Bônus Demográfico e a Educação no Agronegócio

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. O Brasil precisa acelerar a jornada de aprendizado das novas gerações de profissionais para atender às demandas atuais e futuras do mercado de trabalho O post Bônus Demográfico e a Educação no Agronegócio apareceu primeiro em Forbes Brasil.

Abr 30, 2025 - 16:45
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Bônus Demográfico e a Educação no Agronegócio

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

 

As estatísticas são claras O Brasil está envelhecendo cada vez mais rápido e deve chegar ao fim do chamado bônus demográfico antes do esperado. Trata-se do período em que a proporção de pessoas em idade ativa (PIA) supera a de menores de 14 anos e idosos.

Em tese, essa seria uma verdadeira janela de oportunidade para o crescimento econômico mais robusto de um país, e no nosso caso o atual período se encerraria em 2037. Mas hoje estima-se que o pico da população em idade ativa deve acontecer três ou quatro anos antes da previsão original. Essa antecipação é preocupante e, ao mesmo tempo, traz um sentido de urgência. Como essa verdadeira contagem regressiva para a competitividade do Brasil se relaciona com a educação e, mais especificamente, com o agronegócio?

Em primeiro lugar, já está passando da hora de o país acelerar e reforçar a jornada de aprendizado das novas gerações de profissionais, em números expressivos, para atender às demandas atuais e futuras do mercado de trabalho. Sem novos engenheiros, químicos, agrônomos, administradores, biólogos, cientistas e técnicos em geral, podemos enfrentar um apagão de mão de obra em pouco tempo, e quando for tarde demais.

Isso vale para todos os setores produtivos, incluindo o setor rural, que depende de profissionais qualificados, dentro e fora da porteira. A educação é um meio, portanto, para atingirmos esse objetivo maior, tirando proveito das condições ainda existentes.

Aqui temos uma notícia ruim e uma boa: Segundo alguns veículos de imprensa vêm relatando, o número de jovens que decidem cursar engenharia no país caiu de 469 mil, em 2014, para 358 mil em 2023. Por outro lado – e temos aí a notícia animadora -, a tendência é inversa em cursos ligados ao campo, como medicina veterinária, agronomia e gestão do agronegócio, onde a procura cresceu muito!

O Brasil não pode se dar ao luxo de perder esse bônus demográfico, que traz consigo um “momentum” de geração de progresso e riqueza, mas que está se encurtando rapidamente. E o caminho para atingir esse pleno potencial produtivo só poderá vir através de políticas públicas e ações de Estado na área da educação, que promovam um salto de qualidade nas escolas, que ajudem a superar os desafios estruturais do setor e combatam as desigualdades regionais, socioeconômicas.

Mesmo encaminhada a solução, o xis da questão segue sendo a governança. Entramos agora numa fase importante da discussão e aprovação, no Congresso Nacional, do novo Plano Nacional de Educação (PNE), documento que vai nortear os rumos do setor nos próximos dez anos. O Ministério da Educação tem apresentado diversos programas, mas sem planejamento, boa gestão de recursos, métricas e avaliações, correm o risco de serem apenas um punhado de boas intenções, sem resultados reais.

A sociedade como um todo precisa estar atenta e cobrar um PNE com metas objetivas, viáveis e mensuráveis. O setor rural também tem papel importante nisso. Seja fiscalizando os agentes públicos, despertando e atraindo vocações, gerando oportunidades e progresso. Há muito a ser feito. E o relógio está correndo!

*Leticia Jacintho é presidente da associação De Olho no Material Escolar. Produtora rural, também é formada em Administração de Empresas. Atuou no mercado financeiro, na área de Captação e Fundos, e, no Agronegócio, integra o Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias de São Paulo (Cosag/Fiesp).

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