Bolsa de Lisboa escapa a maré vermelha com família EDP a brilhar 5%
A bolsa de Lisboa foi das poucas que conseguiu escapar à pressão vendedora que varreu as principais praças mundiais. Pela Europa, as perdas superaram os 3% em alguns índices depois de Trump ter anunciado tarifas mais graves do que o esperado. Com a EDP Renováveis e EDP a brilharem, o PSI fechou acima da linha […]


A bolsa de Lisboa foi das poucas que conseguiu escapar à pressão vendedora que varreu as principais praças mundiais. Pela Europa, as perdas superaram os 3% em alguns índices depois de Trump ter anunciado tarifas mais graves do que o esperado. Com a EDP Renováveis e EDP a brilharem, o PSI fechou acima da linha de água.
Em contramão com o resto do mundo, o principal índice português avançou 0,13% para 6.967,03 pontos. Na Europa, onde a União Europeia já prometeu retaliar as tarifas de 20% anunciadas pelo Presidente americano, os índices de referência na Alemanha (DAX) e França (CAC-40) perderam mais de 3%. Aqui ao lado, o espanhol IBEX-35 perdeu mais de 1%.
Do outro lado do Atlântico, as bolsas de Wall Street estão a ser ainda mais fustigadas. O índice tecnológico Nasdaq derrapa quase 5% com a Apple a tombar 8%. É o pior dia desde a pandemia. S&P 500 e Dow Dones recuam entre 3% e 4%.
“Foi um dia de grandes quedas nos mercados de ações europeus, em reação à guerra de tarifas decretada por Donald Trump ao mundo, com a aplicação de tarifas recíprocas numa dimensão e abrangência geográfica superior à esperada, gerando receios de impacto económico e sobre na inflação”, referiram os analistas da sala de mercados do BCP.
EDP acelera 5%
A praça nacional evitou as perdas graças sobretudo ao excecional desempenho da EDP Renováveis e da EDP: somaram 5,1% e 5,09%, respetivamente, com os investidores a refugiarem-se no setor das utilities. A REN também valorizou mais 3%.
Embora apenas quatro das 15 cotadas nacionais tenham fechado com ganhos, foi o suficiente para o PSI fechar no verde e contrariar as fortes perdas da Galp (-5,35%) e do BCP (-4,42%).
“Os investidores procuraram refúgio em empresas de elevado dividendo, justificando performances apelativas das utilities, que em Portugal viu EDP, EDP Renováveis e REN registarem valorizações acentuadas e a colocarem o PSI em alta”, salientaram os analistas do BCP.
Os mercados acionistas foram duramente castigados esta quinta-feira com os investidores a temerem o impacto da guerra comercial no andamento da economia global.
Os receios quanto a uma travagem da economia estão também a atirar o petróleo para quedas superiores a 5%. E no mercado cambial, enquanto os analistas alertam para o risco de uma crise de desconfiança em relação ao dólar, o euro acelera para 1,10 euros, o valor mais elevado em seis meses, e os investidores tentam abrigar-se da incerteza no iene japonês e franco suíço.