Assembleia Municipal do Porto quer que IP e LusoLav apresentem projetos da alta velocidade

A proposta, apresentada pela CDU, foi aprovada por unanimidade durante a sessão ordinária da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na terça-feira à noite.

Abr 30, 2025 - 09:49
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Assembleia Municipal do Porto quer que IP e LusoLav apresentem projetos da alta velocidade
Porto

A Assembleia Municipal do Porto aprovou uma recomendação para que a Infraestruturas de Portugal (IP) e o consórcio LusoLav sejam convidados a apresentar numa sessão os projetos da alta velocidade e o seu atravessamento na cidade.

A proposta, apresentada pela CDU, foi aprovada por unanimidade durante a sessão ordinária da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na terça-feira à noite.

A recomendação surge quase três semanas depois do consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto) ter apresentado uma proposta de mudança para sul, em cerca de um quilómetro e meio, da estação de alta velocidade ferroviária de Santo Ovídio para uma localização em Vilar do Paraíso, que implicaria a perda de uma ligação direta à linha Amarela, mas uma extensão da Linha Rubi, bem como a passagem de uma ponte rodoferroviária sobre o Douro para duas travessias.

A proposta não vinculativa foi discutida pelos órgãos municipais de Vila Nova de Gaia, tendo sido aprovada pela maioria socialista na câmara e adiada a votação, por proposta do BE, na Assembleia Municipal.

Quer o Governo, quer a IP, quer a Câmara do Porto, quer a Metro do Porto declararam não ter tido conhecimento da proposta do consórcio.

A CDU insta assim o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e a Comissão de Apoio à Mesa da Assembleia Municipal organizarem uma sessão e convidarem a IP e o consórcio a apresentarem os projetos relativos ao atravessamento da cidade pela alta velocidade.

“Não é aceitável esta falta de respeito para com a cidade do Porto, a sua população e os seus órgãos autárquicos democraticamente eleitos”, afirma a CDU, que já tinha classificado o sucedido como “um desrespeito pelo Porto”.

Também Rui Moreira já tinha afirmado que o Porto teria “uma palavra a dizer” sobre eventuais alterações ao projeto.

“Parece normal que alguém olhe para aquele projeto e pergunte se aquilo faz algum sentido. Se alguém está agora, tardiamente, a olhar para isso, com certeza que depois virão falar connosco e adequar eventuais alterações aquilo que é a nossa vontade porque, apesar de tudo, teremos seguramente uma palavra a dizer”, referiu.

 Em 16 de abril, o Governo e IP asseguraram que qualquer alteração ao traçado adjudicado no troço Porto-Oiã da linha de alta velocidade tem de cumprir a lei e o caderno de encargos.

O Plano Ferroviário Nacional, aprovado pelo Governo em março e publicado hoje em Diário da República (DR), estabelece que a estação de alta velocidade de Gaia é em Santo Ovídio, ligando às linhas Amarela e Rubi do metro.