Pré-mercado: os Juros Mais Altos em Duas Décadas
Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Notícias e indicadores que podem influenciar os preços dos ativos nesta quarta-feira, 7 de maio O post Pré-mercado: os Juros Mais Altos em Duas Décadas apareceu primeiro em Forbes Brasil.

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Bom dia. Estamos na quarta-feira, 7 de maio.
Cenários
Chegamos à terceira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2025. Apesar da indefinição das últimas semanas, os agentes de mercado têm um consenso razoável de que a taxa referencial Selic vai subir meio ponto percentual, para 14,75% ao ano.
Se essa expectativa se confirmar, o Banco Central (BC) terá levado os juros para o maior nível em quase 19 anos: a Selic não chega a 14,75% desde agosto de 2006, ainda no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo que a alta seja menor, de apenas 0,25 ponto percentual, e leve a Selic para 14,50% ao ano, vale o mesmo cálculo.
Como chegamos a isso? Por vários motivos. O primeiro foi a piora das expectativas dos investidores com relação à estabilidade das contas públicas. Há um temor generalizado de que o governo não consiga (nem queira) controlar seus gastos, o que provoca uma pressão inflacionária difícil de controlar.
O segundo motivo foi a deterioração do cenário internacional. Apesar de todos os solavancos dos últimos meses terem reduzido a confiança do mercado global nas aplicações em dólares, a moeda americana segue apreciada em relação ao real. Mesmo o fortalecimento recente da moeda nacional nos últimos tempos não foi capaz de zerar a pressão de alta sobre os preços.
E também há o impacto da guerra comercial deflagrada por Donald Trump. As barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos levaram a retaliações chinesas. O país asiático reduziu suas compras de commodities americanas, especialmente milho e soja, o que aumentou os preços dos produtos brasileiros, acrescentando mais uma causa à perspectiva de alta da inflação.
Tudo isso contribuiu para uma desancoragem das expectativas de inflação. Nos 12 meses até março, dado mais recente disponível, o IPCA acumula uma variação de 5,48%, quase um ponto percentual acima do teto da meta, que é de 4,50%. E apesar de uma leve desaceleração das projeções, a edição mais recente do Relatório Focus, divulgada na segunda-feira (5), mostra que a projeção do mercado é de 5,53% para a inflação neste ano. Tudo isso leva a uma inevitável elevação dos juros.
Perspectivas
A grande incógnita desta quarta-feira é o teor do Comunicado divulgado pelo Copom, que trará a decisão da Selic e uma avaliação da conjuntura segundo a perspectiva do Banco Central. Há pouquíssimas dúvidas de que os juros vão subir. No entanto, o que os investidores querem ver é se há alguma alteração nas perspectivas de juros a partir de uma visão mais benigna da conjuntura por parte do BC.
Indicadores
- Brasil
Produção Industrial (Mar)
Esperado: + 0,3%
Anterior: – 0,1%
Produção Industrial (12M)
Esperado: 1,4%
Anterior: 1,5%
Balança Comercial (Abr)
Esperado: US$ 8,30 bilhões
Anterior: US$ 8,16 bilhões
Comunicado do Copom
Taxa Selic
Esperado: 14,75%
Anterior: 14,25%
- Estados Unidos
Resultado Fomc
Entrevista Coletiva Jerome Powell
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