Denúncia do golpe: encerrados os prazos de defesa prévia, acusação contra Bolsonaro e militares entra em nova fase no STF
PGR poderá ser chamada a se manifestar sobre eventuais documentos novos apresentados pelos advogados. Na sequência, tema volta às mãos do relator, Alexandre de Moraes, a quem caberá liberar caso para julgamento na Primeira Turma. Jair Bolsonaro fala a jornalistas no Aeroporto de Brasília, em 6 de março de 2024 Sergio Lima / AFP Quando se encerrarem os prazos para que os acusados apresentem as defesas prévias à denúncia por tentativa de golpe de Estado em 2022, o caso entrará em uma nova fase no Supremo Tribunal Federal (STF). As respostas dos advogados começaram a chegar à Corte no fim de fevereiro. Cada denunciado tem prazo de 15 dias para apresentar o documento. Denúncia do golpe: veja os principais pontos das defesas Como a contagem deste período varia de acordo com a data de notificação judicial, ao longo dos próximos dias, o tribunal deve receber mais defesas prévias. Se as defesas apresentarem documentos novos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode ser chamada a se manifestar sobre as contestações. Terá, para isso, prazo de cinco dias. Encerrada essa etapa, o caso volta às mãos do ministro Alexandre de Moraes, que vai avaliar as informações das partes. Quando o tema estiver pronto para julgamento, o ministro deverá liberar a denúncia para a pauta da Primeira Turma do STF. O colegiado é formado por cinco ministros — além de Moraes, fazem parte da primeira turma os ministros Cristiano Zanin (atual presidente), Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. Análise da denúncia O grupo vai analisar, inicialmente, de a denúncia pode ser recebida, ou seja, se atende aos requisitos previstos em lei para ser admitida. A norma penal estabelece que uma denúncia deve expor os crimes investigados, as circunstâncias em que as infrações penais ocorreram, os dados dos acusados e o rol de testemunhas. Deve também ter justa causa, ou seja, apontar os elementos que indicam que houve o crime e que é possível considerar que o acusado é o responsável pela ação ilícita. O Supremo tem entendimentos no sentido de que, nesta fase de recebimento da denúncia, deve ficar demonstrado se há elementos mínimos de prova aptos a sustentar a acusação. Isso porque a avaliação completa do caso será feita de forma abrangente durante o processo penal, em que será garantido à todas as partes o direito de apresentar seus argumentos. Se concluir que a acusação pode ser admitida, a Primeira Turma vai tornar réus os denunciados. Eles passarão, então, a responder a um processo penal na Corte. Esse processo passará por fases de coleta de provas e depoimentos e, ao fim, por um julgamento em que será definido se os envolvidos são culpados ou inocentes.


PGR poderá ser chamada a se manifestar sobre eventuais documentos novos apresentados pelos advogados. Na sequência, tema volta às mãos do relator, Alexandre de Moraes, a quem caberá liberar caso para julgamento na Primeira Turma. Jair Bolsonaro fala a jornalistas no Aeroporto de Brasília, em 6 de março de 2024 Sergio Lima / AFP Quando se encerrarem os prazos para que os acusados apresentem as defesas prévias à denúncia por tentativa de golpe de Estado em 2022, o caso entrará em uma nova fase no Supremo Tribunal Federal (STF). As respostas dos advogados começaram a chegar à Corte no fim de fevereiro. Cada denunciado tem prazo de 15 dias para apresentar o documento. Denúncia do golpe: veja os principais pontos das defesas Como a contagem deste período varia de acordo com a data de notificação judicial, ao longo dos próximos dias, o tribunal deve receber mais defesas prévias. Se as defesas apresentarem documentos novos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode ser chamada a se manifestar sobre as contestações. Terá, para isso, prazo de cinco dias. Encerrada essa etapa, o caso volta às mãos do ministro Alexandre de Moraes, que vai avaliar as informações das partes. Quando o tema estiver pronto para julgamento, o ministro deverá liberar a denúncia para a pauta da Primeira Turma do STF. O colegiado é formado por cinco ministros — além de Moraes, fazem parte da primeira turma os ministros Cristiano Zanin (atual presidente), Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. Análise da denúncia O grupo vai analisar, inicialmente, de a denúncia pode ser recebida, ou seja, se atende aos requisitos previstos em lei para ser admitida. A norma penal estabelece que uma denúncia deve expor os crimes investigados, as circunstâncias em que as infrações penais ocorreram, os dados dos acusados e o rol de testemunhas. Deve também ter justa causa, ou seja, apontar os elementos que indicam que houve o crime e que é possível considerar que o acusado é o responsável pela ação ilícita. O Supremo tem entendimentos no sentido de que, nesta fase de recebimento da denúncia, deve ficar demonstrado se há elementos mínimos de prova aptos a sustentar a acusação. Isso porque a avaliação completa do caso será feita de forma abrangente durante o processo penal, em que será garantido à todas as partes o direito de apresentar seus argumentos. Se concluir que a acusação pode ser admitida, a Primeira Turma vai tornar réus os denunciados. Eles passarão, então, a responder a um processo penal na Corte. Esse processo passará por fases de coleta de provas e depoimentos e, ao fim, por um julgamento em que será definido se os envolvidos são culpados ou inocentes.