Vai um docinho aí? Cientistas desvendam nosso desejo por sobremesa

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Fev 19, 2025 - 00:07
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Vai um docinho aí? Cientistas desvendam nosso desejo por sobremesa

Quem nunca sentiu vontade de comer um doce depois do almoço, mesmo sem fome? Em um estudo publicado na última quinta-feira (13), pesquisadores alemães descobriram que isso é uma resposta dos sistemas neurológicos do corpo. Dessa forma, os mesmos neurônios no cérebro que sinalizam a saciedade também desencadeiam o desejo por açúcar.

Para chegar à descoberta, eles conduziram um estudo em ratos, monitorando-os durante a alimentação. Após 90 minutos, perceberam que, satisfeitos, eles ignoravam as sobras. No entanto, na presença de comidas açucaradas, eles demonstravam interesse.

O resultado mostrou que os neurônios pro-opiomelanocortina, no núcleo arqueado do hipotálamo — que controlam o apetite, metabolismo e hormônios –, liberam opioides naturais que estimulam a vontade de sobremesa.

Isso porque, quando liberados, os hormônios enviam sinais para o núcleo paraventricular do tálamo, também no cérebro, parte da regulação dos comportamentos alimentares.

Cérebro é o responsável pelo desejo por doce

Os pesquisadores perceberam que a atividade neural entre o hipotálamo e o núcleo arqueado do hipotálamo quadruplicou antes da mordida no doce. Ou seja, a vontade não vem da ingestão do alimento, mas sim da antecipação dela — para qual o cérebro já se prepara devido à disponibilidade do doce.

Para testar os resultados, a equipe usou a técnica de optogenética, que liga e desliga os neurônios usando luz. Ao bloquear os sinais de pro-opiomelanocortina para o núcleo paraventricular do tálamo, os animais comeram 40% menos sobremesa. Isso prova o papel fundamental dessa via cerebral no desejo por doce.

Ainda não se sabe o porquê disso ocorrer, mas apesar dos riscos que o açúcar oferece, cientistas acreditam que a vontade dele tenha relação com a evolução humana, sugerindo um tempo em que o corpo precisava de fontes de combustível rápidas para manter a energia alta.

Teoricamente, o açúcar é mais fácil de converter em combustível do que gorduras ou proteínas, por exemplo.

Leia também no Giz Brasil: Refrigerante, bolo ou café: qual tem o açúcar mais prejudicial à saúde.

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