Rede criminosa vendia carros usados com airbags trocados por enchimento de tecido

Há milhares de carros a circular na Europa que podem ter graves risco de segurança, incluindo airbags inexistentes que foram trocados por bocados de tecido. Comprar um carro usado é sempre uma proposta que vem acompanhada de alguns riscos, onde se recomenda prestar atenção a todos os detalhes, não só do histórico "oficial" do veículo mas também a devida inspecção técnica e visual a elementos críticos. Mas há coisas que se tornam mais complicadas de detectar, como saber se um suposto airbag está realmente presente como era suposto. Esquema de revenda de carros usados na Europa: burlões substituíram airbags por pedaços de tecido Cerca de 16000 carros – é o número de veículos que um grupo criminoso trouxe para países europeus desde 2020, provenientes dos Estados Unidos e do Canadá. As autoridades da Lituânia e da Alemanha desmantelaram, numa operação conjunta, um esquema de revenda ilegal de carros usados em grande escala. Além de ter vendido veículos com danos graves e riscos de segurança em vários países da Europa, o grupo criminoso fugiu ao pagamento de mais de 31 milhões de euros em impostos. Criminosos atuavam em vários países europeus As autoridades lituanas informaram que o grupo criminoso operava em países como Alemanha, Lituânia, Letónia, Estónia, Roménia, Hungria, Ucrânia, Portugal, Países Baixos, e Bélgica. A investigação, que inicialmente se centrava na evasão fiscal, revelou que os carros importados estavam a ser reparados de forma precária, com pedaços de tecido ou roupa a substituir os airbags. Alguns destes veículos já foram identificados na Alemanha e retirados da estrada, mas ainda não se sabe quantos carros perigosos permanecem em circulação. Danos ocultos ainda são um problema na Europa de Leste Segundo dados da carVertical, empresa especializada em históricos de veículos, as transações transfronteiriças de carros usados – que correspondem a um em cada 20 veículos vendidos na Europa – são particularmente suscetíveis a fraudes. O Índice de Transparência de Mercado da carVertical revelou que países como Ucrânia, Letónia, Lituânia, Roménia, e Estónia têm níveis de transparência muito baixos. A elevada incidência de quilometragem falsificada, os danos ocultos e a idade avançada da frota automóvel tornam estes mercados particularmente arriscados. Na Europa de Leste, os consumidores costumam ter menor poder de compra em comparação com os países da Europa Ocidental, o que aumenta a procura por carros usados mais baratos. Os importadores e revendedores aproveitam esta demanda, trazendo veículos mais antigos ou danificados de países mais ricos, e vendendo-os a preços mais baixos. Os dados da carVertical mostram que cerca de 7,2% dos carros importados para a Europa vêm dos Estados Unidos, muitos dos quais são veículos danificados de leilões de seguradoras, que são reparados e vendidos a preços atrativos. As estatísticas e os casos de fraude mostram que é fundamental verificar os históricos dos veículos. Podem existir riscos de segurança graves provocados por danos ocorridos no passado.

Abr 27, 2025 - 20:45
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Rede criminosa vendia carros usados com airbags trocados por enchimento de tecido
Há milhares de carros a circular na Europa que podem ter graves risco de segurança, incluindo airbags inexistentes que foram trocados por bocados de tecido.

Comprar um carro usado é sempre uma proposta que vem acompanhada de alguns riscos, onde se recomenda prestar atenção a todos os detalhes, não só do histórico "oficial" do veículo mas também a devida inspecção técnica e visual a elementos críticos. Mas há coisas que se tornam mais complicadas de detectar, como saber se um suposto airbag está realmente presente como era suposto.

Esquema de revenda de carros usados na Europa: burlões substituíram airbags por pedaços de tecido

Cerca de 16000 carros – é o número de veículos que um grupo criminoso trouxe para países europeus desde 2020, provenientes dos Estados Unidos e do Canadá. As autoridades da Lituânia e da Alemanha desmantelaram, numa operação conjunta, um esquema de revenda ilegal de carros usados em grande escala. Além de ter vendido veículos com danos graves e riscos de segurança em vários países da Europa, o grupo criminoso fugiu ao pagamento de mais de 31 milhões de euros em impostos.

Criminosos atuavam em vários países europeus

As autoridades lituanas informaram que o grupo criminoso operava em países como Alemanha, Lituânia, Letónia, Estónia, Roménia, Hungria, Ucrânia, Portugal, Países Baixos, e Bélgica. A investigação, que inicialmente se centrava na evasão fiscal, revelou que os carros importados estavam a ser reparados de forma precária, com pedaços de tecido ou roupa a substituir os airbags. Alguns destes veículos já foram identificados na Alemanha e retirados da estrada, mas ainda não se sabe quantos carros perigosos permanecem em circulação.

Danos ocultos ainda são um problema na Europa de Leste

Segundo dados da carVertical, empresa especializada em históricos de veículos, as transações transfronteiriças de carros usados – que correspondem a um em cada 20 veículos vendidos na Europa – são particularmente suscetíveis a fraudes. O Índice de Transparência de Mercado da carVertical revelou que países como Ucrânia, Letónia, Lituânia, Roménia, e Estónia têm níveis de transparência muito baixos. A elevada incidência de quilometragem falsificada, os danos ocultos e a idade avançada da frota automóvel tornam estes mercados particularmente arriscados.

Na Europa de Leste, os consumidores costumam ter menor poder de compra em comparação com os países da Europa Ocidental, o que aumenta a procura por carros usados mais baratos. Os importadores e revendedores aproveitam esta demanda, trazendo veículos mais antigos ou danificados de países mais ricos, e vendendo-os a preços mais baixos. Os dados da carVertical mostram que cerca de 7,2% dos carros importados para a Europa vêm dos Estados Unidos, muitos dos quais são veículos danificados de leilões de seguradoras, que são reparados e vendidos a preços atrativos.
As estatísticas e os casos de fraude mostram que é fundamental verificar os históricos dos veículos. Podem existir riscos de segurança graves provocados por danos ocorridos no passado.