Athena Advisers diz que Portugal está bem posicionado para captar parte do investimento em data centers na Europa até 2030
Portugal tem potencial para captar uma parte importante dos 240 mil milhões a 289 mil milhões de euros investimentos em infraestruturas que a consultora Mckinsey estima ser necessário até 2030 para que o setor de data centers consiga dar resposta à crescente procura e aumentar a sua capacidade dos atuais 10 gigawatts para 35 gigawatts, diz a consultora.

Acomodar o forte crescimento dos data centers na Europa implicará fortes investimentos nos próximos anos, e Portugal está bem posicionado para atrair parte deste capital, considera a Athena Advisers. A consultora elenca mesmo as principais vantagens competitivas do país, destacando a sua capacidade para instalar este tipo de ativo, o custo de energia, as infraestruturas de conectividade e a competitividade em termos geoestratégicos.
A procura por centros de dados disparou na Europa, estimulada pelo crescimento da digitalização, os rápidos avanços nas tecnologias de IA e aumento do seu uso. Acomodar esta procura vai implicar fortes investimentos em infraestruturas nos próximos cinco anos e, de acordo com a Athena Advisers.
Portugal tem potencial para captar uma parte importante dos 240 mil milhões a 289 mil milhões de euros investimentos em infraestruturas que a consultora Mckinsey estima ser necessário até 2030 para que o setor de data centers consiga dar resposta à crescente procura e aumentar a sua capacidade dos atuais 10 gigawatts para 35 gigawatts [Dados da McKinsey no âmbito de um artigo publicado em outubro de 2024 sob o titulo “The role of power in unlocking the European AI Revolution”].
A consultora considera que Portugal é um dos países europeus melhor posicionados para acomodar as necessidades desta procura, que deverá escalar, e à qual “uma resposta eficiente terá de passar por mercados que conjuguem fontes de energia fiáveis, preocupações de sustentabilidade, infraestruturas robustas de acesso à energia e transporte de dados, bem como disponibilidade de terrenos”.
“Há uma crescente pressão da procura de data centers na Europa, que deverá mais do que triplicar nos próximos cinco anos, exigindo maior capacidade de armazenamento e processamento de dados, maior capacidade energética e o aumento das respetivas instalações dedicadas. Acomodar este crescimento, que deverá ser extremamente rápido, implicará concretizar investimentos muito avultados ”, começa por dizer David Moura-George, diretor-geral da Athena Advisers Portugal.
“Na minha opinião, seria crucial o investimento do Governo português para reforçar as redes e comportar estas grandes necessidades de energia, e empresas como a E-Redes e a REN podem ajudar a agilizar a aprovação destes projetos”, defende.