Veja imagens de asteroide que pode atingir a Terra em 2032

O asteroide 2024 YR4, que pode impactar a Terra dentro de sete anos, foi fotografado pelo Telescópio Gemini do Sul, localizado no Chile O post Veja imagens de asteroide que pode atingir a Terra em 2032 apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fev 17, 2025 - 15:19
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Um asteroide com potencial destrutivo suficiente para arrasar uma cidade pode se chocar contra a Terra em 22 de dezembro de 2032, conforme noticiado pelo Olhar Digital. O tamanho do objeto é estimado em 55 metros – altura do Castelo da Cinderela, no Walt Disney World Flórida, em Orlando (o equivalente a um prédio de 18 andares).

Denominado 2024 YR4, o asteroide atualmente tem 2,2% de chance de impactar o planeta, segundo a NASA. Embora pareça uma probabilidade pequena, ele tem sido continuamente monitorado e investigado por especialistas, em uma espécie de corrida contra o tempo.

Essa rocha viaja pelo espaço a quase 48 mil km/h e, se colidir com a Terra, poderá liberar cerca de 8 megatons de energia, mais de 500 vezes a potência da bomba atômica de Hiroshima. Apesar de não ter força suficiente para causar um evento global, a destruição seria catastrófica para qualquer grande cidade atingida.

Em 7 de fevereiro, o asteroide foi registrado pelo telescópio Gemini do Sul, de 8,1 metros, localizado em Cerro Pachón, nos Andes chilenos. Na ocasião, ele estava a cerca de 59,5 milhões de km da Terra e 209 milhões de km do Sol.

O asteroide 2024 YR4 visto pelo telescópio Gemini do Sul em 7 de fevereiro de 2025. Crédito: Catalina Sky Survey/ LPL/Dr. Wierzchos/ Bryce Bolin

Em entrevista ao site Space.com, Bryce Bolin, astrônomo do Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA, que participou da captura e processamento da imagem, se disse emocionado. “Não apenas por causa da notoriedade do objeto, mas pelo potencial científico de estudar um asteroide tão pequeno em alto detalhe. “Apenas alguns asteroides foram estudados assim”.

Segundo Bolin, foram feitas 12 exposições longas de 200 segundos na banda vermelha, rastreando o movimento da rocha. As observações foram difíceis por três razões, de acordo com o cientista. 

Primeiro, porque se trata de um objeto fraco, exigindo o uso de grandes telescópios. A segunda dificuldade envolveu o fato de que 2024 YR4 foi observado quando a Lua estava 70% iluminada, de modo que houve um aumento considerável na luz de fundo do céu em comparação com as condições mais escuras típicas. Além disso, o asteroide estava se movendo 0,26 segundos de arco por minuto, o que exigia um rastreamento cuidadoso para evitar perdas.

O asteroide 2024 YR4 foi descoberto pelo pelo Sistema de Último Alerta para Impacto de Asteroides com a Terra (ATLAS, na sigla em inglês), financiado pela NASA, em 27 de dezembro de 2024 – assumindo o topo da tabela de risco de impacto do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra (CNEOS) da agência desde então. 

O asteroide 2024 YR4 visto pelo telescópio Gemini do Sul em 7 de fevereiro de 2025. Crédito: Catalina Sky Survey/ LPL/Dr. Wierzchos/ Bryce Bolin

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James Webb vai ajudar a investigar o asteroide

Atualmente, as medições são baseadas em observações feitas por telescópios terrestres, que captam apenas a luz refletida pelo objeto. Isso pode levar a erros na estimativa de tamanho. “É muito importante melhorarmos nossa estimativa de tamanho para 2024 YR4: o perigo representado por um asteroide de 40 m é muito diferente do de um asteroide de 90 m”, explicou a Agência Espacial Europeia (ESA), em um comunicado. Esse detalhe é crucial para entender a gravidade das consequências em caso de impacto.

Por causa disso, a rocha espacial será estudada pelo observatório mais moderno já lançado: o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA. Uma equipe internacional de astrônomos conseguiu autorização para usar o JWST em caráter emergencial. O telescópio analisará o 2024 YR4 nos próximos meses, coletando informações que ajudarão a definir seu tamanho real e o risco que ele representa para a Terra.

Segundo a postagem da ESA, o JWST oferecerá uma visão mais precisa ao analisar o calor emitido pelo próprio asteroide, permitindo determinar seu tamanho exato e composição. Como opera no espaço, o telescópio evita as distorções causadas pela atmosfera terrestre, garantindo dados mais confiáveis.

As primeiras observações do Webb estão previstas para março, quando o asteroide atingirá seu pico de brilho. Em maio, ele será analisado novamente, antes de se afastar do Sol. Depois disso, a próxima oportunidade para estudá-lo será apenas em 2028.

Para essa missão, os astrônomos terão quatro horas do tempo do JWST, um recurso disputado e distribuído por um processo seletivo rigoroso. Como o caso exige urgência, o estudo será realizado dentro do “tempo discricionário do diretor”, reservado para pesquisas prioritárias. Todos os dados obtidos serão divulgados publicamente.

A análise detalhada do 2024 YR4 ajudará a compreender melhor a ameaça que ele representa e contribuirá para o desenvolvimento de estratégias de defesa planetária contra possíveis impactos futuros.

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