‘Ciclo interminável de sangue’: Israel mata 1.250 palestinos em menos de duas semanas

Israel diz que atingiu mais de 600 alvos na faixa desde que quebrou o cessar-fogo e retomou o genocídio em Gaza.

Desde 18 de março, e por mais de duas semanas, as forças israelenses intensificaram os bombardeios aéreos, terrestres e marítimos na Faixa de Gaza e expandiram as operações terrestres, resultando em centenas de vítimas, destruição de infraestrutura civil e deslocamentos em larga escala.

O Ministério da Saúde de Gaza informou em que as forças israelenses mataram 1.249 pessoas e feriram 3.022 desde que Israel retomou a guerra em Gaza em 18 de março, encerrando unilateralmente um cessar-fogo firmado com o Hamas em janeiro.

Estima-se que mais de 280.000 pessoas tenham sido deslocadas nas últimas duas semanas, incluindo cerca de 100.000 pessoas de Rafah nos últimos dias, de acordo com o Site Management Cluster (SMC).

Jonathan Whittall, diretor interino do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) no Território Palestino Ocupado, descreveu a situação na Faixa de Gaza na quarta-feira como uma “guerra sem limites”.

O que está acontecendo lá é “um ciclo interminável de sangue, dor e morte”, dizendo: “Gaza se tornou uma armadilha mortal”.

Whittall estava informando repórteres na sede da ONU em Nova York por meio de um link de vídeo de Deir al-Balah, no centro de Gaza.

Defrin diz que o exército israelense está mantendo “ambiguidade operacional, para que possamos surpreender o inimigo e trazer conquistas significativas. Nossas ações falarão.”

Na quinta-feira, o porta-voz militar israelense, Brig. Gen. Effie Defrin, disse que Israel entrou em “uma nova fase” na guerra em Gaza.

“O plano atende aos objetivos da guerra, devolvendo os reféns e destruindo as capacidades militares e de governo do Hamas”, afirmou.

Defrin disse que os militares atingiram mais de 600 alvos na faixa desde que retomaram a guerra em 18 de março. Ele afirmou que os ataques mataram mais de 250 agentes do Hamas, incluindo 12 oficiais seniores da ala militar e do politburo do Hamas.

O massacre intensificado de palestinos por Israel continuou na sexta-feira.

Vinte e sete palestinos foram mortos em um ataque aéreo israelense a uma escola no norte de Gaza que servia de abrigo para famílias deslocadas, informou o Ministério da Saúde de Gaza.

Dezenas de outros ficaram feridos quando um ataque israelense teve como alvo a escola Dar al-Arqam, no distrito de Al-Tuffah, no nordeste da Cidade de Gaza.

Nas últimas 24 horas, mais de 86 palestinos foram mortos e mais de 280 ficaram feridos enquanto Israel realizava alguns dos seus bombardeios mais pesados ​​e implacáveis ​​na Faixa de Gaza em uma das noites mais brutais da guerra.

“Algumas horas e Gaza será apagada. Vocês só nos encontrarão no paraíso. Adeus aos ‘árabes’ mais injustos que a história já conheceu”, escreveu o jornalista palestino Khalil Abu Elias no Facebook.

Uma garota palestina em Gaza escreveu: “Nossas notícias não vão mais incomodá-lo de agora em diante. É só uma questão de dias, e todos terão ido embora. Que Deus não perdoe ninguém que ficou em silêncio sobre nossa opressão.”

“Acabei de enterrar minha filha sem a cabeça”, disse um clérigo palestino.

Na segunda-feira, o jornalista palestino Anas al-Sharif declarou: “ Os ataques aéreos que atingiram Gaza esta noite foram diferentes de tudo o que já foi testemunhado desde o início da guerra. Os ataques foram excepcionalmente intensos, e as bombas lançadas por aviões de guerra israelenses causaram destruição massiva e explosões aterrorizantes que podiam ser ouvidas a quilômetros de distância.”

Publicado originalmente pelo The Cradle em 04/04/2025

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