AEP pede ao Governo em gestão prioridade nos principais projetos
Inquérito da AEP revela que 90% das empresas considera que a crise política em Portugal pode afetar “significativamente” ou “muito significativamente” a atividade das empresas

A AEP – Associação Empresarial de Portugal “encara com muita preocupação as consequências da atual situação política, a que se vem juntar toda a instabilidade e incerteza que vivemos a nível internacional. As eleições antecipadas previstas para maio acrescem ao cenário de incerteza, já advertido pela AEP como pejorativo para as empresas e a economia portuguesa”, refere a organização em comunicado.
Segundo os resultados do inquérito ‘Impacto económico das perturbações geopolíticas para 2025’, que a AEP tem em curso, cerca de 90% das empresas associadas da AEP considera que a crise política em Portugal pode afetar “significativamente” ou “muito significativamente” a atividade económica das empresas.
“A necessidade de recorrer a eleições, após um ano de Governo, não é benéfico e não é uma decisão que deva ser tomada com leviandade. Encontramo-nos num cenário em que sucessivas crises políticas – três eleições legislativas em três anos – podem afetar a credibilidade do país, com consequências na capacidade de atrair investimento estrangeiro e no crescimento da economia portuguesa”.
Para a AEP, a prioridade, quer do Governo em gestão, quer de todos os responsáveis políticos, deve ser a priorização dos principais projetos que asseguram o crescimento do país, nomeadamente, a célere implementação dos fundos europeus.
Os principais impactos na economia e na atividade das empresas são diversos e em várias áreas: “atraso na execução dos fundos europeus; desconfiança dos investidores face à instabilidade política (com impacto na realização de investimentos em território nacional); risco de aumento dos juros da dívida pública portuguesa (penaliza a despesa do Estado); Administração Pública “em standby”; atrasos em projetos, como a Alta Velocidade (negociações são complexas e ainda estão em curso), entre outros, e na revisão da lei laboral (que poderá estar em causa)”.
Por isso, “a AEP defende a necessidade de assegurar o normal funcionamento dos diferentes organismos públicos, sobretudo os que exercem uma ação direta sobre a atividade das empresas e com reflexo na economia nacional, por forma a evitar atrasos em projetos em curso, com impacto na tesouraria das empresas”.
A ter de passar por todos estes riscos acrescidos, que seja em prol de um novo contexto político nacional de maior unanimidade e capaz de trazer as reformas que o país tanto precisa, conclui a AEP.
Em resumo, a AEP espera que os políticos façam tudo o que está ao seu alcance para evitar riscos acrescidos para o país, pois os riscos de natureza externa, que existem, e são muitos, esses não os podem controlar.