'Todo mundo apreensivo', diz Haddad sobre anúncio de novas taxas por Trump nesta quarta
Presidente americano prometeu implementar tarifas recíprocas a países que cobram taxa de importação de produtos americanos. Brasil foi citado como exemplo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse estar apreensivo com o anúncio de novas taxas a parceiros comerciais dos Estados Unidos, prometido por Donald Trump para esta quarta-feira (2). “Não é fácil o momento que estamos vivendo. É um desafio global muito interessante, todo mundo muito apreensivo. O dia de hoje é um dia muito particular que o mudo está vivendo, outros [dias] virão com essa mesma intensidade”, disse Haddad, sem mencionar Trump diretamente. Donald Trump em 31 de março de 2025 REUTERS/Leah Millis A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também se referiu ao anúncio dos Estados Unidos como "fatores além-mar" que preocupam o governo. "Nós estamos com alguns fatores, ainda hoje, além-mar que nos trazem uma preocupação muito grande, que colocam no colo do ministro Haddad uma grande responsabilidade", disse. Segundo Tebet, as medidas podem impactar a inflação mundial e brasileira. A ministra, no entanto, prevê que os preços dos alimentos aqui no Brasil devem se reduzir nos próximos 60 dias, o que pode ajudar o Banco Central a reduzir a taxa de juros. Tarifaço global As declarações dos ministros coincidem com o dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende anunciar aumento de tarifas para países que cobram taxas de importação de produtos americanos. Trump chegou a citar o Brasil como exemplo. Os detalhes sobre essa rodada de impostos ainda não estão claros. Em fevereiro, Trump anunciou que adotará tarifas recíprocas e usou o etanol brasileiro como exemplo de disparidade entre taxas de importação. "A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, diz o documento da Casa Branca. Trump anuncia, hoje, pacote de tarifas sobre produtos importados Reação brasileira Na terça-feira (1º), Haddad disse que uma eventual taxação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros “causaria estranheza”. Isso porque a relação comercial é superavitária para os norte-americanos. Ou seja: atualmente, os Estados Unidos exportam mais para o Brasil do que importam, em valor agregado. “Nos causaria até certa estranheza se o Brasil sofresse algum tipo de retaliação injustificada, uma vez que nós estamos com uma mesa de negociação desde sempre com aquele país justamente para que a nossa cooperação seja cada vez mais forte”, disse Haddad após reunião com o ministro das Finanças francês, Éric Lombard. Em meio às expectativas do anúncio, o Senado Federal já aprovou na noite dessa terça-feira (1º), em regime de urgência, um projeto que cria mecanismos e autoriza o governo a retaliar países ou blocos que imponham barreiras comerciais a produtos brasileiros. O projeto recebeu apoio amplo do Congresso e do governo.


Presidente americano prometeu implementar tarifas recíprocas a países que cobram taxa de importação de produtos americanos. Brasil foi citado como exemplo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse estar apreensivo com o anúncio de novas taxas a parceiros comerciais dos Estados Unidos, prometido por Donald Trump para esta quarta-feira (2). “Não é fácil o momento que estamos vivendo. É um desafio global muito interessante, todo mundo muito apreensivo. O dia de hoje é um dia muito particular que o mudo está vivendo, outros [dias] virão com essa mesma intensidade”, disse Haddad, sem mencionar Trump diretamente. Donald Trump em 31 de março de 2025 REUTERS/Leah Millis A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também se referiu ao anúncio dos Estados Unidos como "fatores além-mar" que preocupam o governo. "Nós estamos com alguns fatores, ainda hoje, além-mar que nos trazem uma preocupação muito grande, que colocam no colo do ministro Haddad uma grande responsabilidade", disse. Segundo Tebet, as medidas podem impactar a inflação mundial e brasileira. A ministra, no entanto, prevê que os preços dos alimentos aqui no Brasil devem se reduzir nos próximos 60 dias, o que pode ajudar o Banco Central a reduzir a taxa de juros. Tarifaço global As declarações dos ministros coincidem com o dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende anunciar aumento de tarifas para países que cobram taxas de importação de produtos americanos. Trump chegou a citar o Brasil como exemplo. Os detalhes sobre essa rodada de impostos ainda não estão claros. Em fevereiro, Trump anunciou que adotará tarifas recíprocas e usou o etanol brasileiro como exemplo de disparidade entre taxas de importação. "A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil”, diz o documento da Casa Branca. Trump anuncia, hoje, pacote de tarifas sobre produtos importados Reação brasileira Na terça-feira (1º), Haddad disse que uma eventual taxação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros “causaria estranheza”. Isso porque a relação comercial é superavitária para os norte-americanos. Ou seja: atualmente, os Estados Unidos exportam mais para o Brasil do que importam, em valor agregado. “Nos causaria até certa estranheza se o Brasil sofresse algum tipo de retaliação injustificada, uma vez que nós estamos com uma mesa de negociação desde sempre com aquele país justamente para que a nossa cooperação seja cada vez mais forte”, disse Haddad após reunião com o ministro das Finanças francês, Éric Lombard. Em meio às expectativas do anúncio, o Senado Federal já aprovou na noite dessa terça-feira (1º), em regime de urgência, um projeto que cria mecanismos e autoriza o governo a retaliar países ou blocos que imponham barreiras comerciais a produtos brasileiros. O projeto recebeu apoio amplo do Congresso e do governo.