Alibaba (BABA34): Chinesa entrega maior taxa de crescimento desde 2023 no trimestre e é tese interessante para além dos EUA
Os resultados trimestrais da Alibaba (BABA34) revelaram valores bem acima das expectativas do mercado. Confira análise. O post Alibaba (BABA34): Chinesa entrega maior taxa de crescimento desde 2023 no trimestre e é tese interessante para além dos EUA apareceu primeiro em Empiricus.
A gigante chinesa Alibaba (B3: BABA34 | NYSE: BABA) reportou, na quinta-feira (20), os seus resultados do trimestre encerrado em dezembro de 2024. Os números vieram bem acima das expectativas dos analistas, o que fez com que a ação BABA chegasse a subir mais de 10% no pré-market.
As vendas da Alibaba no período totalizaram CN¥ 280,154 bilhões (US$ 38,381 bilhões), valor 7,6% maior na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
E-commerce, operações internacionais e serviços em nuvem da Alibaba lucram no trimestre
Analisando por linha de negócio, a parte do comércio eletrônico na China (Taobao and Tmall Group) teve receita de CN¥ 136,091 bilhões (US$ 18,644 bilhões), uma alta de 5,4% ante um ano atrás. As operações voltadas ao varejo tiveram vendas de CN¥ 129,516 bilhões (US$ 17,743 bilhões, +4,6%), enquanto a de atacado totalizaram CN¥ 6,575 bilhões (US$ 901 milhões, +23,9%).
Já as operações internacionais da Alibaba continuam apresentado forte crescimento, com vendas de CN¥ 37,756 bilhões (US$ 5,173 bilhões, +32,4%), impulsionadas tanto pela parte voltada ao varejo (CN¥ 31,533 bilhões, US$ 4,323 bilhões, +35,7%) quanto ao atacado (CN¥ 6,203 bilhões, US$ 850 milhões, +18%).
O segmento de computação em nuvem (Cloud Intelligence), que vinha sendo uma das grandes decepções da companhia dado ao baixo ritmo de crescimento, finalmente teve um trimestre com aumento de dois dígitos nas vendas. No período, a receita foi de CN¥3 1,742 bilhões (US$ 4,349 bilhões), aumento de 13,1% na comparação anual.
Por outro lado, a parte de logística (Cainiao Smart Logistics Network), que juntamente com as operações internacionais vinham sendo um dos principais vetores de aumento nas vendas, ficou praticamente estável em relação a um ano atrás, com vendas de CN¥ 28,241 bilhões (US$ 3,869 bilhões, -0,8%).
Crescimento da BABA34 é menor do que as vendas
O Ebitda ajustado no período foi de CN¥ 54,583 bilhões (US$ 7,515 bilhões), uma alta de 3,8% na comparação anual e o equivalente a uma margem de 19,6% (-0,7 ponto percentual ante mesmo trimestre de 2023).
Do lado positivo, a parte de cloud computing viu seus lucros operacionais crescerem mais de 33% na comparação anual, totalizando CN¥ 3,138 bilhões (US$ 430 milhões). O e-commerce chinês, principal linha de negócio da companhia, teve aumento de quase 2% na comparação anual (CN¥ 61,083 bilhões, US$ 8,368 bilhões).
Os principais responsáveis pelo crescimento da Alibaba ser menor do que as vendas foram as operações internacionais e de logística: enquanto o primeiro viu seu prejuízo operacional passar de CN¥ 3,146 bilhões para CN¥ 4,952 bilhões (US$ 678 milhões), por conta dos maiores investimentos, o segundo viu o lucro cair mais de 76%, totalizando CN¥ 235 milhões (US$ 32 milhões) devido a redução dos negócios tanto domésticos como no exterior.
Na linha final de resultado, o lucro líquido ajustado da Alibaba foi de CN¥ 51,066 bilhões (US$ 6,996 bilhões), o CN¥ 21,39 (US$ 2,93) por ADR, aumento de 12,8% em relação ao mesmo período de 2023.
Capacidade de geração de caixa da empresa é reafirmada
A companhia continuou demonstrando uma forte capacidade de geração de caixa, com suas operações trazendo CN¥ 70,915 bilhões (US$ 9,715 bilhões) nos três meses encerrados, quase 10% acima do reportado um ano atrás.
E isso tem permitido a continuar investido no negócio, com o capex da Alibaba no trimestre totalizando CN¥ 31,369 bilhões (US$ 4,297 bilhões), mais de quatro vezes o montante gasto no mesmo período de 2023.
O que não impediu, entretanto, que a direção continuasse a colocar em prática o seu programa de recompra de ações, tendo alocado mais US$ 1,3 bilhão no período. Nos últimos oito trimestres, já foram mais de US$ 25 bilhões retornado aos acionistas com a redução no número de ações BABA por parte da companhia.
Sem falar no saldo da caixa que a empresa reportou ter ao final do ano passado, que totalizava mais de CN¥ 378,5 bilhões (US$ 51,9 bilhões).
Pontos do resultado de Alibaba que merecem atenção
Um deles é que o consumidor chinês ainda apresenta cautela para aumentar o seu consumo.
Isso porque o crescimento de 5% na parte do comércio eletrônico chinês veio das maiores receitas de gerenciamento para os sellers da plataforma tanto no varejo (CN¥ 100,79 bilhões, US$ 13,808 bilhões, +9,4%) quanto no atacado (CN¥ 6,575 bilhões, US$ 901 milhões, +23,9%), devido a um maior volume de vendas e um maior take-rate (varejo) como no aumento de vendas de serviços para membros pagantes (atacado).
De acordo com a companhia, uma parte desse crescimento junto aos sellers se deu pelo maior uso do Quanzhantui, ferramenta de marketing digital que utiliza IA que permitiu que vendedores de menor porte se beneficiem da conveniência e melhora da eficiência de suas ações de marketing.
Já as vendas diretas da Alibaba tiveram soma de CN¥ 28,726 bilhões (US$ 31,649 bilhões), um recuo de 9,3% na comparação anual.
Importante salientar, entretanto, que a decisão tomada pela direção em vender suas participações na Sun Art e na Intime, permitindo que a empresa focasse seus esforços nos seus negócios principais de varejo eletrônico, também gerou impacto nas vendas diretas do negócio com um todo.
No segmento de cloud, o crescimento da receita excluindo as subsidiárias da Alibaba foi de 11%, principalmente por conta do aumento de dois dígitos nos produtos de nuvem pública, incluindo aqueles relacionados à Inteligência Artificial — que mantiveram o bom momento, crescendo três dígitos na comparação anual pelo sexto trimestre consecutivo.
Segundo Eddie Wu, CEO da Alibaba, a expectativa é de que o segmento Cloud Intelligence continue apresentando boas taxas de crescimentos nos próximos trimestres por conta da maior demanda de produtos e serviços de IA por parte dos clientes. Isso, inclusive, deve manter a empresa focada em investir tanto nessa área como na parte de comércio eletrônico, buscando manter a perspectiva de crescimento do negócio.
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Alibaba é uma boa ação internacional fora dos EUA
Aliado a animação dos investidores com teses além dos Estados Unidos, os bons números da Alibaba no 4T24 fizeram com que as ações engatassem uma sequência de altas neste começo de ano, valorizando quase 70% em menos de dois meses e chegando perto dos US$ 150.
Anteriormente, havia comentado que esse nível de preço ensejaria uma necessidade de revisão da tese, dado que representaria um ganho de mais de 100% da nossa sugestão inicial.
Contudo, entendo que o momento parece ter virado para o mercado chinês, com muitos investidores voltando a olhar com mais atenção às oportunidades que ainda estão presentes do outro lado do mundo.
Mesmo com a ação passando a negociar por mais de 16 vezes seus lucros projetados, comparado com menos de 10 vezes quando sugerimos a ação um ano atrás, sinto que ainda temos espaço para novos ganhos na posição.
Isso não significa que a ação da Alibaba não possa sofrer uma correção no curtíssimo prazo. Aliás, entendo que seria até saudável para o papel uma leve retração dos níveis atuais.
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