Diretor revela surpresa e comemora sucesso do drama brasileiro “Inexplicável” na Netflix
Filme nacional chegou ao Top 10 mundial do streaming e se mantém entre os mais vistos há três semanas


Filme é um dos mais vistos da Netflix
O filme brasileiro “Inexplicável” mudou de patamar desde sua passagem discreta pelos cinemas em dezembro. Com o lançamento na Netflix, a produção alcançou o Top 10 mundial do streaming e segue entre os títulos de língua não inglesa mais vistos há três semanas consecutivas.
Por que o público internacional se conectou com o longa?
O diretor Fabrício Bittar (“Como Hackear Seu Chefe”), que também assina o roteiro com Andrea Yagui, atribui o desempenho ao caráter universal da história. Em entrevista ao Notícias da TV, ele afirmou: “A história é universal, fala de questões com que qualquer pessoa pode se identificar. E acho que ser uma história real e, como o título indica, que parece não ter explicação, chama a atenção também. A nossa vida é tão difícil, nós achamos que coisas ruins só acontecem conosco, mas aí você se depara com uma situação real, intensa como essa, e que no fim fica tudo bem. Reconhecer a possibilidade de um final feliz enche as pessoas de esperança”.
Qual é a história do filme?
O longa é inspirado no livro “O Menino Que Queria Jogar Futebol”, de Phelipe Caldas, que, por sua vez, baseia-se em uma história real. Na trama, Gabriel, interpretado por Miguel Venerabile, é um garoto apaixonado por futebol que vê sua vida mudar drasticamente ao ser diagnosticado com um tumor cerebral. Após ser desenganado pelos médicos, ele surpreende a todos com uma recuperação que desafia explicações científicas.
O elenco conta ainda com Letícia Spiller (“O Sétimo Guardião”) e Eriberto Leão (“Paraíso”), que interpretam os pais de Gabriel. A história edificante enfatiza a importância da fé e da união familiar diante de adversidades.
A permanência no ranking surpreendeu o próprio diretor?
Além de liderar a audiência no Brasil, “Inexplicável” também conquistou destaque em Portugal e em diversos países da América Latina. “Eu não esperava que ia estrear em primeiro lugar em tantos países. E, mesmo depois de ficar em primeiro, ainda rolava um medinho, né? [Eu pensava:] ‘Será que vão continuar vendo?’. Imaginava que iam estrear filmes maiores, que ia cair logo, que não tinha como sustentar tanto tempo. Até porque a gente só está disponível em 19 países e compete com produções que estão em todos os territórios da Netflix”, explicou.
Após estrear em 3º lugar geral há três semanas, o longa parece em 6º lugar no ranking divulgado na terça (6/5) pela plataforma, entre os filmes de língua não inglesa mais assistidos da semana, atrás de cinco produções originais da própria Netflix, que contaram com distribuição global e maior investimento promocional.
Bittar admite que o alcance da produção o surpreendeu. “Eu tinha muito receio de não funcionar, porque a Netflix tem essa vantagem de atingir muitas pessoas, em vários países, mas também tem muito conteúdo disponível, então a chance de o filme se perder ali no meio do catálogo era imensa, né?”, avaliou.
Repercussão e próximos projetos do diretor
Bittar destaca o impacto emocional que o filme tem causado. “É uma alegria muito grande saber que está atingindo tantas pessoas. Porque o nosso principal objetivo ao fazer um filme é que ele chegue ao público, que seja visto. Então, receber relatos do México, do Uruguai, de pessoas que viveram histórias parecidas. São muitas mensagens emocionantes, de todo tipo de público. Ele atinge todas as religiões, idades, classes sociais”.
Apesar do bom desempenho, o cineasta ainda não foi procurado pela Netflix para comandar novos projetos originais. Mesmo assim, disse estar aberto a propostas futuras. No momento, ele finaliza “O Rei da Internet”, cinebiografia estrelada por João Guilherme e Marcelo Serrado, e prepara a série policial “Quando Ela Desaparecer”, baseada em livro de Victor Bonini.