Deve trocar a “roupa de rua” para outra roupa quando entra em casa? Saiba o que aconselham os especialistas

Na era do conforto e da consciência higiénica, a divisão entre “roupa de rua” e “roupa de casa” está a ganhar novos contornos — e alguma justificação científica.

Abr 26, 2025 - 18:09
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Deve trocar a “roupa de rua” para outra roupa quando entra em casa? Saiba o que aconselham os especialistas

Na era do conforto e da consciência higiénica, a divisão entre “roupa de rua” e “roupa de casa” está a ganhar novos contornos — e alguma justificação científica. Em Manhattan, uma autora partilhou a sua rotina que, à primeira vista, pode parecer excêntrica: mudar de roupa assim que chega a casa, tomar duche e vestir peças exclusivas para o interior. O motivo? Limpeza e sanidade.

Embora pareça mais uma questão de preferência pessoal, há fundamentos científicos que sustentam esta prática. Uma revisão sistemática de estudo de 2020 revelou que bactérias podem sobreviver até 206 dias em poliéster e até 90 dias noutros tecidos, incluindo algodão. Vírus como a gripe podem persistir na roupa durante horas ou mesmo dias. Bactérias como a E. coli podem resistir entre quatro horas e oito semanas.

James Matos, um médico do hospital da Marinha dos EUA e enfermeiro intravenoso, reconhece que apesar de não haver provas definitivas de que mudar de roupa reduza significativamente a exposição a germes, faz sentido considerar o impacto dos microrganismos que se acumulam nos tecidos ao longo do dia.

Também a dermatologista Hannah Kopelman recomenda esta prática, especialmente para quem sofre de eczema ou acne. Partículas como pólen, fumo e poluição — potenciais desencadeadores destas condições — podem ficar retidas nas roupas, reforçando a importância da mudança ao chegar a casa.

A enfermeira e especialista em prevenção de infeções Shanina Knighton acrescenta que limitar a entrada de contaminantes públicos em casa é uma medida essencial de controlo de infeções, sobretudo em ambientes urbanos e em transportes públicos onde o contacto com superfícies têxteis é constante.

Ainda que a prática não seja consensual entre todos, começa a emergir como uma medida sensata — e até científica — de higiene moderna.