Conheça a Árvore Mais Antiga do Mundo

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. O pinheiro-bristlecone de 4.800 anos foi mantido em segredo até 2021, quando um fotógrafo revelou ao mundo sua localização O post Conheça a Árvore Mais Antiga do Mundo apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Abr 29, 2025 - 09:43
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Conheça a Árvore Mais Antiga do Mundo

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

Árvores mais antigas que impérios não são tão raras quanto se imagina. Uma retorcida oliveira em Creta testemunhou gerações por quase 4.000 anos, dando frutos durante guerras, secas e a queda do império de Alexandre, o Grande.

Nas altas Montanhas Brancas da Califórnia, retorcida pelo vento e pelo tempo, está um pinheiro-bristlecone da Grande Bacia, conhecido como Methuselah. Com mais de 4.800 anos, a ancestral detém o recorde de árvore não clonal — ou seja, que cresce como um único organismo — mais antiga do mundo.

A localização de Methuselah foi mantida em segredo até ser revelada no verão de 1953 por um desvio do dendrocronologista Edmund Schulman. O cientista, que passou anos vasculhando o oeste dos Estados Unidos em busca de árvores antigas, voltava para casa de Idaho quando decidiu investigar rumores sobre pinheiros excepcionalmente velhos em um bosque de alta altitude.

Ali, na borda da zona florestal seca, Schulman encontrou Methuselah. Para determinar a idade da árvore, Edmund usou uma ferramenta conhecida como trado de incremento. O trado é basicamente uma broca estreita que extrai um núcleo delgado de uma árvore viva sem matá-la. Analisando os anéis concêntricos do núcleo, ele conseguiu contar pelo menos 4.789 anos de crescimento. Essa foi uma longevidade recorde que ampliou os limites conhecidos da vida arbórea.

Durante décadas, a localização exata de Methuselah foi mantida em segredo pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos para protegê-la contra o vandalismo. Esse véu de sigilo durou até 2021, quando uma divulgação de fotos revelou discretamente a identidade do antigo pinheiro.

Pinheiros-bristlecone crescem onde podem viver por milhares de anos

Nas regiões desoladas do oeste americano, onde os invernos castigam a terra com gelo e os verões a ressecam até o osso, os pinheiros-bristlecone da Grande Bacia (Pinus longaeva) dominaram a arte da paciência. Sua incrível longevidade é fruto de uma estratégia baseada na contenção.

Enquanto outras árvores competem para alcançar o dossel, os bristlecones desaceleram seu crescimento até quase parar. Nos solos pobres em nutrientes das altitudes subalpinas, onde a chuva é escassa, essa espécie prospera economizando energia.

O segredo de Methuselah

Enquanto pinheiros de regiões mais baixas perdem suas agulhas em apenas dois a quatro anos, os bristlecones conseguem manter seus fascículos de agulhas por até 45 anos — um recorde entre as coníferas, segundo um estudo de 1981. Isso reduz drasticamente o custo metabólico de produzir novas folhas ano após ano.

Os pinheiros-bristlecone da Grande Bacia representam um paradoxo botânico: ao crescer lentamente em ambientes hostis, vivem milhares de anos a mais que seus pares. Em um mundo obcecado por velocidade, eles oferecem um poderoso argumento a favor da longevidade pela quietude deliberada.

Foto da árvore mais antiga do mundo
Getty Images

Seus anéis de crescimento são estreitos, a madeira é densa e sua arquitetura é assimétrica. Todas essas características ajudam a suportar ventos brutais e a resistir à decomposição

Concorrência

Embora Methuselah tenha sido por muito tempo o marco da longevidade arbórea, ele não está sem rivais. No Parque Nacional Alerce Costero, no Chile, um imenso exemplar de Fitzroya cupressoides conhecido como Gran Abuelo, ou “Bisavô”, surgiu como um possível sucessor ao título.

Com base em amostras de núcleo parciais e modelagem estatística, o cientista climático Jonathan Barichivich estimou que a árvore tenha 5.484 anos — mais de seis séculos a mais que Methuselah. No entanto, sem um núcleo completo, o que provavelmente é impossível devido à deterioração interna, a alegação permanece não verificada.

Ainda assim, as descobertas de Barichivich chamaram a atenção mundial para a urgente mensagem que carregam sobre resiliência climática e preservação florestal.

Mesmo entre os pinheiros-bristlecone, Methuselah já teve um “irmão” mais velho. Em 1964, um bristlecone conhecido como Prometheus foi derrubado durante pesquisas sobre a história glacial perto de Wheeler Peak, em Nevada. Apenas após a análise da seção transversal os pesquisadores perceberam seu erro.

Prometheus havia vivido por pelo menos 4.862 anos — e possivelmente mais de 4.900 — dependendo de anéis não contados e estimativas de crescimento vertical. O episódio impulsionou a proteção das populações de bristlecones e deixou como legado o custo da curiosidade.

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