A41 será “tendencialmente gratuita” para pesados em 2026 para “aliviar” VCI
A partir de janeiro de 2026 haverá “uma redução das tarifas das portagens na CREP [Circular Regional Externa do Porto], tendencialmente gratuitas, para todos os veículos pesados“, mas a determinadas horas do dia que ainda serão definidas por um grupo de trabalho a criar. Esta foi a solução encontrada pelo Governo, apesar de estar em […]


A partir de janeiro de 2026 haverá “uma redução das tarifas das portagens na CREP [Circular Regional Externa do Porto], tendencialmente gratuitas, para todos os veículos pesados“, mas a determinadas horas do dia que ainda serão definidas por um grupo de trabalho a criar. Esta foi a solução encontrada pelo Governo, apesar de estar em gestão, para desviar o trânsito da Via de Cintura Interna (VCI), que liga Porto e Vila Nova de Gaia, para a CREP, também denominada de A41, anunciou esta quinta-feira, no Porto, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.
Depois de uma reunião à porta fechada com os autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP), o ministro avançou com a solução que vinha há meses a ser delineada. “Ficou decidido que o Governo irá encetar todos os esforços para, no prazo de quatro a cinco meses, implementar uma redução das tarifas das portagens na CREP, tendencialmente gratuitas, para todos os veículos pesados” com vista a “reduzir até 16% a 20% o tráfico de veículos pesados na VCI”.
Será uma “redução drástica das portagens para provocar, com a elasticidade do preço, mudança de tráfego para a CREP”, frisou.
Nesse sentido, será criado um grupo de trabalho, constituído pelo Ministério das Infraestruturas, a Infraestruturas de Portugal (IP) e os municípios da AMP, para definir um conjunto de “medidas mitigadoras” do trânsito na VCI do Porto, onde se têm registado também cada vez mais acidentes. E com o objetivo de desviar o tráfego de pesados de mercadorias da VCI para a CREP.
“O grupo de trabalho irá começar a definir todas as medidas mitigadoras que podemos colocar em prática para dissuadir o tráfego de passagem por dentro da VCI, por dentro da cidade do Porto, nomeadamente o tráfego Sul para Norte e de Norte para Sul“, assinalou Pinto Luz.
O grupo de trabalho irá começar a definir todas as medidas mitigadoras que podemos colocar em prática para dissuadir o tráfego de passagem por dentro da VCI, por dentro da cidade do Porto, nomeadamente o tráfego Sul para Norte e de Norte para Sul.
O ministro adiantou, contudo, que “essas medidas ainda não estão consensualizadas, nem fechadas” e, por isso, o Governo estipula “um prazo de cinco a seis meses para esse grupo de trabalho conjunto, paritário, onde todos terão voz, nomeadamente os presidentes [de câmara] que sabem melhor do que ninguém como gerir os seus territórios”.
Para não deixar qualquer dúvida, o ministro fez questão em esclarecer que “esta decisão foi tomada por um despacho emitido [pelo] próprio [Pinto Luz] no Governo” ainda antes de entrar em gestão.
Para o presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, o anúncio destas medidas é “um momento histórico, porque pela primeira vez um Governo assume um compromisso de que o modelo [de atrair veículos pesados para o centro do Porto] será alterado”. Esta é já uma reivindicação antiga que agora vê a luz do dia.
Moreira considera ainda que a gratuitidade das portagens na CREP deve ser apenas para os pesados de mercadorias e não incluir o transporte de passageiros, tal como o ministro anunciou. Rui Moreira entende ainda que a aplicação da gratuitidade em determinadas horas do dia seja decidida “em função de uma análise de custo-benefício” realizada pela IP e pelo concessionário da A41.
Utilizar a VCI em vez da CREP é muito mais vantajoso economicamente para os pesados, pelo que o objetivo destas medidas é dissuadi-los de o fazer. “Um pesado que vem de Aveiro para Braga poupa, ao vir pela VCI, qualquer coisa como 24 euros”, calcula.