Aranha, ex-Santos, diz que exigência com goleiros hoje aumentou e conta planos para a carreira

Mário Lúcio Duarte Costa, mais conhecido como Aranha, deixou os gramados em 2018 e, após se aposentar, tornou-se escritor, onde as suas publicações têm como foco as questões raciais no Brasil. Em entrevista exclusiva ao Torcedores.com, o ex-goleiro abriu o jogo sobre as mudanças com os arqueiros no futebol brasileiro e revelou os próximos passos na carreira fora das quatro linhas. 

O ponto mais forte para um bom goleiro, segundo Aranha 

“Ser goleiro hoje é diferente da minha época pra trás”, contou Aranha, que passou pela ‘transição’ entre o que era esperado da posição e o que começou a ser ‘cobrado’. Na visão do ex-jogador, hoje se vê uma exigência maior para que o atleta trabalhe mais com os pés e participe mais do jogo em si, não só com defesas. 

“Eu acredito que a regularidade é o ponto mais forte para o goleiro. O goleiro que é regular, ele vai estar bem tecnicamente, fisicamente, mentalmente e isso vai dar uma tranquilidade pra ele poder decidir nos momentos importantes”, explicou o ex-arqueiro. 

Além disso, Aranha acredita que uma junção de fatores podem ajudar no bom desempenho na posição, como técnica, física e mental em dia, e o momento do próprio clube, que pode ou não exigir mais do goleiro. 

Planos para o futuro e experiência como escritor 

Mário Aranha, ex-jogador do Santos, já tem duas obras publicadas após se aposentar do futebol. A primeira foi “Brasil Tumbeiro”, que resgata as memórias e o protagonismo de figuras negras na história do Brasil que são por muitas vezes apagadas da história. A segunda foi ‘Patrocínio’, que conta a história de José de Patrocínio, uma das figuras marcantes que esteve presente no movimento abolicionista no país lutando contra a escravidão. 

“Eu acredito que a transformação vai vir através da informação, da educação.  Aquele que não conhece a sua história está fadado a cometer os mesmos erros do passado. Então, os meus livros tratam basicamente disso, de trazer grandes referências e exemplos que ficaram perdidos, foram apagados propositalmente ao longo da história”, contou. 

O ex-goleiro está produzindo o terceiro livro, que terá como tema Chico Rei, que foi representante da luta contra a escravidão em busca de liberdade e dignidade. Durante a entrevista, o autor ressaltou que tem como objetivo trazer exemplos para inspirar a juventude, para que ela enxergue todas as possibilidades e possa sonhar cada vez mais alto.

Sobre o futuro, a prioridade é terminar a publicação: “Não faço planos muito distantes, muito longos, vou vivendo dia após dia e colocando metas mais curtas, como terminar meu próximo livro e vou agarrando as oportunidades que aparecem, que me deixam feliz e que me deixam bem mentalmente”, finalizou Aranha.