‘Quer botar trinta em mim’, diz Bolsonaro sobre Moraes no STF
Para o ex-presidente, o ministro do Supremo vai condená-lo a três décadas de prisão por liderar o plano de golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, depois da sessão da Primeira Turma do STF que o tornou réu na investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder depois das eleições de 2022, que o ministro Alexandre de Moraes quer condená-lo à pena máxima de trinta anos de prisão.
“Por que essas prisões absurdas? Dezessete anos. Como catorze para a Débora (a mulher que escreveu ‘perdeu, mané’ com batom na estátua da Justiça), agora. A Débora é uma golpista, terrorista?”, questionou Bolsonaro em pronunciamento no Senado. “Quer botar trinta em mim”, declarou.
Ao longo de 49 minutos de fala, Bolsonaro percorreu e contestou toda a linha do tempo que a denúncia da PGR atribui à preparação de um golpe de Estado, começando com uma transmissão ao vivo em 29 de julho de 2021, quando ele ainda era presidente.
O ex-mandatário refutou as acusações de que as lives colocando em xeque a confiabilidade da urna eletrônica, os discursos em desfiles de 7 de Setembro e as reuniões que teve com aliados políticos e líderes militares no Palácio da Alvorada depois da derrota contra Lula serviam para angariar apoio para uma ruptura institucional e elaborar o plano de golpe.
Bolsonaro também anunciou que, na próxima manifestação a favor da anistia para os participantes dos ataques do 8 de Janeiro, em 6 de abril, em São Paulo, a primeira-dama Michelle e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) devem discursar no carro de som.
“Está tudo acertado com o Tarcísio. Devemos ter pelo menos seis governadores, mais de cinquenta parlamentares. Vamos continuar nessa luta da anistia. A anistia é perdão, é passar a borracha, é fazer o Brasil voltar a sua normalidade. Eu não quero conflito, confronto”, afirmou.