São Paulo propõe medidas rígidas para combater o racismo no futebol

O São Paulo tomou uma postura firme contra o racismo no futebol, enviando uma proposta oficial à Fifa e à Conmebol com uma série de medidas para combater a discriminação racial no esporte.

A proposta sugere punições severas para clubes e indivíduos envolvidos em atos de racismo, com foco na perda de pontos, multas significativas e até mesmo a eliminação de torneios internacionais.

A carta, assinada pelo presidente do São Paulo, Julio Casares, destaca a necessidade urgente de ações eficazes e eficientes para erradicar o racismo no futebol. A proposta do clube paulista apresenta seis medidas principais, que visam a criação de um ambiente mais seguro e inclusivo para todos os envolvidos no futebol.

Perda de pontos

Uma das propostas mais significativas é a perda de pontos para clubes cujos torcedores ou membros da comissão técnica se envolvam em incidentes racistas. Caso sejam identificados responsáveis, a punição será a perda de três pontos para o clube.

Em casos de identificação criminal dos envolvidos, esse número poderia ser reduzido para um ponto. Essa medida visa criar um incentivo para que os clubes adotem uma postura mais rígida na prevenção e combate a atos racistas por parte de suas torcidas.

Multas pesadas

A proposta prevê ainda multas financeiras consideráveis para os clubes envolvidos em atos de racismo. O valor estipulado é de até US$ 500 mil (aproximadamente R$ 2,8 milhões), com possibilidade de redução para US$ 100 mil (R$ 571 mil) caso os responsáveis pelos incidentes sejam identificados.

A ideia por trás dessa penalidade financeira é tornar o custo de comportamentos discriminatórios suficientemente alto para que os clubes se comprometam a adotar medidas preventivas e educativas junto aos seus torcedores.

Eliminação de torneios

Para casos mais graves ou reincidentes, a proposta sugere a eliminação do clube de competições internacionais. Esse tipo de punição visa garantir que o futebol não seja um espaço onde a intolerância e a discriminação prevaleçam.

Responsabilização de árbitros e autoridades

Além das punições direcionadas aos clubes, a proposta também inclui uma responsabilização dos árbitros que não aplicarem corretamente o protocolo de combate ao racismo da Fifa.

Caso um árbitro não siga as diretrizes para lidar com incidentes racistas durante uma partida, ele poderá ser multado pela entidade responsável. A proposta também prevê que a associação responsável pela arbitragem, seja ela nacional ou internacional, seja responsabilizada por falhas em lidar com o problema.

Registro de envolvidos em atos discriminatórios

Outra medida é o registro de indivíduos envolvidos em atos discriminatórios, sejam torcedores, atletas ou dirigentes. A ideia é criar um banco de dados que permita que casos de discriminação sejam acompanhados de forma mais eficiente, garantindo que reincidências sejam tratadas de forma rápida e adequada.

Transparência nos processos disciplinares

O São Paulo também propôs que todos os processos disciplinares e punições sejam divulgados publicamente. Isso é uma tentativa de aumentar a transparência das ações tomadas pelas entidades responsáveis e garantir que a população tenha acesso às informações sobre as decisões relacionadas ao combate ao racismo no futebol.

A transparência, segundo o clube, é essencial para reforçar a confiança da sociedade nas medidas adotadas.

Indignado e preocupado com os recorrentes episódios de racismo no futebol, o São Paulo Futebol Clube reforça sua posição favorável à existência de sanções esportivas como forma de punição para casos de discriminação racial.

Nesta sexta-feira (21), Dia Internacional de Luta pela… pic.twitter.com/cVVE5DEdxj— São Paulo FC (@SaoPauloFC) March 21, 2025

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