Portugal paga 3,375% para levantar 3 mil milhões em emissão sindicada a 15 anos
Portugal colocou esta quarta-feira três mil milhões de euros com a abertura de uma nova linha de dívida a 15 anos, com uma taxa de juro de 3,375%, através de uma emissão sindicada, que teve uma procura que superou em 5,3 vezes a oferta. Prémio cobrado pelos investidores é superior ao exigido na sindicada realizada […]


Portugal colocou esta quarta-feira três mil milhões de euros com a abertura de uma nova linha de dívida a 15 anos, com uma taxa de juro de 3,375%, através de uma emissão sindicada, que teve uma procura que superou em 5,3 vezes a oferta. Prémio cobrado pelos investidores é superior ao exigido na sindicada realizada no arranque do ano.
A emissão recebeu ordens no valor de 15,8 mil milhões de euros, segundo os números divulgados pelo IGCP. Com este financiamento, a República já executou cerca de 10,9 mil milhões de euros da emissão anual de Obrigações do Tesouro Português, o que equivale a cerca de 53% do programa de financiamento de 20,5 mil milhões de euros para este ano.
“Uma vez mais, o IGCP mostrou-se recetivo às condições de mercado prevalecentes, aproveitando uma janela de emissão clara, na sequência de um cenário estável no mercado de obrigações do Tesouro do Euro, num contexto de maior volatilidade global”, explica o instituto que gere a dívida pública
A operação, que foi realizada através da contratação de um sindicato de seis bancos internacionais – BBVA, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JPMorgan, Novo Banco e Santander –, marca a segunda de três emissões sindicadas previstas pelo IGCP para 2025.
Tal como tem feito nos últimos anos, o IGCP realizou a primeira emissão sindicada do ano em janeiro. Portugal colocou 4 mil milhões de euros em obrigações a 10 anos, com um cupão de 3,074%. Nessa ocasião, a procura dos investidores superou os 25 mil milhões de euros — 6,4 vezes acima da oferta –, num sinal claro da confiança internacional na dívida portuguesa.
O preço da emissão desta quarta ficou fechado em 3,375%, o equivalente à taxa midswap acrescido de um spread de 92 pontos base, quando na operação de janeiro o prémio exigido pelos investidores se ficou pelos 55 pontos.
Em termos de distribuição por tipo de investidor, 30,8% dos novos títulos com maturidade em junho de 2040 ficaram nas mãos de gestores de fundos e 26,4% foram comprados por bancos, detalha o IGCP em comunicado.
Quanto a geografias, a maioria da procura veio da Europa (88,7%), com o Reino Unido à cabeça (24,6%); seguido pela Alemanha, Áustria e Suíça (18,2%); França, Itália e Espanha (17,9%); e Portugal (14,1%).
Ao contrário dos tradicionais leilões de dívida, onde o Estado coloca títulos diretamente no mercado e os investidores apresentam as suas ordens, numa emissão sindicada o IGCP contrata um grupo restrito de bancos para aferir previamente o interesse dos grandes investidores institucionais.
(Notícia atualizada às 18h40)