Bruce Logan, pioneiro dos efeitos de “2001”, “Star Wars” e “Tron”, morre aos 78 anos

Ele explodiu a Estrela da Morte e foi precursor no registro fotográfico de efeitos digitais

Abr 26, 2025 - 03:24
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Bruce Logan, pioneiro dos efeitos de “2001”, “Star Wars” e “Tron”, morre aos 78 anos

Pioneiro dos efeitos visuais também trabalhou em “2001: Uma Odisseia no Espaço” e “Tron”

Carreira revolucionária nos efeitos especiais

Bruce Logan, pioneiro dos efeitos visuais e diretor de fotografia, morreu no último dia 10 de abril em Los Angeles, após uma breve doença. Ele tinha 78 anos. A informação foi divulgada por sua esposa, Mariana Campos-Logan, apenas nesta sexta (25/4).

Com uma carreira de mais de cinco décadas, Logan trabalhou com diretores como Stanley Kubrick, George Lucas, John Huston, Robert Wise, William Friedkin, Jonathan Demme, Joel Schumacher e Terry Gilliam. Entre seus feitos mais emblemáticos estão os efeitos especiais de “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968) e a criação da explosão da Estrela da Morte em “Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança” (1977).

Início precoce e influência do pai no cinema

Nascido em 15 de maio de 1946, em Bushey Heath, Inglaterra, Bruce Logan foi educado no Merchant Taylor’s Guild School. Sem formação formal em escolas de cinema, aprendeu sobre o ofício com seu pai, Campbell Logan, diretor de dramas clássicos da BBC. Aos 14 anos, começou a produzir filmes de animação de forma autodidata.

Aos 19 anos, recebeu seu primeiro crédito profissional ao ser contratado para trabalhar com Douglas Trumbull nos efeitos visuais de “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968), sob direção de Stanley Kubrick. Logan descreveu a experiência como um “batismo de fogo”, tendo que defender suas imagens em sessões diárias com Kubrick por mais de dois anos.

Explosão da Estrela da Morte e outros trabalhos marcantes

Após trabalhar novamente com Trumbull em “Zabriskie Point” (1970), de Michelangelo Antonioni, Logan participou de outra missão histórica: criar a explosão da Estrela da Morte para o primeiro “Star Wars”, lançado em 1977 com o título original de “Guerra nas Estrelas”. Para simular a destruição no espaço, Logan e sua equipe filmaram miniaturas com câmeras de alta velocidade, utilizando explosivos como pólvora preta, silte e napalm.

Além de “Star Wars”, Logan trabalhou em efeitos especiais e cinematografia de filmes como “Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu” (1980), “Raposa de Fogo” (1982) e “A Incrível Mulher Que Encolheu” (1981).

Legado em “Tron” e a revolução dos efeitos digitais

Em 1982, Bruce Logan foi o diretor de fotografia de “Tron”, um dos primeiros filmes de Hollywood a integrar animação gerada por computador em sua narrativa visual. Anos depois, refletindo sobre a evolução da indústria, Logan afirmou que a chegada dos computadores democratizou o cinema, tornando-o mais acessível a novos criadores.

Ele ainda dirigiu o filme de ação “Vendetta” (1986) e produziu o segundo videoclipe de Madonna, “Borderline” (1984). Logan acumulou dois prêmios Emmy ao longo da carreira e era membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, do Director’s Guild of America e da American Society of Cinematography.

Sua filha, Mary Grace Logan, homenageou o pai nas redes sociais: “Antes que o CGI dominasse as telas, havia visionários que iluminavam o futuro com as próprias mãos. Meu pai não apenas trabalhou em filmes — ele criou mágica.”