Caso Rodrigo Carvalheira: o que mudou um ano após denúncias de mulheres que acusam empresário de estupro e quais próximos passos

Dos três processos nos quais Carvalheira é réu, apenas um teve audiências e pode ter uma decisão ainda em 2025. Outros dois casos ainda aguardam as primeiras convocações. Empresário Rodrigo Carvalheira em foto de arquivo Reprodução/Instagram Nesta sexta-feira (11), faz um ano que o empresário Rodrigo Carvalheira foi preso após ser acusado, inicialmente, de estuprar três mulheres, no período entre 2009 e 2019. Após as primeiras acusações virem à tona, outras duas mulheres denunciaram o empresário. Dos cinco casos, três inquéritos avançaram no Judiciário, um prescreveu e o quinto ainda não teve denúncia apresentada. De acordo com a defesa dele, as acusações são falsas, e a prisão foi uma "armação política". Um ano depois de as primeiras denúncias virem a público, o g1 atualiza como estão os processos e o que deve acontecer ainda neste ano em relação a eles. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Segundo o relato das vítimas – que eram do mesmo ciclo de amizade de Rodrigo Carvalheira –, ele deu comprimidos para elas, que acordaram no dia seguinte com sinais de abuso sexual. Por causa do segredo de Justiça, os nomes das vítimas não são revelados. Preso em 11 de abril de 2024, Rodrigo Carvalheira foi solto com uso de tornozeleira eletrônica em 17 de abril e, em entrevista à TV Globo, disse que ficou surpreso com as acusações. "Tudo será apresentado. Sou inocente. São muito minhas amigas, e acho incrível que esteja acontecendo isso", afirmou, à época. Carvalheira voltou a ser preso em 6 de junho, a pedido do Ministério Público de Pernambuco, por causa de uma ligação que fez, em dezembro de 2023, para o tio de uma suposta vítima. O MPPE considerou que o empresário estaria interferindo nas investigações. O empresário foi solto em novembro de 2024, após cinco meses detido. Após um ano da primeira prisão, dos três processos aos quais Rodrigo Carvalheira responde, apenas um teve audiências de instrução e tem expectativa de uma decisão na primeira instância do Poder Judiciário ainda em 2025. Os outros dois casos nos quais o empresário é réu aguardam a marcação das primeiras audiências. Segundo um dos advogados das vítimas, Eloy Moury Fernandes, um dos processos está mais adiantado e já passou por todas as etapas previstas no Código Penal, faltando apenas o depoimento do réu, que está marcado para o mês de julho de 2025. “Desde outubro, o processo foi suspenso porque o réu mudou de advogado, e a Justiça entendeu que a nova equipe precisava de tempo para tomar conhecimento do caso. A próxima audiência está marcada para julho, e acreditamos que a Justiça já poderá decidir. Acreditamos na condenação e que isso pode encorajar outras possíveis vítimas a também denunciarem”, disse o advogado Eloy Moury Fernandes. Procurada pelo g1, a defesa de Rodrigo Carvalheira disse que não iria se pronunciar, justificando que o caso corre em segredo de Justiça. “Acreditamos na Justiça e no Poder Judiciário”, declarou o advogado Dhyego Lima, um dos defensores do empresário. Relembre relatos das mulheres Mulheres relatam detalhes de crimes sexuais atribuídos a Rodrigo Carvalheira Segundo relatos de duas mulheres ouvidas pela TV Globo em junho de 2024, elas foram dopadas antes dos abusos. Ambas disseram ao "Fantástico" que perderam a consciência e, quando acordaram, Rodrigo Carvalheira estava em cima delas (veja vídeo acima). Uma das situações denunciadas aconteceu no carnaval de 2019, após uma festa. “Foram muitas horas de festa, de bebida. E, às 8h, resolvemos ir para a casa de uma amiga nossa. Até que entramos no quarto. Depois disso, não lembro mais de nada. Só lembro de Rodrigo em cima de mim cometendo estupro", afirmou uma das vítimas em junho do ano passado. No dia seguinte, a mulher trocou mensagens com uma amiga e reclamou de ter sido abandonada por ela. Na resposta, a amiga explicou que Rodrigo Carvalheira a expulsou do quarto. A mulher contou que tomou coragem de denunciar o empresário após saber das primeiras três acusações contra ele, que vieram à tona em abril de 2024. "Ele só fazia isso com mulheres que estavam vulneráveis e eram próximas dele. Eu consegui entender que não estava sozinha ali, né? E, quando você tem o apoio de outras mulheres, tudo muda. Aí você começa a entender que você tem esse poder de poder ajudar outras mulheres a não passarem por isso ou, ao menos, diminuir esses casos", declarou, na entrevista. O empresário também foi acusado de cometer um estupro na adolescência. Na época, Rodrigo Carvalheira tinha 15 anos; e a vítima, 16. "A gente estava bebendo, e eu fiquei com Rodrigo nessa festa. E aí ele me levou para o andar onde tinha piscina, sauna do hotel. Os fatos que eu lembro, alguns flashes, é de estar nessa sauna e acordar com ele em cima de mim. Dele questionar se eu era virgem, porque, enfim, ele tinha visto, enfim, estava com sangue", contou a mulher, que também não pediu para não ser identificada. Uma amiga dessa mulher disse que a acompanhou na farmácia para comprar uma pílula do dia se

Abr 11, 2025 - 07:33
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Caso Rodrigo Carvalheira: o que mudou um ano após denúncias de mulheres que acusam empresário de estupro e quais próximos passos

Dos três processos nos quais Carvalheira é réu, apenas um teve audiências e pode ter uma decisão ainda em 2025. Outros dois casos ainda aguardam as primeiras convocações. Empresário Rodrigo Carvalheira em foto de arquivo Reprodução/Instagram Nesta sexta-feira (11), faz um ano que o empresário Rodrigo Carvalheira foi preso após ser acusado, inicialmente, de estuprar três mulheres, no período entre 2009 e 2019. Após as primeiras acusações virem à tona, outras duas mulheres denunciaram o empresário. Dos cinco casos, três inquéritos avançaram no Judiciário, um prescreveu e o quinto ainda não teve denúncia apresentada. De acordo com a defesa dele, as acusações são falsas, e a prisão foi uma "armação política". Um ano depois de as primeiras denúncias virem a público, o g1 atualiza como estão os processos e o que deve acontecer ainda neste ano em relação a eles. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Segundo o relato das vítimas – que eram do mesmo ciclo de amizade de Rodrigo Carvalheira –, ele deu comprimidos para elas, que acordaram no dia seguinte com sinais de abuso sexual. Por causa do segredo de Justiça, os nomes das vítimas não são revelados. Preso em 11 de abril de 2024, Rodrigo Carvalheira foi solto com uso de tornozeleira eletrônica em 17 de abril e, em entrevista à TV Globo, disse que ficou surpreso com as acusações. "Tudo será apresentado. Sou inocente. São muito minhas amigas, e acho incrível que esteja acontecendo isso", afirmou, à época. Carvalheira voltou a ser preso em 6 de junho, a pedido do Ministério Público de Pernambuco, por causa de uma ligação que fez, em dezembro de 2023, para o tio de uma suposta vítima. O MPPE considerou que o empresário estaria interferindo nas investigações. O empresário foi solto em novembro de 2024, após cinco meses detido. Após um ano da primeira prisão, dos três processos aos quais Rodrigo Carvalheira responde, apenas um teve audiências de instrução e tem expectativa de uma decisão na primeira instância do Poder Judiciário ainda em 2025. Os outros dois casos nos quais o empresário é réu aguardam a marcação das primeiras audiências. Segundo um dos advogados das vítimas, Eloy Moury Fernandes, um dos processos está mais adiantado e já passou por todas as etapas previstas no Código Penal, faltando apenas o depoimento do réu, que está marcado para o mês de julho de 2025. “Desde outubro, o processo foi suspenso porque o réu mudou de advogado, e a Justiça entendeu que a nova equipe precisava de tempo para tomar conhecimento do caso. A próxima audiência está marcada para julho, e acreditamos que a Justiça já poderá decidir. Acreditamos na condenação e que isso pode encorajar outras possíveis vítimas a também denunciarem”, disse o advogado Eloy Moury Fernandes. Procurada pelo g1, a defesa de Rodrigo Carvalheira disse que não iria se pronunciar, justificando que o caso corre em segredo de Justiça. “Acreditamos na Justiça e no Poder Judiciário”, declarou o advogado Dhyego Lima, um dos defensores do empresário. Relembre relatos das mulheres Mulheres relatam detalhes de crimes sexuais atribuídos a Rodrigo Carvalheira Segundo relatos de duas mulheres ouvidas pela TV Globo em junho de 2024, elas foram dopadas antes dos abusos. Ambas disseram ao "Fantástico" que perderam a consciência e, quando acordaram, Rodrigo Carvalheira estava em cima delas (veja vídeo acima). Uma das situações denunciadas aconteceu no carnaval de 2019, após uma festa. “Foram muitas horas de festa, de bebida. E, às 8h, resolvemos ir para a casa de uma amiga nossa. Até que entramos no quarto. Depois disso, não lembro mais de nada. Só lembro de Rodrigo em cima de mim cometendo estupro", afirmou uma das vítimas em junho do ano passado. No dia seguinte, a mulher trocou mensagens com uma amiga e reclamou de ter sido abandonada por ela. Na resposta, a amiga explicou que Rodrigo Carvalheira a expulsou do quarto. A mulher contou que tomou coragem de denunciar o empresário após saber das primeiras três acusações contra ele, que vieram à tona em abril de 2024. "Ele só fazia isso com mulheres que estavam vulneráveis e eram próximas dele. Eu consegui entender que não estava sozinha ali, né? E, quando você tem o apoio de outras mulheres, tudo muda. Aí você começa a entender que você tem esse poder de poder ajudar outras mulheres a não passarem por isso ou, ao menos, diminuir esses casos", declarou, na entrevista. O empresário também foi acusado de cometer um estupro na adolescência. Na época, Rodrigo Carvalheira tinha 15 anos; e a vítima, 16. "A gente estava bebendo, e eu fiquei com Rodrigo nessa festa. E aí ele me levou para o andar onde tinha piscina, sauna do hotel. Os fatos que eu lembro, alguns flashes, é de estar nessa sauna e acordar com ele em cima de mim. Dele questionar se eu era virgem, porque, enfim, ele tinha visto, enfim, estava com sangue", contou a mulher, que também não pediu para não ser identificada. Uma amiga dessa mulher disse que a acompanhou na farmácia para comprar uma pílula do dia seguinte, porque Carvalheira não tinha usado preservativo. A bula do remédio, que foi guardada em um diário na época, foi anexada ao inquérito policial. "Fiquei me sentindo muito culpada, achei que estava errada, que eu me coloquei nessa situação, que eu que tinha bebido. Uma vez que você vê que não foi só com você, então você tira, de uma certa forma, a culpa e coloca ali realmente um nome para o que aconteceu", falou a mulher à TV Globo, logo após as denúncias virem a público, em 2024. Quem é Rodrigo Carvalheira e cronologia do caso Empresário de 35 anos, ele faz parte de uma tradicional família pernambucana, com empreendimentos nas áreas de gastronomia, produção de eventos e imóveis; Rodrigo Carvalheira já foi secretário de Turismo de São José da Coroa Grande, no Litoral Sul de Pernambuco; Também foi nomeado presidente do diretório estadual do antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); Carvalheira foi alvo de cinco denúncias feitas por mulheres que faziam parte do círculo de amizade dele. Um caso prescreveu e outro ainda não teve andamento ou denúncia formal; Preso preventivamente em 11 de abril de 2024, ficou sete dias detido no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife; Foi solto, com uso de tornozeleira eletrônica, em 17 de abril de 2024; Carvalheira voltou a ser preso em 6 de junho, a pedido do Ministério Público de Pernambuco, por causa de um telefonema que fez, em dezembro de 2023, para o tio de uma suposta vítima. O MPPE considerou que o empresário estaria interferindo nas investigações; Foi solto novamente em 26 de novembro de 2024, após cinco meses detido. Defesa do empresário Rodrigo Carvalheira se defendeu no dia em que foi preso pela primeira vez. Em nota, a defesa do empresário disse que não havia provas contra ele e que as acusações baseavam-se unicamente em declarações das supostas vítimas. Também afirmou que eram uma tentativa de prejudicar a reputação e a integridade moral de Carvalheira. Após ser preso pela segunda vez, o empresário negou interferência no processo e disse que ligou para o homem após saber que a sobrinha negou ter sido estuprada por ele, quando foi contactada por uma das supostas vítimas. Carvalheira também afirmou que se relacionou com a vítima de um dos inquéritos, sob consentimento, no carnaval de 2019. Ele contou que mulher era sua amiga desde a adolescência e questionou a versão de que houve um estupro, pois organizou o aniversário dela no ano seguinte. VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias O