Volatilidade do comportamento de Trump pode definir se a economia americana entrará em recessão, segundo analista 

O retorno de Donald Trump à presidência dos EUA gerou grande especulação sobre a economia americana e seu desempenho. O republicano, apesar da postura pró-mercado, vem trazendo incertezas aos investidores com a volatilidade de seu comportamento. 

Entre memecoins, taxação de países aliados e a liderança inesperada na resolução da guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente americano tem deixado os investidores receosos – afinal, não é fácil tomar decisões em mares agitados.

Volatilidade do governo Trump gera incerteza para investidores

Durante o programa do Giro do Mercado desta segunda-feira (10), Enzo Pacheco, analista de ações internacionais da Empiricus Research, afirma que apesar da recessão da economia americana não ser o cenário-base imaginado, ela começa a ser um pensamento de alguns agentes de mercado. 

“Alguns dados recentes da economia americana levantaram um sinal que está entre o amarelo e o vermelho”, ele afirma. 

O GDPNow, uma métrica do Fed de Atlanta para mediro PIB americano do trimestre corrente, é um dos números que indica uma mudança na expectativa do mercado americano. No início do ano, era apresentado um crescimento entre 2 e 2,5% do PIB para o 1T25, porém, a última estimativa (da última quinta-feira, 6) indicou uma queda de -2,4%. 

“[A mudança de expectativa] de fato gerou uma preocupação nos investidores. Esse cenário diferente do imaginado talvez não esteja relacionado à ‘tática de negociação do Trump’ mas pode ser um cenário concreto”, explica o analista. 

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Mudança de expectativa dos investidores reflete no desempenho dos índices globais

Pacheco indica que no último governo trumpista, a volatilidade se manteve relevante. Houve um início de crescimento, seguido por queda e um governo finalizado com a economia maior que a do início. 

Porém, esse movimento não é garantido e investidores estão migrando seus portfólios dos EUA para o resto do mundo. Isso é exemplificado ao olhar para os principais indicadores das bolsas mundiais no quesito year to date (YTD): 

• S&P 500 (EUA): -4.30%
• Nasdaq (EUA): -8.70%
• Ibovespa (Brasil): +3.09%
• Stock600 (Europa): +6.02%

Depois dos dois últimos anos em que os Estados Unidos “sugaram” os recursos globais – em especial as empresas de tecnologia –, essa tendência parece ter mudado, ao menos no início deste ano. 

“Talvez os investidores tenham que rever a expectativa de lucro para esse ano [para as empresas norte-americanas]. Ainda deve haver crescimento, mas a cada semana que passa, há uma revisão para baixo dos investidores”, conclui Pacheco. 

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