Popular nas redes sociais, “terapia da rejeição” pode agravar saúde mental

Nos últimos meses, a “terapia da rejeição” ganhou popularidade nas redes sociais, especialmente no TikTok, com centenas de usuários compartilhando experiências e afirmando que o método os ajudou a lidar com a ansiedade, a autoestima e até o medo. A prática, que não tem embasamento científico, consiste em se expor a situações desconfortáveis ou vergonhosas, […]

Mar 6, 2025 - 00:53
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Popular nas redes sociais, “terapia da rejeição” pode agravar saúde mental

Técnica não tem comprovação científica e tem sido divulgada por jovens que se colocam em situações incomuns para aprender a lidar com o “não” – iSTock/Ake Ngiamsanguan

Nos últimos meses, a “terapia da rejeição” ganhou popularidade nas redes sociais, especialmente no TikTok, com centenas de usuários compartilhando experiências e afirmando que o método os ajudou a lidar com a ansiedade, a autoestima e até o medo. A prática, que não tem embasamento científico, consiste em se expor a situações desconfortáveis ou vergonhosas, que muito provavelmente vão resultar em rejeição, no trabalho, no transporte público ou nas interações com pessoas desconhecidas. 

A ideia é diminuir o medo da rejeição ao ouvir um “não”. Ao conseguir enfrentar essas situações de forma controlada, o indivíduo se tornaria mais resiliente e confiante para lidar com o fracasso ou a falta de aceitação. 

Entre as situações constrangedoras estão pedir dinheiro emprestado a um estranho na rua; pedir um abraço em meio à multidão; cumprimentar desconhecidos dentro do metrô; e até ir a uma cafeteria e pedir determinado produto de graça. Na realidade, porém, a pessoa não quer nada disso e não se importa com a resposta que vai receber – o ponto é vencer a barreira e conseguir fazer a pergunta. Tudo isso registrado pela câmera do celular e compartilhado nas redes sociais. 

Exposição não é igual a rejeição

A “terapia da rejeição” seria uma forma simplificada da “terapia de exposição”, essa sim uma técnica consagrada e amplamente utilizada por psicólogos como parte da terapia cognitivo comportamental (TCC) no tratamento de transtornos específicos, como síndrome do pânico, fobias sociais, medo de andar de avião, ansiedade generalizada, entre outros.