Casa de campo tem área externa de 790 m² e 33 espécies de plantas
Paisagismo exuberante integra a residência à natureza e valoriza cada espaço ao ar livre

Em busca de um refúgio em sua cidade natal, para descansar com a família e receber amigos, um casal com duas filhas adolescentes adquiriu esse terreno em um condomínio fechado na cidade de Bom Sucesso, em Minas Gerais. O objetivo era construir uma casa de final de semana.
O projeto de paisagismo, assinado pela arquiteta paisagista Flávia D’Urso, foi desenvolvido em paralelo ao projeto de arquitetura e interiores do arquiteto Mateus Monteiro.
Originalmente, o terreno contava apenas com algumas árvores, que foram preservadas na generosa área externa de 790m². A partir disso, os clientes expressaram um desejo claro: a presença marcante do verde em todos os ângulos da casa.
“O projeto arquitetônico, desenvolvido em paralelo ao paisagismo, permitia vistas emolduradas em cada ambiente. A partir desse pedido, entendemos que o projeto merecia jardins bem volumosos, exuberantes, que se distribuíssem em harmonia com a arquitetura, proporcionando também a privacidade necessária”, conta Flávia.
A relação afetiva dos moradores com a construção está presente em cada detalhe, como a escolha da pedra-sabão para revestir a fachada — um material que carrega forte herança cultural mineira.
“Sabendo disso, criamos um jardim com palmeiras Washingtônias, que trazem imponência através de seus troncos robustos e folhagens volumosas, emoldurando a fachada monolítica de pedra-sabão”, descreve.

Essas palmeiras compartilham o protagonismo com a diversidade de texturas de imbés undulatos, guaimbês, xanadus e marantas-charuto, compondo um jardim tropical e contemporâneo. Já os paus-mulatos e palmeiras solitárias se repetem ao longo da fachada, criando ritmo e reforçando os eixos verticais do projeto arquitetônico.
Nos fundos da casa, onde fica a área de lazer, o desnível do terreno foi um foi um dos desafios para a paisagista.
“A topografia foi muito estudada para criarmos acessos e áreas de permanência externas, que se distribuíssem bem e ambientassem espaços agradáveis e cercados de muito verde”, revela.
Para integrar os diferentes níveis, o projeto incluiu jardineiras que acompanham as escadas, repletas de espécies como íris roxa, marantas-charuto, imbés undulatos, palmeiras solitárias, palmeiras-fênix, agapantos e liriopes.
“A escada externa, toda gramada, emerge do terreno de maneira quase natural, prolongando o contato com a natureza e percorrendo a casa com muita leveza”, descreve.
Ao lado da piscina, em um nível abaixo do deque, encontra-se a área de estar ao ar livre com um fire pit.
“O canteiro de capim-do-Texas verde, com suas plumas delicadas, traz muita leveza para o espaço de lazer, complementado pelas palmeiras pescoço-marrom, que criam um pano de fundo com suas copas voltadas para a piscina. Nesse mesmo trecho, as oliveiras, localizadas em jardineiras, se encaixam nas escadas e seus troncos viram elementos escultóricos”, explica.
Para manter os jardins sempre exuberantes, todo o projeto dispõe de um sistema de irrigação por gotejamento, enterrado e automatizado.

Entre as 33 espécies escolhidas para compor o paisagismo, um pedido especial dos moradores não poderia faltar: “Como se trata de um cliente apaixonado por Minas Gerais, a jabuticabeira foi um pedido especial, já que é uma árvore com grande valor afetivo não só para os mineiros, mas também para quem passou a infância brincando nos quintais do interior”, finaliza.