença do GDC não era tão forte“, acrescenta.
Até 2026 querem chegar aos mil colaboradores
Uma presença no mercado ibérico, que a CGI quer reforçar. Em setembro de 2023, apontava em três anos atingir os mil colaboradores. Mantém-se o objetivo? “Sem dúvida”, garante o senior vice president do Global Delivery Center Iberia & Romania.
“A nossa ambição e crescimento já apontava claramente nessa direção, através do crescimento orgânico e sustentado por uma performance sólida e constante, e, agora com o reforço da BJSS estamos mais próximos de atingir essa marca”, diz.
“Estou certo de que esta aquisição terá um contributo fundamental para o cumprimento desse objetivo, não só pelo incremento imediato da equipa, mas essencialmente, pelo valor que esta combinação de forças irá gerar”, reforça.
Apesar das ambições de crescimento, “nesta altura” a consultora de TI não tem planos para novos hubs ou aumentar a capacidade atual do existente no país. “As instalações que temos em Lisboa, Porto, Málaga e Bucareste ainda nos permitem alimentar as nossas ambições de crescimento. Nesta altura, não existem planos para criação de novos hubs, mas não é algo que descartemos para o futuro”, admite.
Com esta operação é a segunda consolidação no setor e nearshore no país em menos de um ano, depois do grupo francês Astek ter comprado a portuguesa Decskill. Poderemos assistir a mais movimentos de concentração? “A nível global, temos vindo a observar vários movimentos de consolidação no mercado. Acreditamos que Portugal continua a apresentar-se como um destino atrativo, com um equilíbrio interessante entre competência e competitividade”, diz.
“Em linha com a sua estratégia de crescimento, a CGI continuará a explorar opções para ganhar massa crítica em mercados estratégicos. Na mesma semana em que anunciámos a aquisição da BJSS, anunciámos também a aquisição da Novatec na Alemanha e em Espanha”, lembra.
Reforço da capacidade IA no país
Em 2023, a CGI anunciou um investimento de mil milhões de dólares, ao longo de três anos, para apoiar a expansão contínua dos serviços e soluções de inteligência artificial (IA).
Esta tecnologia “faz parte do nosso dia a dia sendo aplicada nas nossas operações com o objetivo de aumentar a produtividade, reduzir o tempo de realização, acelerar o onboarding de novos elementos nos projetos/serviços e melhorar a qualidade dos entregáveis”, descreve Gonçalo Lança.
Questionado sobre planos para o reforço da oferta de serviços IA a partir de Portugal, o senior vp deixa uma garantia: “Claramente”, assegura.
“A utilização de IA já se encontra de forma intrínseca nas nossas operações e, como tal, faz parte integrante da oferta de serviços atual. Nesta perspetiva continuaremos a investir na evolução e adoção destas soluções como forma de solidificar a nossa excelência operacional, e penso que voltaremos a falar brevemente neste sentido, pois pretendemos disponibilizar em Portugal serviços para os nossos clientes nacionais e internacionais”, adianta.
Adicionalmente, embora “de uma forma menos massificada”, a CGI está também a desenvolver com os clientes “soluções específicas setoriais que permitam criar vantagens competitivas suportadas por modelos IA”.
Fundada em 1976, a CGI conta 91.000 consultores e profissionais, tendo gerado no ano fiscal de 2024 receitas de 14,68 mil milhões de dólares canadianos.
No grupo “Portugal continua a ser visto como um mercado estratégico, quer do ponto de vista do desenvolvimento do mercado local, quer do ponto de vista do desenvolvimento da vertente internacional”, refere Gonçalo Lança sobre o peso da operação nacional nos resultados do grupo. “Fruto do crescimento regular e sustentável realizado ao longo dos últimos anos, o peso na operação tem vindo a aumentar”, diz sem mais detalhes.