A Publicidade na Era da Agentic AI

A publicidade tem sido disruptada por novas tecnologias há décadas e, atualmente, está absorvendo o impacto da Inteligência Artificial. Primeiro, veio a Analytical AI, definindo segmentações, lances e posicionamento de anúncios. Mais recentemente, a Gen AI acelerou a criação de conteúdos e possibilitou a personalização de experiências. Agora, chega a era da Agentic AI, em que agentes de IA autônomos tomam decisões, executam tarefas complexas e aprendem com o tempo. Essa inovação potencializa o impacto do trabalho humano e cria um ambiente de trabalho híbrido, com equipes compostas por profissionais e agentes de IA colaborando para alcançar níveis inéditos de eficiência e criatividade.

O que é Agentic AI?

Diferente da IA generativa tradicional, que responde a prompts e gera conteúdos sob demanda, a Agentic AI é caracterizada por sua capacidade de autonomia, tomada de decisão e aprendizado contínuo. Esses agentes de IA combinam modelos avançados de linguagem com ferramentas externas, acesso a dados em tempo real e camadas de orquestração, permitindo que atuem de forma mais dinâmica.
Segundo o relatório do Google sobre o tema, a arquitetura de um agente envolve três camadas principais:

• Modelo: A base de raciocínio do agente, normalmente um grande modelo de linguagem treinado para compreender e responder a tarefas complexas.

• Ferramentas: APIs, bases de dados e funções específicas que permitem ao agente executar ações no mundo real, como buscar informações, automatizar processos e personalizar experiências.

• Orquestração: A camada que governa como o agente recebe inputs, decide sua ação e otimiza suas respostas ao longo do tempo.

Na prática, isso significa que um agente pode gerenciar campanhas publicitárias, ajustar estratégias de mídia programática, agendar compromissos, sugerir títulos e personalizar a experiência do consumidor de maneira autônoma, sem que cada ação precise ser individualmente demandada por um humano.

Publicidade e o Trabalho Híbrido entre Humanos e IAs

A chegada da Agentic AI não elimina o papel do profissional – ela o transforma. A IA não substitui a criatividade, a visão estratégica e o entendimento do comportamento humano, mas atua como parte da força de trabalho, possibilitando decisões mais embasadas e eliminando tarefas repetitivas.

Estudo da Salesforce sobre Agentic AI mostra que 33% dos softwares empresariais terão agentes de IA incorporados até 2028, permitindo que 15% das decisões diárias sejam tomadas de forma autônoma.
É claro que um dos maiores receios em relação à inteligência artificial atuando é a padronização da criatividade e a substituição do talento criativo humano. No entanto, a Agentic AI amplifica a criatividade ao eliminar barreiras operacionais e oferecer insights baseados em dados, permitindo, antes de tudo, que as pessoas de nossa área possam ter qualidade de vida e atender todas as demandas frenéticas de um conjunto cada vez maior de canais presentes nas jornadas crescentemente mais complexas dos consumidores.

Imagine um cenário em que uma redatora publicitária é auxiliada por agentes de IA que sugere variações de títulos, ajusta a linguagem de acordo com cada público e até realiza testes A/B em tempo real. O profissional humano continua sendo o curador da mensagem e do tom da marca, enquanto a IA expande suas possibilidades de experimentação e otimização.

O Profissional de Marketing do Futuro

O avanço da Agentic AI exige que os profissionais de marketing desenvolvam novas competências. Em vez de resistir à automação, o profissional híbrido do futuro precisará dominar a orquestração e integração dessas inteligências em suas rotinas. Algumas habilidades essenciais incluem:

• Curadoria e supervisão de IA: Saber definir as regras e a base de conhecimento para que um agente possa atuar de maneira efetiva num processo.

• Compreensão de dados e métricas avançadas: Compreender como os agentes tomam decisões e avaliar sua performance.

• Criatividade ampliada por IA: Aprender a usar a IA como uma extensão, capaz de escalar a atuação das pessoas.

Os próximos anos da publicidade será marcado pela integração cognitiva entre o talento humano e a capacidade da tecnologia, o que levará, a meu ver, a indústria a um patamar sem precedentes de eficiência, impacto e criatividade.

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