Preconceitos de género na IA: Apenas 28% reconhece o problema, mas 66% defende regulamentação

Um estudo revela que a igualdade de género é essencial para a prosperidade global e que é necessária a ação conjunta de homens e mulheres para alcançar mudanças significativas.

Mar 7, 2025 - 13:38
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Preconceitos de género na IA: Apenas 28% reconhece o problema, mas 66% defende regulamentação

Um estudo realizado pela Team Lewis, em parceria com a iniciativa HeForShe das Nações Unidas, destaca que a igualdade de género permanece uma questão social urgente, com os direitos das mulheres ainda a enfrentarem ameaças significativas no local de trabalho e no ambiente online.

O relatório, realizado a propósito do Dia Internacional da Mulher, revela que, apesar de um aumento na consciencialização sobre desigualdades de género, desafios geopolíticos têm desviado a atenção para outras questões. Mais de 75% dos inquiridos acredita que as empresas precisam de implementar políticas mais favoráveis às mulheres.

Um terço das mulheres já reconsiderou os seus empregos devido a políticas internas, sendo que 45% apontou a inflexibilidade como motivo. Além disso, apenas 17% das mulheres recebeu um aumento salarial no último ano, em comparação com 24% dos homens, e a representatividade feminina em cargos de liderança caiu para 53%.

O estudo também aborda a crescente preocupação com preconceitos de género programados em sistemas de Inteligência Artificial (IA).

Apenas 28% dos inquiridos tinha conhecimento prévio desses enviesamentos, mas, ao serem informados, mais de metade demonstrou preocupação, e 66% dos participantes defende regulamentações governamentais para evitar tais problemas. As redes sociais também foram destacadas como um ambiente onde a retórica sexista é prevalente.

Os jovens da Geração Z (80%) e os Millennials (76%) mostraram-se particularmente preocupados com essa questão. Muitos defendem uma moderação mais rígida em plataformas como TikTok, Facebook e Instagram. Quase um terço acredita que os homens recebem tratamento mais justo online, sendo este sentimento mais forte entre a Geração Z (40%). Tanto homens quanto mulheres frequentemente bloqueiam ou denunciam utilizadores que compartilham conteúdos sexistas, mas 35% admite ignorar tal comportamento.

Para promover a igualdade de género, o estudo sugere que os homens devem defender mais ativamente a igualdade de oportunidades de liderança e denunciar discriminações. A boa notícia é que muitos homens afirmaram estar mais dispostos a apoiar estas mudanças, reivindicando igualdade salarial, desafiando preconceitos e assumindo maior partilha de responsabilidades domésticas.

A investigação conclui que a igualdade de género é essencial para a prosperidade global e que é necessária a ação conjunta de homens e mulheres para alcançar mudanças significativas. Vesna Jaric, Diretora Global da HeForShe, sublinha que 2025 deve ser o ano em que homens e rapazes se juntem às mulheres e raparigas na luta por essa mudança. “Não nos podemos dar ao luxo de ficar à margem”, afirmou, destacando a importância de direitos, igualdade e capacitação das mulheres como pilares para o desenvolvimento global.