Cientistas descobrem ácido graxo que pode influenciar o autismo

Pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, identificaram uma possível relação entre os níveis de um ácido graxo específico presente no sangue do cordão umbilical e o risco de uma criança desenvolver o transtorno do espectro autista (TEA). Esse composto, chamado diHETrE, poderia fornecer novas pistas sobre as causas do autismo e ajudar na previsão […]

Fev 24, 2025 - 00:58
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Cientistas descobrem ácido graxo que pode influenciar o autismo

O estudo sugere que os níveis de diHETrE no sangue do cordão umbilical podem prever o risco de autismo, com implicações para intervenções futuras.

Pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, identificaram uma possível relação entre os níveis de um ácido graxo específico presente no sangue do cordão umbilical e o risco de uma criança desenvolver o transtorno do espectro autista (TEA). Esse composto, chamado diHETrE, poderia fornecer novas pistas sobre as causas do autismo e ajudar na previsão do diagnóstico.

Estudo aponta para o ácido graxo como fator determinante para o TEA

A pesquisa, que envolveu 200 crianças, analisou amostras de sangue do cordão umbilical e descobriu que o diHETrE, um ácido graxo poli-insaturado (AGPI), estava diretamente relacionado ao desenvolvimento de características autistas. Segundo os cientistas, níveis mais altos desse composto estavam associados a dificuldades nas interações sociais, enquanto níveis baixos estavam ligados a comportamentos repetitivos e restritivos.

DiHETrE pode ser a chave para entender o autismo em meninas e meninos

Os cientistas observaram que a relação entre os níveis de diHETrE e os sintomas de TEA foi mais notável nas meninas do que nos meninos, o que pode revelar um mecanismo específico para o desenvolvimento do transtorno em cada sexo. Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores alertam que mais estudos são necessários para confirmar essas descobertas e explorar formas de prevenção.

Detalhes do estudo e suas implicações futuras

O estudo, que foi publicado na renomada Psychiatry and Clinical Neurosciences, coletou amostras de sangue do cordão umbilical imediatamente após o nascimento e, aos seis anos, avaliou os sintomas de TEA nas crianças com o apoio das mães. Com base nesses dados, os pesquisadores sugerem que medir os níveis de diHETrE logo no nascimento poderia ser um método eficaz para prever o risco de autismo em uma criança, oferecendo uma oportunidade para intervenções precoces.

Potencial para intervenções durante a gravidez

A pesquisa ainda aponta que inibir o metabolismo do diHETrE durante a gestação poderia, teoricamente, reduzir o risco de traços de autismo em crianças, uma abordagem que abre novos caminhos para a prevenção. No entanto, os cientistas destacam que mais estudos clínicos serão necessários antes que essa hipótese possa ser validada.