REPORTAGEM | Fomos ao maior jogo da NBA e foi tudo o que podíamos sonhar

Amantes de basquetebol e da NBA, conseguimos! Cumprimos o sonho. E em grande estilo. Uma "simples" viagem aos EUA possibilitou o sonho de assistirmos a um jogo da melhor liga do Mundo e logo ao duelo entre as duas equipas mais históricas, os maiores rivais, os Boston Celtics e os Los Angeles Lakers. Se são amantes de basquetebol, certamente sonham, ou já sonharam, em ir a um jogo da mítica NBA. Por vezes, se tiverem um pouco de sorte, conseguem concretizar esse sonho. Felizmente, entrámos para esse grupo restrito de sonhadores mais felizes. Um jogo da NBA difere muito do que se vê num jogo de basquetebol em Portugal - ou de qualquer modalidade, para ser mais correto. Fora do pavilhão, e pelas ruas da cidade, a calma toma conta de tudo nas horas que antecedem o jogo, mas tudo muda no pavilhão, ainda para mais no histórico TD Garden, casa dos Boston Celtics. Banners de campeões pendurados no teto da infraestrutura - que ocupam bastante espaço, visto que falamos de uma das equipas mais titulada da NBA -, camisolas retiradas de algumas das maiores lendas que vestiram a camisola verde e branca, celebridades de todo o tipo no courtside e um pavilhão absolutamente a abarrotar - apesar dos bilhetes terem chegado aos 5000 dólares, o equivalente a cerca de 4700 euros. O basquetebol nos EUA é desporto, mas também é espetáculo e a NBA é o seu principal porta estandarte. Os bastidores do jogo são um autêntico caos, com tantos mini eventos que vão pintando o prato principal da ementa. E que ementa era esta. Afinal, estávamos a assistir a um duelo entre os Celtics, campeões em título da NBA, e os rivais Lakers, uma das equipas em melhor forma da liga, com oito vitórias seguidas. Entre si, um total de 34 anéis de campeão. Além disso, estrelas como LeBron James e Luka Doncic, de um lado, Jayson Tatum, Jaylen Brown e...o "nosso" Neemias Queta, do outro - Porzingis ficou de fora, devido a doença. Espetáculo, dentro e fora da quadra Não se equivoque, caro leitor. Até o aquecimento foi tratado com a mesma espetacularidade de um jogo de um título. O ponto alto foi o aquecimento do eterno LeBron James - um dos melhores de sempre -, que, mesmo aos 40 anos, muda por completo a energia de uma qualquer sala (ou pavilhão) assim que entra. Colecionou sorrisos, fotos, memórias. Seguiu-se o hino norte-americano, sagrado naquele país, tratado com pompa e circunstância. Contudo, nada se compara ao que se viu dentro das quatro linhas, especialmente para quem tanto aprecia esta modalidade. Os Lakers cedo mostraram porque são uma das melhores defesas - e equipas - da liga nas últimas semanas. O público estava ao rubro, até porque estava bem mais nivelado nas bancadas do que seria de esperar, mas ainda mais ficou quando os Celtics começaram a "alimentar" os seus triplos, rodando melhor no ataque. O jogo equilibrou. Boston estava forte nos triplos - 9/22 ao intervalo -, mas muito dependente dos isolamentos de Tatum (22 pontos ao intervalo) e Jaylen Brown (16 pontos). Os Lakers estavam mais coletivos e iam conseguindo viver bem com a rotação. No entanto, os da casa intensificaram a sua defesa perto do intervalo e foram para os balneários a vencer por 54-58. Num ápice, quase sem espaço para respirar, o basquetebol foi substituído por um habitual espectáculo ao intervalo - no caso, um género de malabarismo humano, misturado com ginástica artística. Uma prática comum nos EUA, cada vez mais visto pela Europa, nomeadamente no futebol, como será implementado na final do Mundial de Clubes este ano. Posto isto, chegava a hora das decisões. Os Celtics voltaram do intervalo com a mesma mentalidade defensiva e isso causou uma clara frustração nos Lakers, que perderam a tal coletividade vista até então e foram acumulando erros atrás de erros. Chegou ao ponto dos Celtics estarem a vencer por 22 a meio do terceiro período - chegaram ao final do mesmo a vencer por 20. Perante estes números, o desfecho do jogo parecia uma mera formalidade. Mas os Lakers tinham outra ideia, aproveitaram a passividade inicial no quarto período dos da casa e em menos de seis minutos reduziram a distância para menos de dois dígitos. O jogo estava relançado, mesmo com LeBron a deixar o jogo numa fase importante, com uma lesão na perna. Aí, cada lance foi disputado como se fosse o último. Luka Doncic bem tentou carregar a equipa, mas o poderio dos Celtics falou mais alto e os campeões acabaram por vencer por 111-101. Foi uma noite memorável, onde só faltou Neemias Queta jogar para ser perfeita. Ficou o concretizar de um sonho, um sonho bonito e que cumpriu com todas as expectativas.

Mar 9, 2025 - 14:36
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REPORTAGEM | Fomos ao maior jogo da NBA e foi tudo o que podíamos sonhar
Amantes de basquetebol e da NBA, conseguimos! Cumprimos o sonho. E em grande estilo. Uma "simples" viagem aos EUA possibilitou o sonho de assistirmos a um jogo da melhor liga do Mundo e logo ao duelo entre as duas equipas mais históricas, os maiores rivais, os Boston Celtics e os Los Angeles Lakers. Se são amantes de basquetebol, certamente sonham, ou já sonharam, em ir a um jogo da mítica NBA. Por vezes, se tiverem um pouco de sorte, conseguem concretizar esse sonho. Felizmente, entrámos para esse grupo restrito de sonhadores mais felizes. Um jogo da NBA difere muito do que se vê num jogo de basquetebol em Portugal - ou de qualquer modalidade, para ser mais correto. Fora do pavilhão, e pelas ruas da cidade, a calma toma conta de tudo nas horas que antecedem o jogo, mas tudo muda no pavilhão, ainda para mais no histórico TD Garden, casa dos Boston Celtics. Banners de campeões pendurados no teto da infraestrutura - que ocupam bastante espaço, visto que falamos de uma das equipas mais titulada da NBA -, camisolas retiradas de algumas das maiores lendas que vestiram a camisola verde e branca, celebridades de todo o tipo no courtside e um pavilhão absolutamente a abarrotar - apesar dos bilhetes terem chegado aos 5000 dólares, o equivalente a cerca de 4700 euros. O basquetebol nos EUA é desporto, mas também é espetáculo e a NBA é o seu principal porta estandarte. Os bastidores do jogo são um autêntico caos, com tantos mini eventos que vão pintando o prato principal da ementa. E que ementa era esta. Afinal, estávamos a assistir a um duelo entre os Celtics, campeões em título da NBA, e os rivais Lakers, uma das equipas em melhor forma da liga, com oito vitórias seguidas. Entre si, um total de 34 anéis de campeão. Além disso, estrelas como LeBron James e Luka Doncic, de um lado, Jayson Tatum, Jaylen Brown e...o "nosso" Neemias Queta, do outro - Porzingis ficou de fora, devido a doença. Espetáculo, dentro e fora da quadra Não se equivoque, caro leitor. Até o aquecimento foi tratado com a mesma espetacularidade de um jogo de um título. O ponto alto foi o aquecimento do eterno LeBron James - um dos melhores de sempre -, que, mesmo aos 40 anos, muda por completo a energia de uma qualquer sala (ou pavilhão) assim que entra. Colecionou sorrisos, fotos, memórias. Seguiu-se o hino norte-americano, sagrado naquele país, tratado com pompa e circunstância. Contudo, nada se compara ao que se viu dentro das quatro linhas, especialmente para quem tanto aprecia esta modalidade. Os Lakers cedo mostraram porque são uma das melhores defesas - e equipas - da liga nas últimas semanas. O público estava ao rubro, até porque estava bem mais nivelado nas bancadas do que seria de esperar, mas ainda mais ficou quando os Celtics começaram a "alimentar" os seus triplos, rodando melhor no ataque. O jogo equilibrou. Boston estava forte nos triplos - 9/22 ao intervalo -, mas muito dependente dos isolamentos de Tatum (22 pontos ao intervalo) e Jaylen Brown (16 pontos). Os Lakers estavam mais coletivos e iam conseguindo viver bem com a rotação. No entanto, os da casa intensificaram a sua defesa perto do intervalo e foram para os balneários a vencer por 54-58. Num ápice, quase sem espaço para respirar, o basquetebol foi substituído por um habitual espectáculo ao intervalo - no caso, um género de malabarismo humano, misturado com ginástica artística. Uma prática comum nos EUA, cada vez mais visto pela Europa, nomeadamente no futebol, como será implementado na final do Mundial de Clubes este ano. Posto isto, chegava a hora das decisões. Os Celtics voltaram do intervalo com a mesma mentalidade defensiva e isso causou uma clara frustração nos Lakers, que perderam a tal coletividade vista até então e foram acumulando erros atrás de erros. Chegou ao ponto dos Celtics estarem a vencer por 22 a meio do terceiro período - chegaram ao final do mesmo a vencer por 20. Perante estes números, o desfecho do jogo parecia uma mera formalidade. Mas os Lakers tinham outra ideia, aproveitaram a passividade inicial no quarto período dos da casa e em menos de seis minutos reduziram a distância para menos de dois dígitos. O jogo estava relançado, mesmo com LeBron a deixar o jogo numa fase importante, com uma lesão na perna. Aí, cada lance foi disputado como se fosse o último. Luka Doncic bem tentou carregar a equipa, mas o poderio dos Celtics falou mais alto e os campeões acabaram por vencer por 111-101. Foi uma noite memorável, onde só faltou Neemias Queta jogar para ser perfeita. Ficou o concretizar de um sonho, um sonho bonito e que cumpriu com todas as expectativas.