Tarifas de Trump podem atrair investidores asiáticos para megaprojeto de gasoduto no Alasca

Este gasoduto deve ter 1.287 quilómetros e um custo previsto de 40 mil milhões de dólares (45,4 mil milhões de euros). Japão, Coreia do Sul e Taiwan podem investir no projeto que deve exportar gás para a Ásia. A Índia e a Tailândia já mostraram interesse em investir no projeto intitulado Alaska GNL.

Abr 21, 2025 - 15:49
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Tarifas de Trump podem atrair investidores asiáticos para megaprojeto de gasoduto no Alasca

As tarifas da administração norte-americana, presidida por Donald Trump, podem levar investidores asiáticos como o Japão, a Coreia do Sul e Taiwan a investir no megaprojeto de gasoduto no Alasca, avança esta segunda-feira a CNBC. A expetativa destes países, caso invistam no projeto, passa por evitar tarifas da administração norte-americana. A estes países pode ainda juntar-se a Índia e a Tailândia.

Este gasoduto deve ter 1.287 quilómetros e um custo previsto de 40 mil milhões de dólares (45,4 mil milhões de euros). A infraestrutura deve também transportar gás para a Ásia.

O projeto é intitulado Alaska LNG.

O responsável pela liderança do projeto, o CEO e fundador do Glenfarne Group, Brendan Duval, já tinha salientado, em março, que a empresa de gás e petróleo de Taiwan, a CPC Corp, assinou uma carta de intenções para a aquisição de seis milhões de toneladas métricas de gás do Alaska GNL.

“Imaginando desenvolvimentos geopolíticos quer sejam por razões ligadas às tarifas ou até por motivos militares Taiwan está mesmo focado em assinar o acordo”, disse Brendan Duval à CNBC, que acrescentou que a CPC Corp. se mostrou também interessada em investir diretamente no Alaska LNG e no fornecimento de equipamento para o projeto. Outro passo importante neste projeto foi a visita de missões sul-coreanas e japonesas, em março, às entidades governamentais do Alasca, de modo a aferir se existiam entidades bancárias que ajudassem a financiar o gasoduto”, confirmou Brendan Duval, à CNBC.

No projeto pode ainda entrar a Índia, admitiu Brendan Duval, que acrescentou que a Tailândia e outros países asiáticos, embora não tenha identificado quais, também mostraram interesse em se juntar ao projeto.

O projeto envolve a construção de um gasoduto, de uma fábrica de processamento de gás, e de outra fábrica para a liquidificação do gás de modo a poder exportá-lo. Cada uma das obras tem um custo estimado de 12 mil milhões de dólares (13,6 mil milhões de euros), 10 mil milhões de dólares (11,3 mil milhões de euros) e de 20 mil milhões de dólares (22,7 mil milhões de euros), refere a CNBC.

Nesta altura já estão a ser ultimadas as licenças para a construção do Alaska LNG, referiu o responsável pelo projeto, e a expectativa é que existia uma decisão final sobre o investimento na primeira fase deste projeto nos próximos seis a 12 meses. Trata-se do gasoduto que vai do chamado ‘North Slope’ para Anchorage e que tem como propósito o consumo doméstico de gás no Alasca. A construção da fábrica de gás natural liquefeito (GNL ou LNG em inglês) deve começar em finais de 2026. A construção de todo o projeto deve demorar cerca de quatro anos e meio e a operação comercial deve começar em 2031.

O gasoduto deve produzir 20 mil milhões de toneladas métricas de GNL, o equivalente a cerca de 23% das 87 milhões de toneladas de GNL que os Estados Unidos exportaram o ano passado, salienta a CNBC.