Como os camaleões mudam de cor? Entenda a fisiologia desse animal

Descubra como os camaleões utilizam cristais fotônicos e cromatóforos para mudar de cor, auxiliando sua camuflagem e temperatura. O post Como os camaleões mudam de cor? Entenda a fisiologia desse animal apareceu primeiro em Olhar Digital.

Abr 10, 2025 - 06:09
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Como os camaleões mudam de cor? Entenda a fisiologia desse animal

A capacidade de mudar de cor é uma habilidade incrível de alguns répteis, que vai muito além de algo “mágico”.

Trata-se de uma adaptação biológica que desempenha papéis importantes em suas vidas, como camuflagem, comunicação, regulação da temperatura corporal e até a expressão de emoções. Alguns animais bem famosos apresentam essa habilidade, como os camaleões.

Os camaleões possuem uma pele altamente sofisticada, com nanocristais que permitem uma ampla gama de cores e mudanças rápidas, já os lagartos dependem mais da redistribuição de pigmentos em células chamadas cromatóforos.

Essas diferenças revelam a complexidade e a versatilidade da evolução nos répteis, mostrando como cada espécie encontrou soluções únicas para sobreviver em seus habitats.

A ciência por trás da camuflagem

A mudança de cor em répteis, como nos camaleões, ocorre por três tipos principais de cromatóforos, cada um responsável por cores específicas.

Pele do camaleão
Camaleão com pigmentos de cor vermelha (Imagem: iacomino FRiMAGES/Shutterstock)

São eles:

  1. Melanóforos: produzem cores escuras, como preto e marrom;
  2. Iridóforos: refletem a luz e criam cores brilhantes, como azul e metálico, por meio de estruturas conhecidas como cristais fotônicos;
  3. Xantóforos: conferem tons amarelos, laranjas e vermelhos.

Essas células trabalham em conjunto para criar diferentes cores. Por exemplo, a combinação do azul dos iridóforos com o amarelo dos xantóforos resulta na cor verde.

Cristais fotônicos dos camaleões

O artigo publicado em 2015 na Nature Communications (Photonic Crystals Cause Active Colour Change in Chameleons) mostrou que a mudança de cor nos camaleões vai além da simples presença de pigmentos.

Camaleão Namaqua no Deserto do Namibe
Camaleão Namaqua no Deserto do Namibe (Imagem: Chantelle Bosch/Shutterstock)

Ela envolve estruturas chamadas cristais fotônicos, compostos por nanocristais de guanina organizados em padrões geométricos. Esses cristais controlam a luz refletida pela pele, ajustando os comprimentos de onda que se tornam visíveis.

Os camaleões possuem duas camadas de iridóforos:

  • Camada Superior: com cristais fotônicos altamente organizados, que ajustam sua distância de forma ativa. Em estados relaxados, os cristais estão compactados, refletindo comprimentos de onda mais curtos, como o azul. Quando o animal está excitado, os cristais se afastam, refletindo comprimentos de onda mais longos, como o vermelho e o amarelo;
  • Camada Inferior: com cristais maiores e menos organizados, essa camada reflete luz infravermelha, ajudando a regular a temperatura corporal, especialmente em habitats quentes.

Esse mecanismo permite que os camaleões alterem sua aparência para camuflagem ou interação social de forma eficiente e rápida, utilizando tanto as cores estruturais quanto os pigmentos presentes nas camadas superiores da pele.

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Finalidades da mudança de cor

A capacidade de mudar de cor desempenha papéis fundamentais em diversas situações.

Camaleão em cima de uma mão humana
Camaleão em cima de uma mão humana (Reprodução: Ante Hamersmit/Unsplash)

Dentre as finalidades já observadas pelos estudiosos, podemos citar as seguintes:

  • Controle de Temperatura: por serem ectotérmicos, dependem do calor externo para manter as funções metabólicas. Pela manhã, quando estão frios, escurecem a pele para absorver mais calor do sol. Ao atingir a temperatura ideal, clareiam a pele para refletir a luz solar e evitar superaquecimento. Essa habilidade também reduz sua visibilidade para predadores durante os momentos de exposição ao sol;
  • Camuflagem e Proteção: muitos répteis mudam de cor para se misturar ao ambiente, como adotando tons marrons no chão ou verdes nas árvores;
  • Comunicação e Interação Social: a mudança de cor é frequentemente usada para comunicação entre indivíduos da mesma espécie, exibindo cores brilhantes para atrair parceiros ou intimidar rivais. Curiosamente, conseguem equilibrar essa exibição sem se tornarem vulneráveis a predadores. Mantêm tons discretos na parte dorsal, mais visível aos predadores, enquanto exibem cores vibrantes nas laterais ou áreas voltadas para outros indivíduos.
  • Expressão de Emoções: nos camaleões, a mudança de cor também reflete estados emocionais, como estresse ou excitação. Durante disputas, podem assumir cores vibrantes para intimidar adversários ou impressionar potenciais parceiros.

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