Circulação de comboios parada devido a “adesão total” à greve de trabalhadores na CP
A adesão à greve dos trabalhadores da CP é de 100%, não tendo circulado qualquer comboio desde o início da paralisação às 00:00, disse à Lusa fonte do SFRCI – Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante. “A greve começou às 00:00 e até às 07:00 não circulou nenhum comboio. A adesão dos trabalhadores à greve […]


A adesão à greve dos trabalhadores da CP é de 100%, não tendo circulado qualquer comboio desde o início da paralisação às 00:00, disse à Lusa fonte do SFRCI – Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante.
“A greve começou às 00:00 e até às 07:00 não circulou nenhum comboio. A adesão dos trabalhadores à greve é total. Não há serviços mínimos”, adiantou à Lusa o sindicalista António Lemos.
O sindicalista disse que a greve visa reivindicar melhores condições salariais para todos os Trabalhadores da empresa.
“Após exaustivas negociações com a administração da CP — Comboios de Portugal, foi possível chegar a um acordo satisfatório em relação aos aumentos salariais para o ano em curso, mas este acordo “aguarda deferimento por parte das tutelas governativas desde fevereiro de 2025”.
A CP — Comboios de Portugal alertou no fim de semana para a possibilidade de “fortes perturbações na circulação” devido a uma greve convocada pelo SFRCI – Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, que representa revisores, trabalhadores de bilheteiras e comerciais.
Segundo a empresa, as perturbações na circulação podem ainda sentir-se ainda na terça-feira.
No domingo, num comunicado assinado por 13 estruturas sindicais, entre os quais o SFRCI – Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, os representantes dos trabalhadores acusaram a empresa de ter voltado atrás nas negociações com a justificação de que o Governo não autorizou a proposta que a transportadora iria assinar com os trabalhadores.
Na nota, indicaram que houve uma reunião no sábado à tarde entre a CP e os sindicatos, na qual “o presidente da administração da CP informou todas as organizações sindicais de que o governo não autorizou a administração a aplicar a última proposta” apresentada.
Segundo os sindicatos, trata-se de um “processo inédito”, já que a administração tinha apresentado uma contraproposta na quinta-feira para, dois dias depois, “dar o dito por não dito” e retirar essa proposta da mesa das negociações.
As estruturas sindicais afirmam que estavam “dispostas a aceitar” as condições da proposta apresentada pela empresa na quinta-feira, e que poderia ser “um passo importante para a solução de um problema estrutural na CP”, mas que agora a situação é de não haver qualquer acordo.
“O presidente da administração informou [os sindicatos, na reunião de sábado] que o Governo recusou a proposta com o argumento de se encontrarem em gestão e não poderem autorizar as medidas previstas no acordo”, lê-se no comunicado conjunto.
A Lusa contactou a CP e o Ministério das Infraestruturas e Habitação, mas só obteve uma curta resposta por parte do ministério de Miguel Pinto Luz, que confirmou que a proposta da empresa “não é enquadrável no âmbito das competências de um Governo em gestão”.
Segundo os sindicatos, a proposta da CP passava por um novo aumento a partir do mês de janeiro de 2025, a somar aos 34 euros aplicados por ato de gestão, de modo que seja reposta a diferença com o SMN — Salário Mínimo Nacional de 2018, um aumento variável em função de cada índice.
A empresa iria também aumentar em 4% todos os trabalhadores em dezembro de 2025, além de reduzir os tempos de permanência no primeiro índice para um ano, no segundo para dois anos, nos seguintes para três e no último para quatro, a partir de janeiro deste ano.
Na nota, dizem ainda que se mantém a greve de dois dias, em 07 e 08 de maio.