“Anora” é o grande vencedor do Oscar 2025

Filme de Sean Baker venceu cinco troféus da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, incluindo Melhor Filme e Melhor Atriz com Mikey Madison

Mar 3, 2025 - 06:09
 0
“Anora” é o grande vencedor do Oscar 2025

A consagração de “Anora”
“Anora” levou o Oscar de Melhor Filme e mais quatro prêmios na cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, incluindo o de Melhor Atriz, em que Mikey Madison superou a brasileira Fernanda Torres. Os outros três troféus foram conquistas individuais do diretor Sean Baker: Melhor Direção, Roteiro Original e Edição.

O longa sobre o casamento traumático de uma dançarina exótica com o filho de um oligarca russo apaixonou os integrantes da Academia de tal forma que, dos seis troféus a que concorria só perdeu um: Melhor Ator Coajduvante, com Yura Borisov.

O Oscar do Brasil e outros feitos históricos

A frustração pela derrota de Fernanda foi compensada pelo primeiro Oscar conquistado pelo Brasil. “Ainda Estou Aqui” venceu como Melhor Filme Internacional, após o país ficar 26 anos sem receber indicações na categoria.

O Oscar 2025 teve outras primeiras vezes marcantes. Ao conquistar o troféu de Melhor Atriz Coadjuvante por “Emilia Pérez”, Zoe Saldaña enalteceu o fato de ser filha de imigrantes e a primeira descendente dominicana a vencer o Oscar.

Paul Tazewell tornou-se o primeiro homem negro a ganhar o Oscar de Melhor Figurino por “Wicked”. Além disso, houve a surpreendente vitória da produção independente “Flow” como Melhor Animação sobre os favoritos dos grandes estúdios, que representou a primeira vitória de uma produção da Letônia no Oscar.

O aspecto menos surpreendente do Oscar foi a escolha dos intérpretes masculinos: Adrian Brody e Kieran Culkin eram certezas como Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante.

Cerimônia cafona com apresentação constrangedora

Em seu aspecto televisivo, a premiação foi cafona, incorporando elementos musicais antigos, apesar dos nomes envolvidos. A noite foi aberta por uma apresentação de Ariana Grande e Cynthia Erivo com músicas de “O Mágico de Oz” e “Wicked”, contou com uma homenagem musical à franquia 007 com participações de LISA (do BLACKPINK), Doja Cat e Raye, e ainda incluiu um tributo a Quincy Jones com Queen Latifah.

Os discursos foram neutros, como a longa autoindulgência de Adrien Brody, que parecia querer dizer algo mais importante do que acabou dizendo, ou extremamente politizados, como dos diretores de “No Other Land”, vencedor de Melhor Documentário, que culparam os Estados Unidos por ajudar a opressão israelense na Faixa de Gaza. Além disso, Zoe Saldaña emocionou ao enaltecer os imigrantes diante da política opressiva do governo Trump.

Já a apresentação de Conan O’Brien entra para os anais como uma das mais constrangedores da premiação, marcada por piadas graça e até insensíveis. Um dos pontos mais baixos foi uma brincadeira com o tema de “Ainda Estou Aqui” na abertura do evento. Ao falar sobre como o marido de Eunice Paiva desaparece, ele disse que sua mulher também desejaria que ele desaparecesse como no filme. A piada gerou um silêncio constrangedor, que o próprio apresentador mencionou – sinal que, ao contrário de Conan, os presentes na cerimônia viram o filme brasileiro.

Lista de Vencedores

Confira a lista completa dos vencedores da Academia para o Oscar 2025.

MELHOR FILME
“Anora”

MELHOR DIREÇÃO
Sean Baker – “Anora”

MELHOR ATRIZ
Mikey Madison – “Anora”

MELHOR ATOR
Adrien Brody – “O Brutalista”

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Zoe Saldaña – “Emilia Pérez”

MELHOR ATOR COADJUVANTE
Kieran Culkin – “A Verdadeira Dor”

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Sean Baker – “Anora”

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Peter Straughan – “Conclave”

MELHOR ANIMAÇÃO
“Flow”

MELHOR FILME INTERNACIONAL
“Ainda Estou Aqui”

MELHOR DOCUMENTÁRIO
“No Other Land” – Basel Adra, Rachel Szor, Hamdan Ballal e Yuval Abraham

MELHOR DOCUMENTÁRIO CURTA-METRAGEM
“A Única Mulher na Orquestra” – Molly O’Brien e Lisa Remington

MELHOR CURTA-METRAGEM
“I’m Not a Robot”

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
“In the Shadow of Cypress”

MELHOR TRILHA SONORA
Daniel Blumberg – “O Brutalista”

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
“El Mal” (“Emilia Pérez”)

MELHOR SOM
Gareth John, Richard King, Ron Bartlett e Doug Hemphill – “Duna: Parte II”

MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
Nathan Crowley e Lee Sandales – “Wicked”

MELHOR FOTOGRAFIA
Lol Crawley – “O Brutalista”

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADOS
Pierre-Olivier Persin, Stéphanie Guillon e Marilyne Scarselli – “A Substância”

MELHOR FIGURINO
Paul Tazewell – “Wicked”

MELHOR EDIÇÃO
Sean Baker – “Anora”

MELHORES EFEITOS VISUAIS
Paul Lambert, Stephen James, Rhys Salcombe e Gerd Nefzer – “Duna: Parte II”