Reservas de contêineres da China para os EUA caem ao menor nível desde fevereiro após novas tarifas
As reservas de contêineres da China com destino aos Estados Unidos caíram 27% na semana iniciada em 28 de abril em comparação ao mesmo período do ano anterior, alcançando o menor patamar desde fevereiro. Os dados são da empresa de inteligência da cadeia de suprimentos Vizion e refletem os efeitos diretos das recentes tarifas impostas […] O post Reservas de contêineres da China para os EUA caem ao menor nível desde fevereiro após novas tarifas apareceu primeiro em O Cafezinho.

As reservas de contêineres da China com destino aos Estados Unidos caíram 27% na semana iniciada em 28 de abril em comparação ao mesmo período do ano anterior, alcançando o menor patamar desde fevereiro.
Os dados são da empresa de inteligência da cadeia de suprimentos Vizion e refletem os efeitos diretos das recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses.
De acordo com a Vizion, o número de unidades equivalentes a 20 pés (TEUs) reservadas caiu para 52.073, uma queda acentuada em relação aos 90.831 TEUs registrados na semana anterior — o que representa uma retração semanal de 42,7%, a maior deste ano.
Segundo a empresa, as reservas funcionam como um indicador relevante da atividade de exportação chinesa, e a redução indica impactos nas dinâmicas de fornecimento global.
“Os transportadores se apressaram para transportar os produtos no primeiro trimestre, mas depois recuaram bruscamente quando novas políticas tarifárias introduziram incerteza generalizada”, apontou a Vizion em relatório publicado nesta semana. A empresa também afirmou que o cenário atual representa “profundas perturbações e mudanças no fornecimento”.
Antes da adoção das chamadas tarifas recíprocas pelo governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, as reservas semanais de contêineres da China para os EUA vinham se mantendo acima da marca de 100 mil unidades. No início do ano, esse volume chegou ao pico de 152.166 TEUs.
As novas tarifas norte-americanas foram implementadas no mês anterior e, desde então, o fluxo logístico entre os dois países tem apresentado variações significativas. A Vizion projeta que a instabilidade continuará nas próximas semanas.
“Esperamos volatilidade contínua nas reservas nas próximas semanas, impulsionada pela mudança na demanda, pausas temporárias e mudanças nos fluxos comerciais à medida que os participantes globais se ajustam às políticas em evolução”, acrescentou.
Segundo a empresa, o novo contexto tarifário levou diversas equipes de logística e cadeias de suprimento a reverem cronogramas, volumes de estoque e estratégias de abastecimento. A incerteza em torno da definição dos níveis futuros de tarifas tem adicionado obstáculos adicionais ao planejamento de exportações e importações.
Paralelamente, autoridades da China e dos Estados Unidos planejam se reunir presencialmente na Suíça neste fim de semana para debater a situação comercial entre os dois países.
Será o primeiro encontro desse tipo desde a intensificação das tensões comerciais no início do ano. A reunião deve tratar das tarifas em vigor e dos impactos sobre as trocas bilaterais.
Enquanto se preparam para as negociações, as autoridades chinesas anunciaram medidas de estímulo econômico. O pacote foi divulgado na quarta-feira e tem como objetivo mitigar os efeitos adversos das tarifas norte-americanas sobre a economia doméstica.
A iniciativa foi apresentada logo após a reafirmação, por parte do governo chinês, da meta de crescimento econômico de “cerca de 5%” para o ano corrente.
Entre as medidas estão cortes nas taxas de juros, ampliação do crédito para pequenas e médias empresas e incentivos aos exportadores. Também foram anunciadas ações voltadas à estabilização dos mercados de capitais.
Os principais reguladores financeiros da China participaram do anúncio e destacaram que o novo conjunto de políticas busca preservar o ritmo de crescimento econômico do país diante de um ambiente externo adverso.
A atuação coordenada entre os órgãos reguladores e o Banco do Povo da China visa garantir liquidez suficiente e fortalecer os setores produtivos impactados pelas novas tarifas.
Analistas do setor de comércio exterior apontam que os efeitos das medidas chinesas sobre o volume de exportações e a estabilidade das reservas de contêineres ainda devem levar algumas semanas para serem mensurados. A expectativa é que os desdobramentos das negociações na Suíça definam, ao menos em parte, a direção dos próximos fluxos logísticos entre as duas maiores economias do mundo.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China, reativada com a recente elevação de tarifas, tem afetado cadeias produtivas em setores como tecnologia, bens de consumo, automóveis e matérias-primas. As empresas envolvidas nos fluxos entre os dois países seguem ajustando seus planejamentos à medida que novas políticas comerciais são implementadas.
Caso haja avanço nas negociações bilaterais e eventual revisão das tarifas, os volumes de exportações e o nível de reservas logísticas podem se estabilizar ou até mesmo retomar patamares anteriores. Entretanto, a continuidade do cenário atual pode manter a pressão sobre exportadores chineses e importadores norte-americanos.
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