Capital de Risco gerou cinco vezes mais emprego do que a média europeia em 2023

A Associação Portuguesa de Capital de Risco – APCRI anunciou que a indústria do Capital de Risco gerou cinco vezes mais emprego do que a média europeia em 2023.

Em 2023 a indústria de Private Equity e de Venture Capital criou 339.149 novos postos de trabalho, o que traduz um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, muito acima do crescimento de 1% registado em toda a economia europeia no mesmo ano. É esta a principal novidade do VI relatório anual “Private Equity at Work” lançado esta semana pela Invest Europe.

Segundo o relatório, o setor da Energia e do Ambiente foi aquele que registou o crescimento mais rápido de emprego em 2023, aumentando em 9,5% os postos de trabalho, enquanto as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) subiram 5,8% os seus postos de trabalho.

Segundo a Invest Europe, este “crescimento em setores estrategicamente importantes não é um fenómeno pontual, já que desde 2017, os dados mostram que as TIC têm sido o sector mais dinâmico em termos de emprego, crescendo a uma taxa média anual de 11,2%”.

Já o setor da biotecnologia e dos cuidados de saúde também superou o crescimento médio do setor, com 5,5% de novos postos de trabalho criados em 2023, o equivalente a quase 49 mil novos trabalhadores.

Stephan de Moraes, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco, diz que “o desempenho da indústria de capital de risco vem provar, mais uma vez, que este é um setor decisivo para promover a reindustrialização da Europa e garantir a sua independência e autonomia económica face à China e aos Estados Unidos da América”.

“As empresas investidas por fundos de Private Equity e de Venture Capital têm desempenhos muito acima dos respetivos setores e criam mais e melhor emprego, contribuindo para a competitividade europeia no mercado global”, acrescenta o presidente da APCRI.

“O Private Equity e o Venture Capital europeus continuam a demonstrar toda a sua importância e influência no crescimento da economia da Europa, defende a Investe Europe que revela que as empresas apoiadas por estes setores empregavam 11,2 milhões de pessoas em 2023 – mais do que toda a população de Portugal.

“Outros três milhões de pessoas estão empregadas nos setores dos produtos e serviços às empresas e dos produtos e serviços ao consumidor”, acrescenta.

A Invest Europ revela que mais de 1,6 milhões de profissionais trabalham nas TIC e quase 1,4 milhões na biotecnologia e nos cuidados de saúde, o que “indica a existência de enormes reservas de talento e capital humano para impulsionar a inovação e o crescimento”, ainda segundo a Invest Europe.

“A APCRI irá aprofundar a sua cooperação com a LPEA”

O presidente da APCRI defendeu esta terça-feira que o setor do capital de risco é um aliado dos objetivos estratégicos europeus, proporcionando às empresas o investimento, os profissionais e as competências necessárias para garantir que a Europa terá um futuro mais forte e mais sustentável. Stephan de Moraes falou na abertura da conferência que a Luxembourg Private Equity & Venture Capital Association – LPEA realizou em Lisboa.

“Tendo em conta os desafios que a economia Europeia enfrenta e a necessidade imperiosa do aprofundamento do Mercado Único, é importante que as associações de Capital de Risco dos vários países europeus se coordenem de forma a possibilitar o crescimento da indústria na Europa”, defendeu Stephan de Moraes na sua intervenção.

“Só assim o continente europeu será independente, tanto em termos financeiros e industriais, como em termos de inovação, realizando o potencial da força da economia deste continente”, acrescentou.

Segundo Stephan de Moraes a APCRI irá aprofundar a sua cooperação com a LPEA “para bem do capital de risco em ambos os países e na Europa em geral”. O Private Equity e o Venture Capital são cada vez mais considerados pelos agentes económicos infraestruturas centrais de investimento para a geração de emprego, criação de valor a longo prazo e cumprimento prioridades estratégicas.