Canto da baleia jubarte segue lei que fundamenta a linguagem humana

Os cientistas afirmam que as baleias aprendem o canto assim como os bebês aprendem as primeiras palavras. The post Canto da baleia jubarte segue lei que fundamenta a linguagem humana appeared first on Giz Brasil.

Fev 16, 2025 - 03:45
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Canto da baleia jubarte segue lei que fundamenta a linguagem humana

O canto da baleia jubarte apresenta padrões estatísticos em sua estrutura vocal que são surpreendentemente similares aos da linguagem humana. De acordo com um estudo publicado na revista Science, na última quinta-feira (6), as baleias podem aprender o canto similarmente ao modo como bebês começam a entender a linguagem humana.

Aliás, todas as linguagens da humanidade seguem o mesmo padrão. A palavra mais comum é geralmente usada duas vezes mais que a segunda mais comum, e três vezes mais que a terceira mais comum.

Essa regra estatística é a Lei de Zipf, que, de acordo com o estudo, está presente no canto das baleias jubarte.

O estudo sugere que, no caso da baleia jubarte, a Lei de Zipf é um modo que se desenvolveu porque facilita a comunicação culturalmente transmitida, assim como a linguagem humana.

Apenas machos da espécie cantam, pois o objetivo é atrair parceiras para reprodução. Aliás, o canto evolui constantemente, com novos elementos surgindo e se espalhando por populações de baleias jubarte.

Segundo Inbal Arnon, principal autor do estudo, o padrão no canto da baleia jubarte fortalece o entendimento de que a linguagem humana não é um fenômeno completamente diferente de outros sistemas de comunicação.

Como o canto da baleia jubarte é similar a linguagem humana?

Para descobrir como o canto das baleias jubarte segue a mesma lei, os cientistas buscaram por padrões estruturais inerentes similares aos da linguagem humana.

Desse modo, os pesquisadores analisaram gravações de cantos de baleias e criaram códigos alfanuméricos para representar cada canto de uma série de gravações. Após decodificar todos os cantos, uma equipe de linguistas decidiu usar a técnica de probabilidade transicional, que se aplica à maneira como os bebês descobrem as palavras.

“A fala é contínua e não há pausas entre palavras, então bebês precisam descobrir os limites das palavras. Para isso, os bebês usam informações estatísticas inferiores, como sons que são mais prováveis de ocorrerem juntos caso façam parte da mesma palavras”, diz Arnon.

Usando as versões alfanuméricas do canto das baleias jubartes, os cientistas calcularam as probabilidades transicionais entre elementos sonoros consecutivos. Eles fizeram um corte quando o próximo elemento era surpreendente em relação ao anterior.

Segundo Arnon, os cortes dividiram os cantos em subsequências segmentadas. Ao observar a distribuição dessas subsequências, os cientistas descobriram que elas seguem a mesma distribuição de todas as línguas humanas.

Além do canto da baleia jubarte seguir a mesma lei da linguagem humana, os cientistas descobriram que o som mais comum das baleias costuma ser curto, assim como as palavras humanas.

 

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