Vontade de um docinho depois do almoço? A explicação está no seu cérebro
Pesquisadores descobriram que os mesmos neurônios da saciedade são aqueles que pedem a sobremesa; outras espécies têm comportamento parecido O post Vontade de um docinho depois do almoço? A explicação está no seu cérebro apareceu primeiro em Olhar Digital.

Sábado à noite. Você está naquele rodízio de comida japonesa que mais gosta. Foram 3 barcas de sushi e, pelas suas contas, você teria “vencido” a disputa com o restaurante. O cinto já está frouxo há mais ou menos meia hora e você acaba de soltar o botão da calça jeans.
Você não aguenta mais olhar para o peixe cru ou aqueles bolinhos de arroz. Nem água cabe no seu estômago. A única coisa que cabe agora é um… docinho.
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Seja você ou alguém que você conheça, tem sempre aquela pessoa que não dispensa nunca um docinho depois das refeições. Você pode estar satisfeito, pode estar passando mal de tanto comer, mas sempre arranja um espaço pro açúcar. Tem gente que fala até que o doce entra em um compartimento diferente da barriga. Será que isso é verdade?
Para dúvidas como essa, nada melhor do que recorrer à ciência. E um estudo sobre o assunto acaba de ser publicado pela revista Science. Não, não tem nada disso de compartimento diferente na barriga. De acordo com cientistas do Instituto Max Planck, essa vontade de doce é puramente química no seu cérebro.

A saciedade e a vontade de doce
- Os cientistas descobriram que o neurônio que nos emite o recado de que estamos satisfeitos é o mesmo que dispara esse desejo por doces.
- As células nervosas responsáveis pelo fenômeno se chamam pró-opiomelanocortina, ou POMC, que ficam no hipotálamo.
- Enquanto disparam o sinal “Estou cheio”, elas também enviam projeções para uma região vizinha do cérebro, o tálamo paraventricular, liberando um hormônio chamado β-endorfina.
- A ß-endorfina é um dos opiáceos do nosso próprio corpo e desencadeia uma sensação de recompensa quando relacionada a algum doce.
- A descoberta foi feita a partir de experimentos com ratos.
- De acordo com o cientista Henning Fenselau, o principal autor do estudo, é natural que os animais tenham essa necessidade – e a explicação é evolutiva:
“De uma perspectiva evolucionária, isso faz sentido: o açúcar é raro na natureza, mas fornece energia rápida. Ou seja, o cérebro é programado para controlar a ingestão de açúcar sempre que estiver disponível”, disse o pesquisador.
- Após a experiência com ratos, a equipe também realizou testes com humanos.
- E os resultados foram similares: a mesma região do cérebro reagiu à substância.

Próximos passos
Os cientistas acreditam que esse estudo pode representar um importante passo para encontrar novos tratamentos contra compulsão alimentar e a obesidade.
“Já existem medicamentos que bloqueiam os receptores de opiáceos no cérebro, mas a perda de peso é menor do que com as injeções inibidoras de apetite”, disse Fenselau.
“Acreditamos que uma combinação com eles ou com outras terapias poderia ser muito útil. No entanto, precisamos investigar isso mais a fundo”, concluiu o cientista.
Por ora, a informação importante é que, sim, encher a barriga de comida te deixa muito próximo da vontade de doce. Uma lição importante para quem quer gastar menos dinheiro e mais importante ainda para quem está de dieta.
As informações são do New Atlas.
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