Tudo sobre DmC, o “reboot” de Devil May Cry
Game foi desenvolvido pela Ninja Theory e lançado em 2013 O post Tudo sobre DmC, o “reboot” de Devil May Cry apareceu primeiro em O Vício.
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DmC: Devil May Cry foi um dos projetos mais ousados e controversos da Capcom. Ao entregar a franquia nas mãos da Ninja Theory, a produtora japonesa permitiu uma reinterpretação completa do universo criado anos antes — com novos visuais, origens modificadas e um mundo mais sombrio e crítico. O resultado foi um reboot que dividiu opiniões, mas que, com o tempo, conquistou seu próprio espaço entre os fãs.
No vídeo de hoje, vamos relembrar 10 fatos e curiosidades sobre esse capítulo alternativo da saga Devil May Cry — desde as origens reformuladas de Dante e Vergil até o impacto duradouro que o jogo teve na franquia como um todo.
Reimaginação da Ninja Theory
DmC: Devil May Cry foi lançado em 2013 como uma reinicialização completa da franquia, promovida pela Capcom e desenvolvida pelo estúdio britânico Ninja Theory. Ao invés de continuar a saga tradicional, o jogo se propôs a reinventar tudo — do mundo à personalidade dos personagens, apostando em um tom mais sombrio, moderno e crítico.
Essa nova roupagem dividiu opiniões. Enquanto muitos elogiaram a direção de arte ousada, o ritmo de combate e a narrativa mais ácida, parte dos fãs antigos torceu o nariz para o visual "emo punk" de Dante e para as mudanças radicais na mitologia da série. Mesmo com a recepção mista, o jogo conquistou uma base sólida de fãs e ajudou a manter a marca Devil May Cry viva.
A Redefinição de Dante

A escolha pela Capcom de redefinir o visual de Dante foi uma das maiores mudanças de DmC: Devil May Cry. Inicialmente, o design proposto pela Ninja Theory já estava afastado do Dante clássico, mas a Capcom pediu para que a equipe fosse ainda mais longe, alterando radicalmente a aparência do personagem. O novo Dante apareceu mais jovem, com um visual rebelde e um físico mais magro e desleixado, o que gerou muitas críticas de fãs que preferiam o visual mais imponente e estilizado dos jogos anteriores.
Dante Como Nephilim

Mas a mudança de Dante vai além da aparência — sua origem também foi alterada. Em vez de ser um híbrido de humano com demônio, Dante é agora um Nephilim: um ser nascido da união entre um demônio (Sparda) e um anjo (Eva). Essa condição única é justamente o motivo de ele ser o único capaz de derrotar Mundus, o rei demônio.
Ao longo da história, vemos um Dante mais cínico, desiludido e raivoso com o mundo à sua volta, mas que gradualmente vai se conectando com sua missão e descobrindo o verdadeiro poder dentro de si.
O legado de Sparda e a tragédia da família

No universo de DmC, Sparda é um guerreiro demoníaco lendário que se apaixonou por Eva, um anjo. Juntos, eles geraram Dante e Vergil — dois Nephilins, seres híbridos com poder suficiente para derrubar o próprio rei dos demônios. Por se rebelar contra Mundus e escolher proteger a humanidade, Sparda foi condenado e selado, desaparecendo do mundo e deixando os filhos à mercê do inimigo. Sua ausência moldou profundamente o destino dos irmãos, que cresceram separados e traumatizados.
Eva, por sua vez, foi brutalmente assassinada por Mundus em uma emboscada cruel, e Dante teve sua memória apagada como parte de uma manipulação demoníaca.
Vergil

Assim como Dante, Vergil também foi profundamente reinventado em DmC. Ele aparece como o líder da organização A Ordem, um grupo rebelde que atua nas sombras para combater Mundus e libertar a humanidade da dominação demoníaca. Vestindo um longo casaco azul (num aceno ao design clássico), ele se mostra inicialmente como um aliado calmo, articulado e nobre, que oferece ao irmão recém-descoberto um propósito e um caminho para lutar contra o sistema.
Porém, à medida que a trama se desenrola, o verdadeiro caráter de Vergil começa a emergir. Frio, ambicioso e com um certo desprezo pelos humanos, ele revela que seus objetivos vão além da libertação da humanidade: ele quer o trono de Mundus para si. A rivalidade entre os irmãos, uma constante em toda a franquia, ganha nova roupagem aqui, culminando em um duelo final épico e emocionante.
Mundus: um vilão moderno e manipulador

Mundus, o grande antagonista do jogo, é retratado como o rei dos demônios e o verdadeiro controlador do mundo humano. Diferente das representações mais monstruosas de jogos anteriores, aqui ele aparece como o CEO de uma megacorporação, manipulando a economia mundial, os bancos e até mesmo a mídia. Essa escolha foi uma crítica escancarada ao poder corporativo e à forma como o sistema pode ser uma ferramenta de dominação invisível.
Mundus também tem uma conexão pessoal com Dante: ele foi o responsável por assassinar a mãe dos gêmeos e aprisionar seu pai, Sparda. Isso adiciona um peso emocional à missão de vingança do protagonista. Apesar de sua forma física ser a de um magnata demoníaco, ele revela sua verdadeira natureza monstruosa na batalha final, tornando-se uma criatura colossal, grotesca e extremamente poderosa.
O Limbo

Uma das ideias mais criativas do reboot foi a introdução do Limbo como uma dimensão paralela onde Dante trava suas batalhas. Neste espaço, o próprio mundo se transforma contra ele: prédios desmoronam, ruas se retorcem, letreiros o insultam e armadilhas surgem do nada. Tudo isso simboliza o controle invisível que os demônios exercem sobre a humanidade e como o sistema é manipulado para destruir os rebeldes.
O Limbo não é só um cenário — ele é quase um personagem. Seu comportamento dinâmico e agressivo dá uma sensação constante de perseguição, como se o mundo inteiro estivesse tentando esmagar Dante. A direção de arte e o design de fases brilham nesses momentos, criando sequências cinematográficas intensas que casam perfeitamente com a narrativa. É uma das escolhas mais ousadas do jogo e que o diferencia fortemente dos demais títulos da franquia.
Transformações de Armas

O sistema de armas em DmC foi repensado para oferecer maior fluidez e variedade no combate. Dante começa o jogo com a espada Rebellion, mas a novidade é que ela pode se transformar em diferentes tipos de armas, como uma machadinha, uma foice e um gancho de grappling, entre outros.
Essa transformação permite que o jogador altere seu estilo de luta rapidamente, adaptando-se às situações de combate. A variedade de armas foi inspirada em Devil May Cry 4, onde o personagem Nero também tinha várias opções de armas, mas o sistema de transformação em DmC permite uma maior fluidez nas trocas, sem a necessidade de interromper o ritmo das batalhas.
Um Devil Trigger diferente

O Devil Trigger em DmC: Devil May Cry traz uma proposta bem diferente dos jogos anteriores. Aqui, ao invés de transformar Dante em uma criatura demoníaca monstruosa, o poder ativa uma forma estilizada e visualmente oposta ao mundo corrompido do Limbo. Tudo ao redor muda: o cenário ganha cores vivas, uma aura branca envolve Dante, os inimigos ficam suspensos no ar e o tempo desacelera.
Mas o toque mais simbólico dessa transformação é o cabelo de Dante, que fica branco durante o Devil Trigger. É como se o jogo dissesse: "Olha aí o Dante que você conhece, mas só quando ele aceita quem realmente é." A transformação representa o despertar da herança Nephilim — o equilíbrio entre anjo e demônio — e serve como homenagem visual ao personagem original.
O jogo influenciou o retorno da série principal
Apesar de ser um universo alternativo e não ter sequência direta, DmC: Devil May Cry teve impacto real na franquia. Elementos do sistema de combate, como a alternância fluida entre estilos e armas, influenciaram o desenvolvimento de Devil May Cry 5. O próprio diretor Hideaki Itsuno afirmou que observou o que funcionou bem no reboot para aplicar melhorias na sequência principal. Ou seja: mesmo criticado por parte da base, DmC teve um papel importante na evolução da franquia.
Além disso, o reboot foi importante por manter o nome Devil May Cry ativo durante um período de incerteza. Ele atraiu novos jogadores, gerou debates e ajudou a ampliar os horizontes da série. Hoje em dia, muitos fãs revisitam DmC com outros olhos, reconhecendo seu valor artístico, sua narrativa ousada e sua contribuição para a franquia. Ele pode não ter sido o Devil May Cry que todos queriam… mas com certeza foi o Devil May Cry que a Capcom precisava na época.
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