Aline venceu no voto do público, mas foi eliminada: o que isso diz sobre o BBB 25?

Baiana teve vantagem significativa no voto único, mas torcidas negaram a vontade popular para tirá-la no 10º Paredão

Mar 26, 2025 - 06:41
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Aline venceu no voto do público, mas foi eliminada: o que isso diz sobre o BBB 25?

A mais popular perdeu

Aline Patriarca foi eliminada do BBB 25 na noite de terça-feira (25/3) com 51,73% da média geral dos votos. O número esconde uma contradição: no voto único — limitado a um por CPF e considerado o mais representativo da audiência — ela foi bem menos rejeitada que Maike Cruz. Ainda assim, saiu do programa, derrotada pela força das torcidas organizadas no sistema de voto ilimitado.

Na votação individual, Aline recebeu 45,10% dos votos para sair, enquanto Maike ficou com 53,32%. Ou seja, se dependesse exclusivamente da decisão do público, a baiana seguiria no jogo. O que pesou foi a mobilização de militâncias virtuais, que colocaram Aline como alvo de mutirões e empurraram sua rejeição para 58,36% no voto de torcida — um formato que permite milhares de votos por pessoa.

A média aritmética entre os dois sistemas resultou na eliminação de quem foi claramente preferida pelo público geral.

Torcidas tiraram favorita

A eliminação de Aline escancara o peso das torcidas na dinâmica do programa e reforça a discrepância entre opinião geral e força de mobilização.

Criado para conter o domínio das torcidas que comandaram as edições do BBB 21, 22 e 23, o modelo híbrido foi implantado no ano passado, mas passou ileso pelo BBB 24, quando público e torcidas estavam do mesmo lado. O teste real veio agora no BBB 25 — e o sistema falhou.

A eliminação de Aline marcou a segunda vez nesta temporada em que o voto popular e o voto de torcida apontaram caminhos opostos. Na primeira, Vitória Strada foi salva pelo voto único, contrariando a tentativa de mutirão para eliminá-la e beneficiar Gabriel Yoshimoto. A força do voto individual foi decisiva naquele momento, contrariando o engajamento artificial das torcidas. Agora, no entanto, o público tentou manter Aline, mas foi derrotado pela mobilização organizada.

O resultado reforça uma disfunção central: quando o voto ilimitado tem o mesmo peso do voto único, a estrutura favorece quem tem torcida — não quem agrada mais à audiência.

Público assiste, mas não decide

A proposta inicial do sistema era equilibrar dois perfis de engajamento. Entretanto, a ausência de pesos diferentes entre os dois formatos — ambos somando igualmente na média final — neutraliza a representatividade do voto único e dá margem para que torcidas sigam determinando os rumos do jogo.

Ao permitir que o voto ilimitado — por definição, desigual — valha tanto quanto o voto único, a Globo mantém o comando do jogo na mão de grupos organizados. O público pode até expressar sua vontade, mas ela pouco importa, se as torcidas que tem maior capacidade de mobilização é que decidem quem fica e quem sai.