Tragédia na BR-116: laudo da defesa do motorista de carreta contesta PC

Defesa de motorista envolvido em acidente que matou 39 pessoas apresentará contraprova de exame toxicológico e dará outros esclarecimentos

Fev 10, 2025 - 15:29
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Tragédia na BR-116: laudo da defesa do motorista de carreta contesta PC

A defesa do motorista da carreta que se envolveu em um grave acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, em dezembro do ano passado, irá apresentar nesta segunda-feira (10/2) um laudo que desmente a Polícia Civil.

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O motorista da carreta, que fugiu do local, alega que o pneu do coletivo estourou e a perda de controle do veículo causou o acidente. Ele se entregou à polícia dois dias depois da ocorrência, em 23 de dezembro, na sede do 15º Departamento de Polícia Civil, em Teófilo Otoni, acompanhado de advogados e foi liberado em seguida. Segundo a defesa, o homem fugiu do local por ter entrado em estado de pânico após o acidente.

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Durante o depoimento, a perícia da corporação coletou amostras de urina para realização de exames clínicos. Os resultados apontaram o uso de álcool e drogas. Entre elas: cocaína e ecstasy. Além disso, a investigação apontou que, em ocasiões anteriores, ele foi abordado por policiais e demonstrava sintomas de embriaguez.

 A defesa do motorista marcou coletiva de imprensa para a manhã de hoje quando apresentará a contraprova do exame toxicológico que, segundo o advogado Raony Scheffer, deu negativo. Na ocasião, a defesa também promete prestar outros esclarecimentos.

Cerca de um mês depois do acidente que matou 39 pessoas, a justiça decretou a prisão do motorista do caminhão. Na decisão, o juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, a prisão foi determinada por fatores como: ausência do motorista no local do acidente, o sobrepeso da carga da carreta, a ausência de conferência das condições de transporte da carga pelo motorista, o excesso de velocidade do veículo, a jornada exaustiva de viagem e a falta de descanso adequado.

Ainda segundo o magistrado, o motorista não demonstrou disposição de colaborar com as investigações, negando-se a disponibilizar seu aparelho celular para análise. Outro ponto apontado na decisão é que a teoria colocada em depoimento pelo preso de que o pneu do ônibus teria estourado foi refutada pela investigação.

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Investigação

Em 26 de dezembro, a PC compareceu ao local da batida para colher dados. Para isso, foi usado um scanner 3D, equipamento que permite coletar imagens e, posteriormente, criar modelos de simulação da dinâmica do acidente.

O delegado de polícia Amaury Albuquerque destacou em coletiva de imprensa que ainda não é possível concluir o que de fato aconteceu, que as investigações seguem em andamento e não há prazo para conclusão do inquérito policial.

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A produção de provas leva, até o momento, a acreditar no sobrepeso da carga que a carreta comportava, mas eles explicaram que ainda é preciso analisar todo o conjunto probatório, afirmando ainda que nenhuma hipótese foi descartada.

O acidente 

Na madrugada do dia 21 de dezembro, um ônibus da empresa Emtram levava 45 passageiros de São Paulo para a Bahia quando colidiu com uma carreta que transportava um bloco de granito e vinha no sentido contrário. Um carro de passeio que vinha atrás bateu na traseira do caminhão.

A Polícia Civil havia informado que a principal hipótese para o acidente é que houve o tombamento do semirreboque da carreta que transportava um bloco de granito, o que levou o ônibus a bater de frente com a rocha, causando um incêndio. Em seguida, um automóvel de passeio bateu na carreta deixando os três ocupantes feridos.

Outra hipótese foi apresentada à Polícia Rodoviária Federal por Aldimar Ferreira Ribeiro, de 61 anos, que alega ser o condutor do caminhão que aparece em imagens de uma câmera de segurança segundos antes da colisão. Segundo ele, a carreta estava em alta velocidade e o ultrapassou pouco antes do acidente.