Video-game é coisa do passado

Felizmente ainda presente e com prognósticos delirantes para o futuro. Só que se você conseguir identificar mais de dez jogos no cartaz abaixo talvez já esteja ficando meio velho: Video-game é coisa do passado, mas eu continuo jogando Gente, vamos falar sério: o video-game morreu....

Abr 26, 2025 - 17:33
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Video-game é coisa do passado

Felizmente ainda presente e com prognósticos delirantes para o futuro. Só que se você conseguir identificar mais de dez jogos no cartaz abaixo talvez já esteja ficando meio velho:

Video-game é coisa do passado, mas eu continuo jogando

Gente, vamos falar sério: o video-game morreu. Acabou. Foi enterrado ali do lado do DVD e do Orkut. Você aí, todo orgulhoso do seu PlayStation 5 ou Xbox Série Sei-lá-o-quê, achando que está no auge da modernidade, mas na verdade tá igual a quem em 2007 ainda insistia em mandar scrap no Orkut com glitter. Você tá ultrapassado e nem sabe.

E antes que você feche esse texto indignado, deixa eu explicar: o video-game como a gente conhecia, aquele ritual mágico de sentar no chão da sala com a TV de tubo piscando e um controle amarrado no fio que parecia uma coleira, esse sim, foi pro saco. Hoje em dia, jogo virou aplicativo, virou assinatura mensal, virou metaverso (que é basicamente The Sims só que mais caro e menos divertido).

O videogame raiz morreu, mas a culpa é sua

Vamos encarar os fatos: ninguém mais quer “jogar”. Todo mundo quer experiências imersivas. Não basta mais salvar a princesa no castelo ou ganhar uma corrida; tem que fazer isso enquanto você vive um simulacro da sua vida real, só que pior. Tipo, em vez de apertar dois botões e matar um dragão, agora você tem que resolver quebra-cabeças complicadíssimos enquanto paga aluguel em moeda fictícia. O capitalismo não te dá descanso nem no mundo virtual.

E não é só isso. Antigamente, jogar era um evento social. Você juntava os amigos, brigava pelo controle, soprava o cartucho quando dava erro (só quem viveu sabe), e ninguém precisava de headset ou Wi-Fi pra isso. Hoje em dia, pra jogar com alguém, você tem que aceitar um convite, fazer login em sete plataformas, conectar seu Discord e ainda lidar com um adolescente aleatório te xingando em outro idioma. Chamam isso de “evolução”. Eu chamo de “cansaço”.

Os jogos não são mais feitos pra você, só pra sua carteira

Lembra quando você comprava um jogo e ele era seu? Tipo, 100% seu? Pois é, saudades. Agora tudo é DLC, microtransação, passe de temporada e skins. Você paga 400 reais num jogo e aí descobre que tem que gastar mais 150 se quiser que o seu personagem use calça. Tá todo mundo pelado nos jogos modernos porque ninguém aguenta pagar por roupa digital.

E nem vou entrar no mérito dos jogos pay-to-win, porque isso já foi longe demais. Imagina se na vida real fosse assim? “Ah, você quer passar de ano na escola? Compra o booster de inteligência aqui por 50 reais”. Aliás, pensando bem, isso é bem a cara do mundo atual.

Mas, Ivo, por que você ainda joga?

Porque eu sou teimoso. Eu ainda quero acreditar que existe algo de puro e divertido no ato de jogar. Quero achar aquele sentimento infantil de alegria sem compromisso, sem ranking, sem troféu, sem influenciador gamer tentando me vender um teclado RGB com luzinhas que mudam de cor quando você aperta o ctrl.

Eu jogo porque me recuso a aceitar que o mundo inteiro virou competição, que até o lazer agora tem que ser “otimizado”. Eu jogo pra me lembrar de como é bom não levar as coisas tão a sério.

Conclusão (mas não muito)

Então, sim, o video-game é coisa do passado. Mas isso não é ruim, necessariamente. Às vezes, o passado é um lugar confortável, onde você pode pausar o jogo quando quiser e ninguém fica te cobrando pra fazer upgrade da sua espada.

O futuro é legal e tal, mas sabe o que é melhor? Jogar Mario Kart no Nintendo 64 e brigar com seu amigo porque ele jogou a casca de banana na última curva. Isso nunca vai ser ultrapassado.

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Via O Buteco.