China ultrapassa marca de 36 milhões de toneladas de hidrogênio e lidera produção global
A China produziu aproximadamente 36,5 milhões de toneladas de hidrogênio em 2024, segundo dados da Administração Nacional de Energia (NEA, na sigla em inglês) divulgados nesta segunda-feira, 28. O volume representou mais de um terço da produção global estimada no mesmo período, que atingiu cerca de 100 milhões de toneladas, de acordo com a Agência […] O post China ultrapassa marca de 36 milhões de toneladas de hidrogênio e lidera produção global apareceu primeiro em O Cafezinho.

A China produziu aproximadamente 36,5 milhões de toneladas de hidrogênio em 2024, segundo dados da Administração Nacional de Energia (NEA, na sigla em inglês) divulgados nesta segunda-feira, 28.
O volume representou mais de um terço da produção global estimada no mesmo período, que atingiu cerca de 100 milhões de toneladas, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), com sede em Paris.
Com esses números, a China se consolida como um dos principais centros de produção de hidrogênio no mundo. A produção chinesa é majoritariamente derivada de combustíveis fósseis, que respondem por 56% do total. O hidrogênio gerado por meio da eletrólise, processo que utiliza eletricidade para separar hidrogênio da água, alcançou 320 mil toneladas no ano passado.
O relatório da NEA aponta que o país atingiu um ponto de inflexão para a expansão de projetos em escala industrial. A expectativa é que 2025 seja um período decisivo para o crescimento da indústria nacional de hidrogênio, com foco na ampliação da capacidade instalada e na consolidação de cadeias produtivas.
De acordo com Xu Jilin, vice-diretor-geral do Departamento de Conservação de Energia e Equipamentos de Ciência e Tecnologia da NEA, ainda existem obstáculos importantes a serem superados.
“O número de projetos planejados de hidrogênio renovável em larga escala está crescendo rapidamente, mas a tecnologia e as operações ainda estão aquém dos métodos tradicionais”, afirmou. Segundo ele, isso tem provocado lentidão na implementação e limitações na aplicação prática dos projetos.
Entre os principais desafios, estão a viabilidade econômica das tecnologias voltadas para o hidrogênio verde — produzido com o uso de fontes renováveis de energia — e a definição de padrões industriais que possam ser aplicados de forma ampla. O governo chinês anunciou que pretende intensificar o apoio à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à cooperação internacional nos próximos cinco anos.
A produção de hidrogênio verde na China, embora ainda represente uma parcela pequena do total nacional, cresceu significativamente em 2024. Segundo o levantamento da NEA, foram concluídos 35 novos projetos voltados à produção de hidrogênio verde, o que resultou em um aumento de 60% na capacidade instalada.
Atualmente, a capacidade anual de produção de hidrogênio verde da China é de 125 mil toneladas, o que corresponde a mais da metade da capacidade mundial estimada para esse tipo de combustível, conforme informou o governo.
A expansão da indústria do hidrogênio faz parte da estratégia chinesa para alcançar a meta de emissões líquidas zero até 2060. O setor passou a integrar o plano oficial de desenvolvimento do país a partir de 2023, quando foi incluído pela primeira vez no relatório de trabalho anual do governo central.
Até o final de 2024, as autoridades nacionais e locais da China haviam implementado mais de 560 políticas públicas voltadas ao setor de hidrogênio. As medidas abrangem incentivos fiscais, subsídios para pesquisa e desenvolvimento, planejamento de infraestrutura e integração com outras áreas da política energética nacional.
A estrutura logística da indústria também registrou crescimento. O número de postos de abastecimento de hidrogênio no território chinês chegou a 540 no fim de 2024, segundo a NEA. Esse total representa um crescimento de 30% em relação ao ano anterior. No mesmo período, o número de veículos movidos a células de combustível de hidrogênio em circulação alcançou 240 mil unidades, também com aumento de 30%.
A China tem buscado replicar, no setor de hidrogênio, estratégias aplicadas com êxito na indústria de veículos elétricos, baterias e painéis solares. Para isso, o país aposta em um modelo de fomento baseado em grandes volumes de produção, estímulos à inovação e coordenação entre os diferentes níveis de governo.
O relatório da NEA não menciona dados sobre exportações de hidrogênio ou parcerias internacionais específicas, mas aponta a intenção de ampliar a cooperação global como parte dos próximos passos da política energética nacional.
A estimativa da Agência Internacional de Energia de que a produção global de hidrogênio chegou a 100 milhões de toneladas em 2024 indica crescimento em relação às 97 milhões de toneladas produzidas em 2023.
Esse aumento reflete a intensificação dos investimentos em transição energética em diversos países, com foco no uso do hidrogênio como vetor de descarbonização em setores como transporte pesado, indústria e geração de energia.
A posição da China como principal produtora global reforça seu papel nas discussões internacionais sobre mudanças climáticas e energia limpa. A continuidade desse crescimento, no entanto, dependerá da superação dos desafios técnicos e econômicos associados à produção de hidrogênio de baixo carbono.
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