Por que a criadora de ‘DPA’ trocou a Globo pela literatura infantil?

Ana Claudia Paixão conversou com Flávia Lins e Silva, grande roteirista e escritora de obras infantis do audiovisual

Abr 20, 2025 - 10:39
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Por que a criadora de ‘DPA’ trocou a Globo pela literatura infantil?

Flávia Lins e Silva é uma criadora de mundos mágicos. Seu foco sempre foi a literatura infanto-juvenil, onde inclui questões universais de maneira acessível e profunda. Roteirista e escritora, é dela a série Detetives do Prédio Azul e Diário de Pilar — que chegará aos cinemas pela Conspiração Filmes, com Marcelo Adnet no papel do vilão. A inteligente Pilar é uma menina curiosa e aventureira, que adora descobrir os mitos ao redor do mundo, e defende a natureza, os animais e as pessoas. Conversamos com Flávia sobre essa nova empreitada.

Flávia Lins e Silva com a filha
Flávia Lins e Silva com a filhaAssessoria/Divulgação

Você foi roteirista da Globo e depois começou a escrever para o público mais jovem. Por que essa mudança?

Porque você tem um espaço para fantasia imenso. Gosto muito disso. Se eu pegar os meus escritores favoritos, eles são mais fantasiosos, mais criativos, no sentido de deixar a fantasia rolar solta. 

Parece que tem muito da Flávia na Pilar, não é?

Eu acho que ela é melhor do que eu [risos]. Corajosa, atirada, gosta de viajar. A Pilar ganha do avô uma rede mágica que permite que faça mil viagens pelo mundo. A gente descobre mitologias e vai além das culturas, porque a Pilar vai sem pensar muito e às vezes se mete em umas enrascadas. 

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Neste livro, você educa as crianças sobre a questão da Amazônia, que estará no filme. Como você faz sua pesquisa e coloca essas mensagens nas histórias?

Eu resolvi descer o Rio Amazonas, no Pará, em barco gaiola, dentro da rede. Desci e fui até Santarém e, de lá, até Alter do Chão e fiquei completamente encantada. Recomendo que,  se quiser fazer a primeira grande viagem ao Amazonas com os filhos, vá a Alter do Chão. Eu acho que as crianças estão muito engajadas e preocupadas com a questão ecológica. 

Elas querem falar disso, precisam botar pra fora. São as porta-vozes dessa mudança que tem que acontecer. Vamos ter que olhar para essa floresta como quem olha para um monumento. A gente não vai tirando pedaço da pirâmide do Egito, né?

E o que você sentiu sobre a cultura local quando esteve lá?

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Quando você chega em Alter do Chão, tem sempre um contador de histórias em toda parte. Eu ouvi cada uma! “Meu tio foi à floresta, derrubou uma árvore para fazer uma mesa. E à noite, um telhado começou a sacudir na casa dele. Era a Curupira, querendo que ele devolvesse a árvore para a floresta”. Então, você escuta relatos e histórias com quem vive aquilo muito de perto. É muito forte, muito bonito.

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