Virgínia Fonseca é tietada na CPI das Bets e nega lucrar com prejuízo de seguidores

Influencer afirma que divulga apenas marcas legalizadas e cobra que o Congresso decida sobre proibição das propagandas

Mai 14, 2025 - 00:58
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Virgínia Fonseca é tietada na CPI das Bets e nega lucrar com prejuízo de seguidores

Influencer presta depoimento e se defende de acusações

Virgínia Fonseca negou ter lucrado com as perdas financeiras de seus seguidores ao depor nesta terça (13/5) na CPI das Bets, no Senado. A influenciadora digital também foi tietada por senadores e assessores durante a sessão.

Com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, Virgínia é uma das principais promotoras de casas de apostas no Brasil. Ela compareceu ao Senado acompanhada do marido, o cantor Zé Felipe, vestindo um moletom com o rosto de uma de suas filhas.

O que diz o contrato com a Esportes da Sorte?

Virgínia afirmou que o contrato com a Esportes da Sorte, já encerrado, previa um valor fixo, sem vínculo com as perdas de apostadores. “Era um valor fixo, se eu dobrasse o lucro [da bet], eu receberia 30% a mais da empresa. Mas isso não chegou a acontecer, então eu não recebi R$ 1 a mais do contrato”, declarou.

Segundo a influenciadora, o modelo de contrato era o mesmo adotado com outras marcas. “Lembrando que esse era um contrato padrão; na época, com todos os meus outros contratos, com outras empresas, era assim. Não eram só bets, todos os outros eram assim”, completou.

Ela continua fazendo propaganda de apostas?

Virgínia confirmou que mantém contrato com outra casa de apostas, mas não revelou o nome da empresa nem o valor do acordo. O contrato anterior foi entregue sob sigilo à CPI.

Ela disse que divulga apenas empresas legalizadas. “Não estou fazendo nada fora da lei”, afirmou. A relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), rebateu que a divulgação começou em dezembro de 2022, antes da regulamentação do setor. Virgínia respondeu que as apostas já eram legais no Brasil, apesar da ausência de regulamentação.

Ao ser questionada sobre o impacto da publicidade nas pessoas, respondeu: “Acho que eles pedem socorro para a senhora, porque a senhora tem o poder de fazer alguma coisa. Eu não tenho o poder de fazer nada”.

Ela vai parar de divulgar bets?

Diante dos pedidos de senadores para que encerrasse as parcerias com o setor, Virgínia disse que ainda não decidiu. “Não vou mentir, eu vou pensar”, afirmou. A influenciadora também sugeriu que o Congresso amplie a investigação. “Eu também gostaria que a senhora chamasse aqui todos os times de futebol, todos os eventos patrocinados, todas as emissoras que têm [patrocínio de bet]. Tudo o que está no Brasil hoje; tudo tem bet. O meu trabalho é publicidade”, concluiu.

Como foi a reação do público no Senado?

Zé Felipe foi visto tirando fotos e gravando vídeos com fãs nos intervalos da sessão. Ao final, Virgínia também posou para fotos com senadores, incluindo Soraya Thronicke, Hiran Gonçalves (PP-RR) e a filha dele. Após um desentendimento inicial, ela e Soraya chegaram a se seguir nas redes sociais.

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) elogiou a empresária, pediu um vídeo para a esposa e disse consumir um produto da marca dela. “Agora, Virgínia, eu queria falar para você, se tocar seu coração, como um cristão: você não precisa mais disso. Acaba com isso. Não faz mais esse tipo de propaganda, de divulgação não. Divulga seus pré-treinos. Inclusive, eu tomei seu pré-treino hoje. Maravilhoso”, declarou o senador.

Por que Virgínia foi convocada?

O depoimento foi garantido por um habeas corpus concedido pelo ministro do STF Gilmar Mendes, que permitia à influenciadora permanecer em silêncio sobre questões que pudessem gerar autoincriminação. Mesmo assim, ela respondeu a maioria das perguntas.

Virgínia foi convocada para ajudar a esclarecer o papel de influenciadores na promoção de apostas online. “A convocação de Virgínia Fonseca, apresentadora, empresária e influenciadora digital, é justificada por sua expressiva popularidade e relevância no mercado digital, onde exerce forte influência sobre milhões de seguidores em diversas plataformas”, explicou a senadora Soraya Thronicke.