Defesa Civil emite alerta de altas temperaturas para o estado de SP

Atuação de massa de ar quente deve aumentar a sensação de tempo abafado. Especialista diz que é preciso reforçar a hidratação e evitar a exposição ao sol em horários de calor intenso. Termômetro marca 32°C na região de Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo MARCELO OLIVEIRA/RASPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO A Defesa Civil do estado de São Paulo emitiu um alerta de altas temperaturas para todo o território paulista entre este domingo (16) e a próxima quarta-feira (19). Segundo o órgão, a atuação de uma massa de ar quente deve aumentar a sensação de calor e de tempo abafado em diversas regiões do estado. As máximas podem chegar a: 38°C na região de Itapeva e Vale do Ribeira; 36°C na Baixada Santista e nas regiões de São José dos Campos, Araçatuba, Marília e Presidente Prudente; 35°C no Litoral Norte e nas regiões de Bauru e Araraquara; 34°C nas regiões do Vale do Paraíba, Presidente Prudente, Barretos e Franca; 33°C nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Sorocaba. Para driblar as altas temperaturas, o cardiologista Marcelo Franken, do Hospital Albert Einstein, recomenda procurar locais com sombra, ventilados ou com ar-condicionado para refrescar o corpo. O médico também destaca a importância de reforçar a hidratação e evitar a exposição ao sol no período em que as temperaturas são mais elevadas (10h às 16h). Os “oásis” de São Paulo: locais espalhados pela capital paulista ajudam a driblar o calorão Impactos da exposição ao calor extremo O ser humano é um animal homeotérmico, ou seja, possui a capacidade de regular a temperatura do próprio corpo e mantê-la constante, numa faixa entre 35,5°C e 37,5°C. Para isso, troca calor com o ambiente, se resfriando por meio da transpiração - seu principal mecanismo - e da dilatação de vasos sanguíneos. Quanto mais quente, maior a perda de água através do suor. Portanto, em dias de calor extremo é necessário reforçar a ingestão de líquidos para manter o organismo funcionando normalmente. A desidratação, por si só, é prejudicial ao sistema cardiovascular, podendo levar à queda de pressão e piora da função renal, além de aumentar os riscos de formação de coágulos, o que pode resultar em infartos e derrames. "Quando a gente atinge estado de estresse [térmico], a resposta do organismo é taquicardia, quer dizer, aumentar a frequência cardíaca para compensar a queda da pressão. Essa taquicardia pode sobrecarregar o coração", diz o cardiologista. Segundo o especialista, os grupos mais vulneráveis são crianças de até 2 anos e idosos acima dos 80, que desidratam mais rápido e podem não perceber que estão com sede. Pessoas com comorbidades também são sensíveis a altas temperaturas. "Os pacientes diabéticos são sempre grupo de risco, em qualquer situação, porque eles têm o sistema imunológico mais comprometido. Eles têm alterações no sistema nervoso autônomo, que é aquele responsável pelas autorregulações, inclusive da temperatura. Com isso, os diabéticos ficam mais vulneráveis ao calor. Além disso, o estresse leva ao aumento da glicemia, quer dizer, o aumento da glicose no sangue, e pode contribuir para a descompensação da doença", explica o Marcelo Franken.

Fev 16, 2025 - 20:55
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Defesa Civil emite alerta de altas temperaturas para o estado de SP

Atuação de massa de ar quente deve aumentar a sensação de tempo abafado. Especialista diz que é preciso reforçar a hidratação e evitar a exposição ao sol em horários de calor intenso. Termômetro marca 32°C na região de Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte de São Paulo MARCELO OLIVEIRA/RASPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO A Defesa Civil do estado de São Paulo emitiu um alerta de altas temperaturas para todo o território paulista entre este domingo (16) e a próxima quarta-feira (19). Segundo o órgão, a atuação de uma massa de ar quente deve aumentar a sensação de calor e de tempo abafado em diversas regiões do estado. As máximas podem chegar a: 38°C na região de Itapeva e Vale do Ribeira; 36°C na Baixada Santista e nas regiões de São José dos Campos, Araçatuba, Marília e Presidente Prudente; 35°C no Litoral Norte e nas regiões de Bauru e Araraquara; 34°C nas regiões do Vale do Paraíba, Presidente Prudente, Barretos e Franca; 33°C nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Sorocaba. Para driblar as altas temperaturas, o cardiologista Marcelo Franken, do Hospital Albert Einstein, recomenda procurar locais com sombra, ventilados ou com ar-condicionado para refrescar o corpo. O médico também destaca a importância de reforçar a hidratação e evitar a exposição ao sol no período em que as temperaturas são mais elevadas (10h às 16h). Os “oásis” de São Paulo: locais espalhados pela capital paulista ajudam a driblar o calorão Impactos da exposição ao calor extremo O ser humano é um animal homeotérmico, ou seja, possui a capacidade de regular a temperatura do próprio corpo e mantê-la constante, numa faixa entre 35,5°C e 37,5°C. Para isso, troca calor com o ambiente, se resfriando por meio da transpiração - seu principal mecanismo - e da dilatação de vasos sanguíneos. Quanto mais quente, maior a perda de água através do suor. Portanto, em dias de calor extremo é necessário reforçar a ingestão de líquidos para manter o organismo funcionando normalmente. A desidratação, por si só, é prejudicial ao sistema cardiovascular, podendo levar à queda de pressão e piora da função renal, além de aumentar os riscos de formação de coágulos, o que pode resultar em infartos e derrames. "Quando a gente atinge estado de estresse [térmico], a resposta do organismo é taquicardia, quer dizer, aumentar a frequência cardíaca para compensar a queda da pressão. Essa taquicardia pode sobrecarregar o coração", diz o cardiologista. Segundo o especialista, os grupos mais vulneráveis são crianças de até 2 anos e idosos acima dos 80, que desidratam mais rápido e podem não perceber que estão com sede. Pessoas com comorbidades também são sensíveis a altas temperaturas. "Os pacientes diabéticos são sempre grupo de risco, em qualquer situação, porque eles têm o sistema imunológico mais comprometido. Eles têm alterações no sistema nervoso autônomo, que é aquele responsável pelas autorregulações, inclusive da temperatura. Com isso, os diabéticos ficam mais vulneráveis ao calor. Além disso, o estresse leva ao aumento da glicemia, quer dizer, o aumento da glicose no sangue, e pode contribuir para a descompensação da doença", explica o Marcelo Franken.