Caso da torta envenenada: suspeita de botulismo é linha de investigação
Três pessoas da mesma família seguem internadas em estado grave após consumirem alimentos em padaria interditada no Bairro Serrano, na Pampulha, em Belo Horizonte

A origem da intoxicação de três pessoas internadas em estado grave depois de comerem uma torta comprada em uma padaria no Bairro Serrano, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, está sendo investigada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) como possível botulismo. Nesta quinta-feira (25/4), a pasta confirmou que recebeu a notificação dos três casos suspeitos de intoxicação pela bacteria Clostridium botulinum.
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Uma análise preliminar de médicos que atenderam os pacientes indicava que os sintomas apresentados pelas vítimas eram compatíveis com intoxicação por substâncias tóxicas, como carbamato e organofosforado (ambas utilizadas em inseticidas) ou pela toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
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As vítimas são Cleuza Maria de Jesus, de 78 anos, hospitalizada em estado gravíssimo em Belo Horizonte, e o casal Fernanda Isabella de Morais Nogueira, 23, e José Vitor Carrillo Reis, 24, internados em Sete Lagoas. Todos consumiram, no último domingo (21/4), uma torta de frango e empadas compradas na Padaria Natália, que foi interditada um dia depois das internações.
Em campo, a SES-MG e a Vigilância Epidemiológica e Sanitária dos municípios de BH e Sete Lagoas recolheram amostras clínicas dos pacientes, bem como vestígios de alimentos como frango desfiado, milho verde, água e restos da torta suspeita. As amostras foram encaminhadas à Rede Nacional de Vigilância Laboratorial para análise, informou a pasta por meio de nota.
O episódio desencadeou uma operação conjunta das equipes de Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária dos municípios de Sete Lagoas e Belo Horizonte, além da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), que recolheram amostras de alimentos e de material clínico dos pacientes para análise em laboratório. "Até o momento, foi realizada a coleta de amostras clínicas dos pacientes, que serão encaminhadas para análise pela Rede Nacional de Vigilância Laboratorial", informou a SES-MG por meio de nota.
A Vigilância Sanitária de Belo Horizonte interditou o estabelecimento na manhã de quarta-feira (23/4), após constatar que o local funcionava sem alvará sanitário e apresentava problemas estruturais e de higiene. De acordo com a Prefeitura, a padaria sequer estava cadastrada no sistema municipal para iniciar o processo de regularização. Apesar disso, possuía alvará de localização e funcionamento.
Entenda o caso
O caso que motivou a interdição da padaria começou na segunda-feira (21/4), quando três pessoas da mesma família compraram uma torta de frango e empadas no estabelecimento, localizado no Bairro Serrano, na Região da Pampulha. Na madrugada do dia seguinte, todas foram internadas com sintomas graves de intoxicação alimentar.
Até esta quinta-feira (4/4), conforme familiares ouvidos pela reportagem, ainda não há um laudo definitivo do que causou a contaminação. Segundo a Prefeitura de Sete Lagoas, a sedação dos dois jovens começaria a ser reduzida ontem e eles seriam avaliados ao despertarem. Já Cleuza seguia na UTI, em estado grave, mas estável, informaram parentes.
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal estava em visita à idosa quando comprou os salgados. Horas depois, perceberam que a torta estava estragada e chegaram a retornar à padaria para devolver o produto. Já em Sete Lagoas, começaram a passar mal e procuraram atendimento médico, sendo imediatamente internados.
A idosa só apresentou os primeiros sintomas na manhã do dia seguinte. Ela teve uma parada respiratória e precisou ser reanimada pelo filho antes de ser levada a um hospital particular na capital.
Comunicada sobre o caso, a Polícia Civil de Minas Gerais isolou o local, acionou a perícia técnica e a vigilância sanitária, e conduziu o dono da padaria para prestar depoimento. Amostras dos alimentos foram recolhidas e encaminhadas para análise.