Curiosity, rover da NASA, revela pista importante de que Marte já foi habitável

O rover Curiosity, da NASA, encontrou grandes depósitos do mineral carbonático siderita em Marte. A descoberta é um passo importante para compreender a capacidade do Planeta Vermelho em abrigar vida. Rover da NASA encontra as maiores moléculas orgânicas já vistas em Marte Vídeo de rover da NASA flagra redemoinho de poeira devorando outro em Marte Rover da NASA encontra rocha enigmática com "bolinhas" em Marte O estudo desenvolvido a partir do que foi encontrado pelo rover foi publicado na revista Science na última quinta-feira (17). As evidências foram coletadas pelo Curiosity em perfurações feitas em três locais diferentes na região da Cratera de Gale, em Marte, em 2022 e 2023. A siderita é um mineral de carbonato de ferro e a descoberta da sua presença nas rochas sedimentares perfuradas sugere que o Planeta Vermelho já contou com uma atmosfera rica em dióxido de carbono (CO2). Esse gás teria aquecido Marte por conta do efeito estufa, a ponto de possibilitar a existência de água líquida na sua superfície. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- "A descoberta de grandes depósitos de carbono na Cratera Gale representa um avanço surpreendente e importante em nossa compreensão da evolução geológica e atmosférica de Marte", destaca Benjamin Tutolo, principal autor do estudo e membro do Laboratório de Ciências de Marte da NASA. Minerais carbonáticos Os minerais carbonáticos são formados a partir da interação do CO2 com rochas e água. As amostras coletadas pelo Curiosity continham até 10,5% de siderita, composição que sugere que o dióxido de carbono de Marte foi retirado do ar e ficou armazenado em rochas. As pedras perfuradas foram formadas há cerca de 3,5 bilhões de anos e possuem camadas espessas de sulfato. Como rochas semelhantes foram encontradas em todo o território analisado no Planeta Vermelho, os cientistas estimam que boa parte do CO2 que já aqueceu Marte segue armazenado nelas. “A abundância de sais altamente solúveis nessas rochas e depósitos semelhantes mapeados em grande parte de Marte tem sido usada como evidência da 'grande secagem' de Marte durante sua mudança de um planeta primitivo, quente e úmido, para seu estado atual, frio e seco”, pontua Tutolo. O pesquisador ressalta ainda que a análise da produção de minerais carbonáticos em Marte pode auxiliar no entendimento de como seria possível realizar um processo semelhante aqui na Terra. Leia o estudo completo na Science. Leia também:  Astronauta mais velho da NASA em atividade celebra 70 anos de forma pouco comum Após criticas, Katy Perry se arrepende de fazer espetáculo com turismo espacial Sonda europeia revela fotos inéditas de terreno dinâmico e vulcânico de Marte   Leia a matéria no Canaltech.

Abr 22, 2025 - 19:28
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Curiosity, rover da NASA, revela pista importante de que Marte já foi habitável

O rover Curiosity, da NASA, encontrou grandes depósitos do mineral carbonático siderita em Marte. A descoberta é um passo importante para compreender a capacidade do Planeta Vermelho em abrigar vida.

O estudo desenvolvido a partir do que foi encontrado pelo rover foi publicado na revista Science na última quinta-feira (17). As evidências foram coletadas pelo Curiosity em perfurações feitas em três locais diferentes na região da Cratera de Gale, em Marte, em 2022 e 2023.

A siderita é um mineral de carbonato de ferro e a descoberta da sua presença nas rochas sedimentares perfuradas sugere que o Planeta Vermelho já contou com uma atmosfera rica em dióxido de carbono (CO2). Esse gás teria aquecido Marte por conta do efeito estufa, a ponto de possibilitar a existência de água líquida na sua superfície.

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"A descoberta de grandes depósitos de carbono na Cratera Gale representa um avanço surpreendente e importante em nossa compreensão da evolução geológica e atmosférica de Marte", destaca Benjamin Tutolo, principal autor do estudo e membro do Laboratório de Ciências de Marte da NASA.

Minerais carbonáticos

Os minerais carbonáticos são formados a partir da interação do CO2 com rochas e água. As amostras coletadas pelo Curiosity continham até 10,5% de siderita, composição que sugere que o dióxido de carbono de Marte foi retirado do ar e ficou armazenado em rochas.

As pedras perfuradas foram formadas há cerca de 3,5 bilhões de anos e possuem camadas espessas de sulfato. Como rochas semelhantes foram encontradas em todo o território analisado no Planeta Vermelho, os cientistas estimam que boa parte do CO2 que já aqueceu Marte segue armazenado nelas.

“A abundância de sais altamente solúveis nessas rochas e depósitos semelhantes mapeados em grande parte de Marte tem sido usada como evidência da 'grande secagem' de Marte durante sua mudança de um planeta primitivo, quente e úmido, para seu estado atual, frio e seco”, pontua Tutolo.

O pesquisador ressalta ainda que a análise da produção de minerais carbonáticos em Marte pode auxiliar no entendimento de como seria possível realizar um processo semelhante aqui na Terra.

Leia o estudo completo na Science.

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