PF do RJ não tem estrutura para ampliar combate ao crime como decidido pelo STF, dizem delegados e agentes
Supremo determinou a criação de uma equipe exclusiva e permanente na Polícia Federal para atuar na inteligência sobre facções e suas conexões com agentes públicos. Agentes da Polícia Federal realizam operação para prender pessoas que compartilham pornografia intantil no Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro José Lucena/Futurapress/Estadão Conteúdo Delegados e agentes da Polícia Federal afirmaram, em nota, que a Superintendência no Rio de Janeiro não tem estrutura para ampliar o combate ao crime organizado como decidido pelo Supremo Tribunal Federal. Ao blog, policiais que trabalham no Rio e que não quiseram se identificar reclamaram da falta de pessoal e de estrutura que, segundo eles, já é um problema que existe há anos. ➡️ Na semana passada, o STF aprovou uma série de medidas estruturais voltadas ao combate à letalidade policial e ao crime organizado no Rio de Janeiro. Entre elas, determinou que a PF instaure um inquérito específico para apurar crimes de organizações criminosas no Rio com repercussão interestadual e internacional, incluindo violações de direitos humanos. ➡️A decisão ordena ainda a criação de uma equipe exclusiva e permanente na PF para produção de inteligência sobre facções e suas conexões com agentes públicos. No entanto, os sindicatos dos delegados da Polícia Federal e dos agentes dizem que não é possível com a atual estrutura. Em nota, os sindicatos dizem que vêm "manifestar seu apoio à decisão e observar a imperiosa necessidade de incremento da capacidade operacional da Polícia Federal no Rio de Janeiro". Ao blog, Antônio Ordacgy, presidente do Sindicato dos delegados da Polícia Federal, disse que a PF do Rio tem dificuldade até de trazer outros policiais para o estado, por causa do alto custo de vida e da falta de condições estruturais. "Os policiais aqui lotados estão sobrecarregados e os casos de falta de saúde mental tem se agravado. Infelizmente, a PF hoje ostenta um crescimento nos casos de suicídio, incluindo o RJ. Os policiais acabam preferindo trabalhar em outras unidades da federação, como nos estados do Sul e do Nordeste", disse Ordacgy. Veja a nota na íntegra: Nota pública - participação da Polícia Federal na “ADPF das favelas”e a situação dos policiais federais no Rio de Janeiro "Os Sindicatos representantes dos Policiais Federais do Estado do Rio de Janeiro vêm a público, em atenção à recente decisão do Supremo Tribunal Federal no contexto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n.º 635 (ADPF das Favelas) – a qual determina a participação da Polícia Federal nas operações de segurança pública realizadas no Estado do Rio de Janeiro, especialmente na repressão à atividade criminosa estruturada e às milícias – manifestar seu apoio à decisão e observar a imperiosa necessidade de incremento da capacidade operacional da Polícia Federal no Rio de Janeiro. A medida exige ações estruturais e administrativas do Governo Federal, incluindo o estado do Rio de Janeiro como Unidade de Lotação Estratégica da Polícia Federal, concedendo o tratamento idêntico ao das unidades em regiões de fronteira, de modo a permitir a alocação de recursos humanos, logísticos e tecnológicos compatíveis com o nível de complexidade e periculosidade das missões executadas neste estado. Destacamos que, recentemente, a Administração da Polícia Federal já realizou recrutamento de policiais federais para atuação no Rio de Janeiro e houve casos de não preenchimento de todas as vagas disponíveis, reflexo das adversas condições de trabalho no Estado. Diante desse cenário, os Sindicatos subscritores reafirmam seu compromisso com a legalidade e com o enfrentamento da criminalidade, mas alertam que não haverá efetividade nem continuidade nas ações de segurança pública sem que haja a devida valorização, proteção e capacitação dos profissionais que as executam. É imperioso e urgente que o Ministério da Justiça e a Direção Geral da Polícia Federal trate os policiais do Rio de Janeiro com a prioridade estratégica que ele representa para a segurança nacional."


Supremo determinou a criação de uma equipe exclusiva e permanente na Polícia Federal para atuar na inteligência sobre facções e suas conexões com agentes públicos. Agentes da Polícia Federal realizam operação para prender pessoas que compartilham pornografia intantil no Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro José Lucena/Futurapress/Estadão Conteúdo Delegados e agentes da Polícia Federal afirmaram, em nota, que a Superintendência no Rio de Janeiro não tem estrutura para ampliar o combate ao crime organizado como decidido pelo Supremo Tribunal Federal. Ao blog, policiais que trabalham no Rio e que não quiseram se identificar reclamaram da falta de pessoal e de estrutura que, segundo eles, já é um problema que existe há anos. ➡️ Na semana passada, o STF aprovou uma série de medidas estruturais voltadas ao combate à letalidade policial e ao crime organizado no Rio de Janeiro. Entre elas, determinou que a PF instaure um inquérito específico para apurar crimes de organizações criminosas no Rio com repercussão interestadual e internacional, incluindo violações de direitos humanos. ➡️A decisão ordena ainda a criação de uma equipe exclusiva e permanente na PF para produção de inteligência sobre facções e suas conexões com agentes públicos. No entanto, os sindicatos dos delegados da Polícia Federal e dos agentes dizem que não é possível com a atual estrutura. Em nota, os sindicatos dizem que vêm "manifestar seu apoio à decisão e observar a imperiosa necessidade de incremento da capacidade operacional da Polícia Federal no Rio de Janeiro". Ao blog, Antônio Ordacgy, presidente do Sindicato dos delegados da Polícia Federal, disse que a PF do Rio tem dificuldade até de trazer outros policiais para o estado, por causa do alto custo de vida e da falta de condições estruturais. "Os policiais aqui lotados estão sobrecarregados e os casos de falta de saúde mental tem se agravado. Infelizmente, a PF hoje ostenta um crescimento nos casos de suicídio, incluindo o RJ. Os policiais acabam preferindo trabalhar em outras unidades da federação, como nos estados do Sul e do Nordeste", disse Ordacgy. Veja a nota na íntegra: Nota pública - participação da Polícia Federal na “ADPF das favelas”e a situação dos policiais federais no Rio de Janeiro "Os Sindicatos representantes dos Policiais Federais do Estado do Rio de Janeiro vêm a público, em atenção à recente decisão do Supremo Tribunal Federal no contexto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n.º 635 (ADPF das Favelas) – a qual determina a participação da Polícia Federal nas operações de segurança pública realizadas no Estado do Rio de Janeiro, especialmente na repressão à atividade criminosa estruturada e às milícias – manifestar seu apoio à decisão e observar a imperiosa necessidade de incremento da capacidade operacional da Polícia Federal no Rio de Janeiro. A medida exige ações estruturais e administrativas do Governo Federal, incluindo o estado do Rio de Janeiro como Unidade de Lotação Estratégica da Polícia Federal, concedendo o tratamento idêntico ao das unidades em regiões de fronteira, de modo a permitir a alocação de recursos humanos, logísticos e tecnológicos compatíveis com o nível de complexidade e periculosidade das missões executadas neste estado. Destacamos que, recentemente, a Administração da Polícia Federal já realizou recrutamento de policiais federais para atuação no Rio de Janeiro e houve casos de não preenchimento de todas as vagas disponíveis, reflexo das adversas condições de trabalho no Estado. Diante desse cenário, os Sindicatos subscritores reafirmam seu compromisso com a legalidade e com o enfrentamento da criminalidade, mas alertam que não haverá efetividade nem continuidade nas ações de segurança pública sem que haja a devida valorização, proteção e capacitação dos profissionais que as executam. É imperioso e urgente que o Ministério da Justiça e a Direção Geral da Polícia Federal trate os policiais do Rio de Janeiro com a prioridade estratégica que ele representa para a segurança nacional."